terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O Rei Leão - Passado

Uma lição sobre o passado, trecho do Filme Rei Leão.

“O Segredo da saúde, mental e corporal, estão em não se lamentar pelo passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sábia e seriamente o presente.”


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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Aumentando o poder de mudar a sua realidade - por Horácio Frazão

Ao longo de todos esses anos percebi um fator comum em todas as personalidades que movimentam a sua própria realidade de forma muito bem sucedida. Este fator é o centramento. O centramento é a condição essencial para se operar a realidade em termos quânticos. Mas o que isso quer dizer exatamente? Centramento é a habilidade natural de se estar plenamente em você.

A única forma de atingi-lo é colocar um ponto final nas dependências emocionais primárias que você mesmo se impôs, ou seja, a necessidade emocional de ser aceito, de ser aprovado, de ser bem quisto, de ser considerado, de ser respeitado, de ser valorizado, de ser alguma coisa para alguém ou para o mundo. Ou seja, tudo aquilo que o mantém em um estado crônico de tensão interna. Os efeitos quânticos acontecem em momentos em que nos encontramos plenos, logo, profundamente à vontade com o nosso momento.

Quando você não está mais a mercê emocionalmente de algo externo, você assume a sua liberdade emocional e seu foco se torna muito mais poderoso. É neste estado de consciência mais livre que você entra em sintonia com mais facilidade com o campo quântico. Muitas das suas experiências mais incríveis aconteceram quando você não esperava e estava mais relaxado isto é, estava mais em você. Não É?

A dependência emocional fragmenta o poder do observador, pois uma parte da sua atenção sempre estará voltada na expectativa de obter o ganho emocional de algo externo. Com um foco assim sua atenção não terá a devida potência para excitar o campo que faz as coisas acontecerem. Este é um dos pontos mais importantes a serem superados para se tornar um agente quântico na prática e mudar a sua vida. Conquistar a liberdade para criar a sua realidade requer que você se torne emocionalmente livre primeiro. Pense nisso!!!!

Horácio Frazão

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A Ocupação da Mente

Por favor, ouça calmamente: sabemos que o pensamento produz medo. Uma das funções do pensamento é estar ocupado, estar pensando alguma coisa o tempo todo. Como a dona de casa que pensa na comida, nas crianças, na limpeza – essa é toda sua ocupação; tire essa ocupação, e ela ficará perdida, se sentirá totalmente desconfortável, solitária, infeliz. Ou tire o Deus do homem que adora Deus, que está ocupado com Deus; ele ficará totalmente perdido. Assim, o pensamento deve ficar ocupado com uma coisa ou outra, ou com ele mesmo ou com política, ou em como criar um mundo diferente, uma ideologia diferente e assim por diante; a mente tem que estar ocupada. E a maioria de nós quer estar ocupada; de outra forma nos sentiríamos perdidos, de outra forma não sabemos o que fazer, estaremos sozinhos, seremos confrontados com o que realmente somos. Compreende? Então você fica ocupado, o pensamento fica ocupado – o que impede você de olhar para si mesmo, para o que você realmente é.
(J. Krishnamurti - Bombay 1st Public Talk 19th February 1967)

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Rubras Correntes - Caciano Camilo Compostela

.:. Rubras Correntes.
❝O sêmen é, na Filosofia Esotérica, a substância magna por excelência; a mais perfeita, pura e excelsa ligação entre os planos existenciais, a única que cria concomitantemente no físico, astral e mental.
Espíritos desencarnados, perambulantes, outrora viciados em sexo, encontram nos encarnados de semelhante natureza a oportunidade de novamente satisfazerem seus baixos instintos associando-se a estes. É obvio que arrastam consigo os sentimentos de tristeza, ódio, inveja, egoísmo e fraqueza que vão, por simbiose, se plasmando na aura do 'obsediado'.
Outra classe de acontecimentos, se dá com 'elementoides' que se criam e vivem exclusivamente da energia sexual desorganizada. Estes 'Ens' podem ser vistos como um 'amontoado sombroso' de cores que variam do azul turquesa ao escarlate infinito; quando amadurecidos pelo tempo e repetição das mesmas práticas masturbatórias e pensamentos pornográficos, começam por assumir um corpo de pequenos 'monstrinhos' com aparência de órgãos sexuais animalescos e deformados.
Ao contrário dos Espíritos desencarnados que podemos facilmente detectar e que circulam com maior liberdade de ação, consciência e pensamento; os Ens Elementoides, nunca se apresentam a luz do dia, são extremamente recolhidos, e vivem escondidos debaixo da cama ou nos lugares mais íntimos do seu 'dono-servo'. Estes Ens, se ligam aos seus progenitores telepaticamente e trabalham obstinadamente no sentido de fazer com que estes retornem aos hábitos criados.
Tão mais exótico, forte e reluzente é o elementoide, mais o são as inclinações dos pensamentos sexuais 'derramados' habitualmente. Embora conhecidos em todas as eras e em todas as culturas, estas personificações energéticas do astral pessoal foram nomeados na Idade Média de 'Íncubos' e 'Succubos'.
Íncubus vem do latim e significa 'o que está acima', e Succubus 'o que está embaixo'. Os Íncubi eram considerados demônios que tentavam as mulheres, e os Succubi aos homens de forma invisível, mas por vezes tornados visíveis por uso de drogas ou algum grau de clarividência. Para estes seres inexiste ritual, exorcismo ou qualquer outro remédio, apenas a Vontade controlada e dirigida do indivíduo pode dissolvê-los.
O Iniciado pode contrair matrimônio, não fixar parcerias, manter-se celibatário ou mesmo optar pela castidade; seja como for, dentro de seu contexto particular de vida, ele sempre haverá de movimentar conscientemente a energia genésica, e é este processo que denominamos Magia Sexual.❞
Caciano Camilo Compostela, Monge Rosacruz.©
Gratidão .:.

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Paciência: o que eu preciso flui até mim, sem dor

Quando eu corro atrás do que eu penso que eu quero, os meus dias são uma fornalha de stress e ansiedade; se eu me sento no meu lugar de paciência, o que eu preciso flui até mim, e sem dor.

Rumi

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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Mozart - Piano Concerto No. 23

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sábado, 18 de fevereiro de 2017

A natureza tem muito mais a dizer do que nós disposição para ouvir.

A natureza tem muito mais a dizer do que nós disposição para ouvir. 
A árvore que me faz sombra tem algumas folhas mais verdes que as outras. Umas amareladas, outras completamente secas. Estas já completaram seu trabalho e não podem mais contribuir com a subsistência da planta, precisam cair. 
A árvore não chora por ter perdido uma folha que secou, mesmo com a grande importância que teve essa única folha para seu desenvolvimento. Ela a deixa cair, pois sabe que segurá-la será gastar energia em vão. E quando essas mangas madurarem, ela também não vai sofrer ao entregá-las, porque tudo isso faz parte do seu objetivo.
Nós, pessoas, precisamos aprender com a natureza a não sofrer com perdas necessárias que dão lugar a ganhos que estão além de nossa compreensão. 
Viver, sonhar, sorrir, amar e doar o nosso melhor é o nosso dever frente todo esse sistema interligado que nos permite existir :)

Buda disse...

“Indo por um caminho, um homem vê um grande rio; sua margem mais próxima parece perigosa e assustadora, a outra, segura. Ele pega paus e folhas, constrói uma jangada, atravessa o rio e chega à outra margem. Agora suponha que, ao chegar, ele pegue a jangada, coloque-a na cabeça e siga o seu caminho, levando-a onde for. Estaria usando a jangada de maneira adequada? Não. Um homem sensato perceberá que a jangada foi muito útil para atravessar o rio e chegar a salvo à outra margem, mas que, uma vez do outro lado, é melhor abandonar a jangada e prosseguir sem ela. Isso é usar a jangada adequadamente. Do mesmo modo, todas as verdades devem ser usadas para as travessias; não convém levá-las consigo depois de haver chegado. É preciso abandonar até mesmo o insight mais profundo do ensinamento mais completo; quanto mais dos ensinamentos incompletos.”

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Vai passar - Caio Fernando Abreu

“Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada ‘impulso vital’. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como ‘estou contente outra vez’.”

“Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, dói demais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.”

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Sobre culpa, arrependimento, remorso, perdão (no Budismo)


Pergunta: O que o Lama sugere quando nos culpamos por algo que fizemos e ficamos envoltos pelo sentimento de culpa, ruminando esse sentimento?

Lama Padma Samten: A pessoa precisaria olhar para si mesma com compaixão. A culpa significa um auto-interesse, ou seja, a pessoa gostaria de ter uma manifestação correta, mas não tem, então ela se avalia desse modo, culpando-se. A culpa está associada a uma visão. A pessoa olha para si mesma e é como se tivesse um nível de orgulho também, pois a pessoa gostaria de manifestar aquilo tudo certo, não conseguindo ela lastima que tenha feito aquilo, ela não tem como apagar aquilo que foi feito, então ela arde por dentro com essa culpa.

É preferível que tenha compaixão por si mesma, que tenha compaixão pelos outros, que tenha apreciação por suas próprias qualidades positivas que pode manifestar, apreciação pelas qualidades positivas que os outros podem manifestar também. Quando a pessoa manifesta isso, a culpa desaparece. O caminho mais rápido, se não lembrar de tudo isto, é a lembrança das qualidades positivas que temos. Nós dizemos: ainda que eu tenha feito coisas negativas, não é isso que eu aspiro, eu aspiro fazer coisas positivas; as pessoas se enganam e se atrapalham e fazem coisas negativas e eu também, mas eu tenho qualidades positivas, eu não preciso ficar preso nisso, eu posso fazer coisas boas.

O remorso não ajuda
Aluno: Queria entender a questão da culpa, no Zen...
Monge: Culpa não ajuda. Se você já se arrependeu, já tem culpa, o arrependimento é bom mas não para ficar acalentando remorsos. Se você pensar 'eu não devo fazer isso, isso gera mau carma, más consequências, não vou fazer de novo, vou evitar....' só tem uma maneira de você melhorar seu carma: fazendo boas coisas. E cultivar remorso não vai ajudar, tem que abandonar, deixar de lado o passado, e passar a realmente viver. Acalentar culpa é uma má ideia.
Fonte

[...] às vezes a pessoa pode ficar um pouco perturbada em tentar fazer sempre o melhor ou encontrar uma sabedoria que resulte em escolhas mais corretas [...]

Não há que ser perfeito. Não tente. Seja o que você é, um homem comete erros, um homem se engana, na verdade, nós ao tentarmos seguir algum modelo, ficaremos infelizes. Nós temos que fazer a nossa prática de sempre esquecer o passado. O erro do passado é sempre esquecido, agora vou fazer assim, melhor, porque produz menos sofrimento, mais felicidade para mim e para os outros seres.

Eu só estou andando, e a vida se mostra a cada passo. Não tente caminhar e ser perfeito. Não tente ser santo, tente ser só um Bodhisattva, mas um Bodhisattva tem outra visão do mundo.

Nagarjuna foi assassinado, ele era um grande Mestre do século I ou II DC. Os seus discípulos o encontraram esfaqueado, e perguntaram a ele: “quem fez isso”? E ele disse: “eu mesmo”. E os alunos disseram que sabiam que não fora ele que se esfaqueou, que dissesse quem havia feito aquilo, e ele disse: “isso é resultado do meu carma passado, de alguma maneira no meu passado eu criei condições para que isso acontecesse. Então fui eu mesmo que fiz isso. Agora, se eu disse que uma pessoa fez isso comigo aqui e agora, um assassino, vocês o odiarão e o perseguirão, e esse ciclo não terá fim”. E morreu sem revelar. Ninguém sabe quem matou Nagarjuna. Ninguém foi perseguido, não houve nenhuma vingança. Essa é a visão do Bodhisattva.
Fonte

Poema do Arrependimento
Desde a época de Xaquiamuni Buda esse poema tem sido entoado de quinze em quinze dias, nas luas cheias e luas novas de cada mês:

Todo carma prejudicial alguma vez cometido por mim, desde tempos imemoriáveis
Devido à minha ganância, raiva e ignorância sem limites
Nascido de meu corpo, boca e mente
Agora, de tudo, eu me arrependo.

Fonte

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O problema do nitrogênio no solo - Ana Primavesi

(Encontramos esse texto nos pertences de Ana Primavesi.
Base de uma palestra sobre o uso do Nitrogênio na agricultura, é um trabalho valioso que vale a pena ser lido e por isso o transcrevemos na íntegra e ele possui um tamanho um pouco maior do que os posts que publicamos.)
O PROBLEMA DO NITROGÊNIO NO SOLO
Ana Primavesi

Nitrogênio é o adubo químico mais usado, sempre tentando aumentar a massa verde e nunca a saúde vegetal e nem sempre a produção de grãos. O adubo nitrogenado veio maciçamente com a Agricultura Convencional, que foi introduzida graças a uma combinação entre a indústria química e a mecânica. Foi capitaneado pelo prof. Borlaug e mediado pelo então presidente Kennedy (1961-63). O problema da indústria era que possuía enormes estoques de produtos químicos altamente venenosos, e uma linha de produção para máquinas pesadas que ninguém necessitava mais porque a guerra terminara. E, se a indústria ia à falência, os EUA afundariam numa crise que poderia ser de difícil recuperação. Foi combinado assim que a agricultura compraria químicos e máquinas das indústrias, e estas, uma vez recuperadas, iriam pagar impostos elevados. Com todas estas despesas, a agricultura convencional obviamente não iria mais ter lucros e até trabalhar no vermelho, mas o Governo se comprometia a devolver à agricultura parte destes impostos em forma de subsídios, dando início a uma “agricultura subsidiada” combatida em vão pelo governo brasileiro, uma vez que esquece a razão do subsídio.
Instaurou-se a famosa “Revolução Verde”. Para os EUA e Europa, que tinham o problema da indústria, era a solução milagrosa. Indústria e países recuperaram-se rapidamente, mas a agricultura familiar tinha de ser trocada pela agricultura industrial para dar espaço às máquinas.. Milhões e milhões de pessoas migravam do campo para as cidades, onde as indústrias as esperavam ansiosamente. Iniciou-se a época de êxodo rural e o crescimento gigantesco das cidades. Era o início da “sociedade de serviço”. E como este convênio era até milagroso para a indústria química e mecânica, ambicionou-se mais. Resolveu-se levar a Revolução Verde também para o Terceiro Mundo, que nesta época, estava em pleno desenvolvimento.
Milhares de “técnicos” americanos se espalharam pelo mundo afora e incutiram em todos as maravilhas da Revolução Verde, e por mais de 10 anos os EUA treinaram os técnicos do Terceiro Mundo gratuitamente nesta agricultura. E até fundaram-se no Terceiro Mundo organizações estatais, como a EMATER para introduzir a Revolução Verde. (Esta reconheceu seu erro e atualmente luta pela Agricultura Orgânica.) Como o Terceiro Mundo não era o dono destas fábricas, ele tinha que comprar tanto os químicos como as máquinas pesadas, com créditos que o Primeiro Mundo lhes concedia generosamente a juros entre 20 a 25% por ano, endividando os países violentamente.
Para eles, a Revolução Verde tornou-se somente um dreno permanente de todas as riquezas dos seus povos, fluindo para os países do Norte. Também no Sul a população rural tinha de migrar às cidades graças às máquinas, mas como não possuíam indústrias que a esperavam, foram acolhidos somente pelas favelas. E enquanto o Primeiro Mundo enriqueceu, o Terceiro Mundo entrou num ciclo de miséria do qual, até hoje, não conseguiram sair ainda. A Revolução Verde salvou a industria do Primeiro Mundo mas endividou horrivelmente o Terceiro Mundo.
Como foi introduzido
O primeiro passo da Revolução Verde era matar os solos: pela calagem corretiva – a aração profunda – e a adubação nitrogenada.
Por quê?
Porque isso acabou com toda matéria orgânica nos solos.E sem matéria orgânica os solos perderam sua vida, que sem alimento não podia existir, Os solos se desagregaram, compactaram e tornaram-se quase impermeáveis. A água das chuvas escorreu, causando erosão – enchentes – secas aos quais, atualmente, se juntam os ciclones e tufões. É um ciclo do qual não saímos ainda, ao contrário, que está piorando cada vez mais e levando muitas partes do Mundo à desertificação. Mas não se consegue produzir em solos mortos sem todo este pacote químico, mais irrigação. Finalmente os solos servem somente de suporte para as culturas, que praticamente se criam em “hidropônicos ao ar livre.”
Como os solos temperados são rasos (40 a 100 cm) e muito ricos (250 a 2.200 mmol) e os solos tropicais são profundos até muito profundos ( até 35 m) mas pobres ( 1-17 mmol na média as vezes chegando até 35 a 70 mmol), parece lógico que necessitam de manejo distinto. Porém, até agora, foram tratados segundo o manejo dos solos temperados.
O que sacudiu o Mundo após a introdução da Revolução Verde eram os desmatamentos em grande escala, a fim de poder instalar as agroindústrias onde atualmente tem umas com tamanho de até quase 300.000 ha e cuja mecanização é total: trabalham com tratores teleguiados, sem tratorista e com análises químicas e adubação já feitos ao passar dos tratores. Mas nem no laboratório, nem no campo a análise química considera o estado do solo ( agregado, com lajes duras, compactado) nem a possibilidade de absorção pelas raízes, que não somente depende do estado físico do solo mas também do equilíbrio entre os nutrientes. O nitrogênio do adubo químico não é estável no solo, sendo lixiviado quando em forma de nitratos e nitritos ou se perde para o ar, quando em forma amoniacal ou em estado elementar, Também não considera-se que com o aumento da temperatura pelo aquecimento do Globo os nutrientes Ca – Mg – Cu – B se tornam de difícil absorção.
Pelas deficiências minerais, existentes ou introduzidas, uma adubação elevada com N em forma amoniacal, por exemplo(que pode ser aplicada ou induzida pela falta de oxigênio no solo), resulta na deficiência de Cu, Zn, Mn e a toxidez de Fe além da deficiência de K, Ca e Mg. Enquanto o N se perde para o ar, criam-se desequilíbrios minerais que predispõem as plantas a pragas e doenças.
Também aqui age-se muito sumariamente e combatem-se os parasitas sumariamente com “defensivos” de toxidez cada vez mais elevada. Poucos consideram que uma praga ou doença somente pode atacar uma planta quando sua enzima (bactérias possuem somente 1 enzima, insetos 2 e fungos podem ter até 4) consegue digerir a substância presente mas inacabada. Não existe enzima nenhuma capaz de quebrar uma substância pronta, como proteínas, somente consegue digerir aminoácidos, ou polissacarídeos, somente conseguem quebrar monossacarídeos. E mesmo quando a planta morrer, suas substâncias completas têm de ser rompidas pelas próprias enzimas da planta, para que depois insetos e micróbios possam fazer a decomposição.
Fica óbvio que cada praga ou doença é ligada a uma deficiência : p.ex. Oídio – B , Antracnose – Ca , Brusone – Cu etc. que impede o acabamento de uma substância completa.
As deficiências podem existir : por causa da falta de um mineral nutritivo ou seu desequilíbrio pelo excesso de outro mineral, por ex., uma adubação elevada com nitrogênio provoca p.ex. Botrytis em videiras, Puccinia em cereais, Erwinia em batatinhas, Alternaria em tomates, Pseudomonas em fumo etc.(Bergmann, 1976). E em lugar de combater a deficiência mineral induzida, combate-se a doença por agrotóxicos, que, por sua vez, em base de algum mineral, produzem outros desequilíbrios e outras doenças.
A degradação ambiental, não somente graças ao desmatamento mas também pela lavração do solo e sua exposição ao sol e o impacto das chuvas levou à erosão – enchentes e rios secos (por causa da deficiente infiltração de água no solo os mananciais subterrâneos ficaram vazios).
Por outro lado, a adubação de pastagens com elevada quantidade de nitrogênio produz no segundo ano um pasto exuberante e no terceiro ano uma decadência violenta. Isso porque as forrageiras formam somente raízes superficiais , pequenas, que não conseguem reabastecer seu estoque de nutrientes e morrem finalmente de exaustão, uma vez que o nitrogênio leva a um crescimento forçado. Nitrogênio não é um nutriente isolado, mas somente um dos nutrientes que a planta precisa. E quando o pasto entra em degradação assenta-se não somente a erosão mas também cupins.
Existe uma diferença muito grande entre o Nitrogênio químico e orgânico. O nitrogênio químico sempre contribui para o desaparecimento de matéria orgânica por aproximar a relação C / N, e consequentemente promover sua eliminação por micróbios que leva a decadência e compactação do solo. O nitrogênio orgânico, tem como pré-requisito a vida microbiana, que agrega o solo.
Nenhum processo no solo ocorre isolado. Tudo é interligado como o ciclo da vida. A planta capta luz e gás carbônico e absorve água do solo e com isso forma a primeira substância um açúcar simples ( plantas C-3 ) ou um ácido orgânico como o málico.(plantas C-4). As folhas que morrem cobrem o solo, servem aos micróbios de alimento e recambiam os minerais ao solo. Conforme o solo será a raiz, abundante em solo bem agregado ou retorcida e pequena em solo compactado.
Geralmente supõe-se que os micróbios do solo são independentes e somente depende ter um germe e já se desenvolvem. Mas não é bem assim. Nenhuma bactéria ou fungo nasce em solo que não é apropriado. O nitrogênio acrescido pelo adubo não é estável no solo, e as leguminosas não enriquecem o solo em nitrogênio como se acreditou que podiam comprovar com mais que 1.200 análises de solo com as mais diversas formas de matéria orgânica, a partir de leguminosas até simplesmente palha de arroz. E muitas vezes a quantidade de N no solo era maior após a palha de que após leguminosas. Por que? Nenhuma planta é atacadista vendendo um produto como N. Cada uma somente fixa N para si mesma. E o que os micróbios não seguram é lixiviado ou perdido para o ar. E a palha às vezes deixou mais N no solo, porque forneceu mais matéria orgânica que não é “nutriente” para as plantas mas somente comida para a vida do solo, que fixa N do ar e mobiliza nutrientes vegetais até de sílica.
Assim cresce a mata Amazônica e assim produzem as culturas orgânicas em solos vivos. Em solos mortos a agricultura orgânica produz miseravelmente, (por isso necessita o “preço acrescido”) em solos vivos produz abundantemente ( 2 a 3 vezes mais do que a melhor agricultura química) e ainda sem nenhuma praga e doença.
A disponibilidade de N no solo depende das bactérias fixadoras (praticamente todos fixam) e seus fagos, especialmente nematóides (em solos mais úmidos) e protozoários (em solos mais secos) que “pastam” os micróbios e liberam seu nitrogênio. Assim, nematoides liberam 30% do N absorvido pelas plantas e de fagos que pastam fungos fornece-se o resto.
Solos vivos com vida intensa mobilizam nutrientes e fixam Nitrogênio do ar.
Microrganismos fixadores de N:
Simbiontes : como rizóbios, Bradyrizóbios, Azospirillo, etc.
Bactérias livres: como Azotobacter, Beijerinckia, Closatridium pasteurianum etc.
Somente 8,6 % das leguminosas nodulam.
Tem rizóbios noduladores e rizóbios endofitas (vivem na folha da planta) graças a estas no Brasil a cana-de-açúcar necessita somente 50 kg/ha de adubo nitrogenado, Nos outros países necessita de 150 a 300 kg /ha de adubo nitrogenado.
Como funcionam os rizóbios endofitas: (Seja ciente: a nodulação não é necesssária para fixar Nitrogênio) . Os rizóbios saem da raiz da leguminosa e entram na raiz da gramínea seguinte, p.ex. milho, trigo, arroz etc.(Dazzo, 2006). Eles sobem às folhas onde aumentam a fotossíntese e a atividade enzimática. Parece que no arroz do sistema SRI existem também rizóbios endofitas. 
Micorrizas aumentam o espaço radicular das plantas pelos micélios. Em raízes onde existem micorrizas e rizóbios, os primeiros fortalecem as plantas enquanto os rizóbios , nas plantas mais fortes, são mais ativos. Inoculam as plantas com micorrizas porém o efeito depende da variedade de micorrizas – da espécie vegetal – e da nutrição vegetal. Mas micorrizas não necessitam ser inoculadas se as plantas são suficientemente abastecidas com os nutrientes mais essenciais para elas. p.ex. Milho =. Cu e Zn, / arroz = Cu, aveia =Mn, videira = B etc.
Não é somente importante a presença de N no solo mas especialmente sua transformação para proteínas. Cada proteína se forma de 3 aminoácidos em base de N e 1 em base de S. Mas nem todos os aminoácidos formam proteínas. Para isso necessita-se de Molibdênio (Mo) . Assim muitas vezes saúvas começam cortar folhas de uma roseira ou de uma árvore mas logo abandonam tudo e vão para outro lugar. Isso porque a jardineira que fez a análise das folhas avisou: estes não prestam, eles tem proteínas. E proteínas nenhuma fungo, bactéria ou inseto conseguem digerir. Não possuem enzima para isso. De modo que aplicando Mo num pasto, campo, plantação frutífera, bosque etc. Contribui-se para a formação de proteínas e impede que saúvas cortem suas folhas.
MOKITI OKADA diz: a substância base de toda vida é N – O - H. e que também Rudolf Steiner afirma. Mas como combina isso com o fato que a primeira substância que uma planta forma é um monossacarídeo C – O – H . : 
Mas aí o mestre explica: “ Não existe vida sem proteínas, e não existem proteínas sem Nitrogênio.”
O segredo do solo tropical:
Como se explica que os solos mais pobres do Mundo, os amazônicos conseguem criar uma das florestas mais frondosas do Mundo? Se as leis de clima temperado valessem, seria uma região semi desértica. Mas ao contrário, é uma floresta frondosa. Como ?
O segredo da floresta equatorial é:
- solos vivos e ativos,
- biodiversidade máxima (muitas árvores exalam substâncias que impedem o 
nascimento de suas próprias semente num raio de até 50 m.)
- proteção contra a insolação direta e o impacto da chuva. Somente 3 a 4% da luz solar 
atinge o solo, e muitas vezes a chuva é interceptada pelas folhas, de onde evapora.
- proteção contra o vento (não existe vento nenhum dentro da floresta amazônica) 
Sabe-se que o vento leva 51 até 67% da umidade, diminuindo drasticamente o crescimento vegetal. No Ceará, no semi-árido , onde têm bosques que impedem o vento, a agricultura vai bem.
A produção agrícola não é um fator isolado. Tudo na natureza é interligado . É a famosa “ TEIA DA VIDA”, tudo depende de todos. São leis rígidas e imutáveis. E quando queremos “melhorar” um fator rasgamos a Teia da Vida e tudo somente tende a piorar. As leis naturais são imutáveis, modificar é somente destruir. E a natureza se vinga. Assim o Nitrogênio orgânico é altamente benéfico, o químico sempre é destrutivo a médio prazo. Assim, por exemplo, o aquecimento do nosso Globo não é somente pela camada de gases-estufa (CO2 , CH4, N2O). Gases são frios e não quentes. É pelos solos compactados e expostos ao aquecimento do sol (após uma aração, ou numa cultura capinada, tanto faz se é por herbicidas ou por máquinas). O solo aquece e o ar acima dele (até 74 oC). O ar sobe, até como tufão, esbarra na camada de gases e em lugar de se dissipar para o espaço, se distribui pelo Globo. O clima aquece. Não é tanto por causa dos gases estufa produzidos por carros e aviões, arroz de água, lixo urbano, rebanhos de gado etc. mas é por causa da falta de florestas e uma agricultura que mantém os solos expostos por muito tempo. É a agricultura convencional que acaba com nossos solos, nosso clima, nossa água, nosso Globo.

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O Jardineiro Cósmico - Hugo Lapa

Era uma vez uma plantinha muito bela, que vivia num suntuoso e vasto jardim muito florido. Ela estava sempre feliz, pois o jardineiro dedicava muita atenção a ela, cultivando, regando e cuidando de várias formas.
Certo dia, uma grande tempestade se abateu sobre o jardim. A plantinha foi arrastada pelo vento, seus galhos ficaram como trapos e quase que seu tronco foi quebrado.
No dia seguinte, o jardineiro começou a cuidar do jardim, como costumava fazer. Assim que ele chegou na plantinha, ao invés de cuidar dela, como sempre fazia, ele começou a cortar seus galhos. A plantinha tomou um susto, e sentiu todo seu corpo vegetal doer muito. Perdeu várias partes de si mesma, e ficou muito triste com tudo isso.
Ela pensou: “Mas como o jardineiro pôde fazer isso comigo? Eu que sou uma das plantas mais belas e vigorosas do imenso jardim. Ele me abandonou depois dessa terrível tempestade e agora quer se livrar de nós.”
O tempo passou, e novos galhos começaram a nascer no lugar dos que foram cortados. Ela cresceu mais, ficou mais robusta e estava até mais bonita.
Passados alguns meses, outra feroz tempestade desabou sobre o jardim, trazendo ventos fortíssimos, parecidos com a outra vez. No entanto, dessa vez a plantinha pouco se vergou. Sentiu a intensidade do vento, mas parecia que estava mais forte, e manteve-se firme enraizada no chão resistindo bravamente à fúria da tormenta. Após o susto, ela ficou bem.
Uma árvore, que residia próximo ao jardim, disse a plantinha:
– Minha querida, o jardineiro não cortou seus galhos por que te abandonou, ou por que não se importava com você. Há uma lição que nós, árvores mais antigas, aprendemos após tantas tormentas. Toda planta, quando é podada, se torna mais forte e mais resistente. Por esse motivo o jardineiro podou várias de vocês, retirando os galhos já envelhecidos e usados, permitindo nascer novos galhos, renovados e resistentes.
A plantinha chorou, e agradeceu muito ao jardineiro pela ajuda…
Assim também ocorre com Deus e os seres humanos. Deus, o Jardineiro Cósmico, poda nosso emocional, retirando dele os pedaços envelhecidos das lembranças acumuladas, obrigando o homem a se desprender do lixo emocional do seu passado. O homem, assim como a plantinha, ao ser podado por Deus, se renova e se torna mais forte e mais experiente. Assim ele não sofre tanto quando as mais terríveis intempéries o atingem. É preciso entender bem essa verdade: não existem erros nos planos de Deus.

Autor: Hugo Lapa

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O Poder do Agora

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Eckhart Tolle - Como largamos o vício de pensar

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

[NocauteTV] Defender a natureza é uma atividade perigosa. Principalmente no Brasil

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EU MAIOR - entrevista com Monja Coen

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Nosso jardim interior

Era uma vez um menino de 10 anos que morava numa casa com um belo jardim. No entanto, com o passar do tempo, o menino começou a cultivar o hábito de jogar tudo que é tipo de lixo, descarte e sobras de alimento em seu quintal. Ele consumia seu leite de caixinha, e logo jogava a caixinha no quintal.
Com o passar do tempo, o lixo foi acumulando, acumulando e isso foi atraindo para a residência todo tipo de moscas, baratas, ratos e outros insetos. O lixo também começou a exalar um odor fétido que empesteava todo ar e invadia a casa e as redondezas, fazendo as pessoas se afastarem da propriedade. Ratos, baratas e moscas começaram então a penetrar no interior da casa gerando muitos infortúnios e contragostos.
Do outro lado da cidade, havia outra casa com quintal onde morava outro menino de 10 anos. Ao contrário do primeiro, esse outro garoto não jogava seu lixo no quintal. Ao invés disso, semeava e plantava flores de diversos tipos. Com o tempo, todos viram florescer um jardim muito bem cuidado, com muito verde e beleza estonteante. O jardim exalava um perfume de flores que fazia as pessoas pararem em frente à residência e sentirem o agradável aroma que impregnava todo o ar. Ao contrário do outro menino, o jardim verde e colorido atraía beija-flores, borboletas, canários e outros tipos de pássaros, muito belos e cantantes. Nessa casa todos estavam mais felizes, tranquilos e leves.
A mãe do menino que cultivava o belo jardim florido sempre lhe dizia:
– Meu filho, se você quer atrair os pássaros, as borboletas e um aroma suave e perfumado para sua casa, não pode jamais traze-los à força. Você deve simplesmente cuidar do seu jardim, fazer brotar nele o verde da beleza, da alegria e da paz. Assim, naturalmente, eles virão a você, sem qualquer esforço de tua parte.
Essa estória tem muito a ver com a nossa vida interior. Muitas pessoas reclamam das pessoas indesejáveis que chegam às suas vidas e das situações negativas que as acometem: pessoas que nos fazem mal e situações que nos oprimem e nos fazem sofrer. É preciso entender que não adianta deixar lixo no quintal de sua vida e esperar que não cheire mal. Não adianta acumular todo tipo de podridão em nosso jardim interior e esperar que as borboletas, os pássaros e um suave perfume venham ao seu encontro.
Comece a cultivar o bem em seu interior… Deixe-o puro, leve e pacífico; plante as sementes da pureza, da leveza, da harmonia e da alegria. Passe a regar e adubar as flores da virtude, do amor e da paz. Assim, da mesma forma que os pássaros, as borboletas e o perfume vêm naturalmente a um jardim puro e verde… A beleza, a leveza, a harmonia e a alegria virão natural e espontaneamente ao seu encontro.
(Hugo Lapa)

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Tudo vem e vai embora

Era uma vez um menino de 6 anos que vivia numa zona rural, um lugar muito bonito e com natureza. Seus pais trabalhavam no campo, e por isso, ele tinha muito tempo livre.
Certo dia, caminhando pelos campos, ele notou uma flor muito bonita. Seu primor e sua formosura o encantaram. Todos os dias o menino retornava ao mesmo local e ficava contemplando a flor. Certo dia, ele decidiu que levaria a flor para casa, assim poderia observa-la sempre que quisesse, sem precisar ir embora e vê-la apenas no dia seguinte. Retirou-a do solo e levou para casa. Dois dias depois ela murchou e logo depois morreu. O menino chorou e ficou muito triste.
O menino agora estava com 10 anos. Quando passeava pelo campo, começou a avistar sempre um pássaro muito belo. Esse pássaro ficava diariamente numa mesma árvore. Ele pousava num de seus galhos, ficava uns 25 minutos e depois ia embora. O menino começou a achar aquele passarinho fascinante, além de ter um gracioso canto. Decidiu então que queria obter ele para si, para que não mais fosse embora e pudesse ficar sempre com ele. Conseguiu uma rede e jogou na direção do pássaro, capturando-o em suas mãos. O menino olhou o pássaro e este lhe deu uma boa bicada. Ele gritou e soltou o pássaro, que voou rapidamente. O menino caiu em prantos e ficou muito triste com tudo.
O menino, agora um rapaz, estava com 14 anos. Começou a ajudar seu pai na fazenda. Em seus passeios à tardinha, ele encontrou-se com um cachorro de rua. Um animal muito dócil e alegre. Ele passou a brincar todos os dias com ele, que acabou se tornando seu melhor amigo. O animal ficava um pouco com ele e logo depois ia embora, caminhar pelo campo, como sempre fazia. O menino ficava triste, pois queria permanecer mais tempo com seu amigo. Certo dia, o menino decidiu que era melhor levar o cachorro para casa, assim ele não poderia mais ir embora e ficaria com ele em definitivo. Chegando em casa, prendeu-o pelo pescoço e o deixou lá, parado, com um olhar de triste de quem perdeu sua liberdade. Passado algum tempo, o menino se aproximou do cachorro e este o mordeu. O menino começou a chorar e o cachorro fugiu. O animal ficou nervoso de ficar tanto tempo preso, pois estava acostumado com a liberdade. O menino ficou bem triste com o ocorrido.
O menino cresceu e agora estava com 18 anos. Em seus passeios conheceu uma menina, filha de um fazendeiro local que acabara de comprar uma fazenda próxima. O rapaz ficou deslumbrado com a beleza da moça e decidiu conversar com ela. Eles conversaram e logo estavam namorando. O tempo foi passando e, certo dia, ela revelou que não queria mais um compromisso sério, pois ainda era jovem. O rapaz ficou atordoado com aquela notícia e começou a discutir com a moça. Não aceitava o fato de que ela poderia terminar tudo. O rapaz então agarrou a moça e disse que ela não iria embora, que ficaria com ele custe o que custar. A moça se desesperou, pegou seu canivete no bolso e cortou o braço do rapaz. Este gritou de dor e soltou a moça, que correu desesperada para bem longe.
O rapaz caiu no chão, chorando muito e sentindo uma imensa dor no peito. Parou por um tempo e fez uma revisão de sua vida até aquele momento. Em várias situações, ele havia se negado a aceitar o término de algo e, por conta de seu apego, queria possuir esse algo para impedir que fosse embora. Após muita reflexão, levantou-se ainda sangrando, e decidiu que, a partir daquele momento, tudo de bom que chegasse em sua vida ele passaria a sempre aceitar que em algum momento aquilo iria embora. Após essa decisão, sentiu-se muito mais leve e livre de tudo…
Cada coisa que nos chega faz sentido apenas num dado momento de nossas vidas e tem sempre um tempo de permanência conosco. Muitas vezes desejamos prolongar esse período quando algo já acabou ou precisa ir embora. O apego a algo ou alguém impede que aceitemos a ida do antigo e a chegada do novo. Tudo na vida humana vem, passa um tempo conosco, e tão logo cumpre sua missão, deve ir embora. Todas as coisas vem e vão… Se não permitimos que algo que veio possa ir embora, ficamos presos, submetidos àquilo, enlaçados, apegados, fixados e aprisionados. Dessa forma, podemos não conseguir continuar nossas vidas e seguir em frente. Ficamos parados no tempo e morremos um pouco dentro de nós.
Quando for o momento, deixe que algo se vá… É certo que nada fica conosco para sempre. Tudo sempre vem e vai embora… Por isso, desapegue-se. Viva sempre com total desprendimento. Aceite o eterno fluxo da vida, e somente assim, você será mais livre e feliz.
(Hugo Lapa)

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Como transmutar nosso karma

Todas as pessoas, em algum momento de sua vida, já ouviram falar do karma ou da lei do karma. No entanto, são poucas aquelas que sabem o que fazer para transformar seu karma negativo e se libertar dele. Nessa oportunidade vamos dar algumas orientações de como cada pessoa, em sua vivência diária, pode se libertar de seu próprio karma.
Karma é a lei de causa e efeito. Tudo aquilo que você faz, sente ou pensa você atrai para você mesmo. Aquilo que realizamos como obra no mundo retorna para nós como destino, criando acontecimentos e o cenário de nossa vida futura. Como disse Jesus: “Quem vive pela espada, perece pela espada” (mateus 26, 52). Como disse Buda: “Os seres têm como patrimônio seu karma; são os herdeiros, os descendentes, os pais, os vassalos do seu karma. É o karma que divide os homens em superiores e inferiores”. Quem cria uma teia acaba caindo e se prendendo a ela. Vivemos no mundo que nós mesmos criamos, experimentamos o céu ou o inferno que formamos em nossa vida. Quem joga pedras pelo caminho, tropeça nessas mesmas pedras. Quem joga uma bola na parede, ve a bola retornar a si com a mesma força com a qual foi lançada. Por outro lado, quem vive pelo bem, recebe as consequências do bem que produziu. Colhemos aquilo que semeamos. Ou como diz a máxima: “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. Tornamo-nos escravos das consequências de nossas ações. Criamos no presente aquilo que nos sucederá no futuro. Essa é a lei do karma, ou lei de ação e reação. O karma vem tanto de nossas ações presentes quanto das ações realizadas em nossas vidas passadas. Esse é um pequeno resumo da lei do karma.
Mas o que cada pessoa pode fazer para transmutar seu próprio karma? Essa pergunta obviamente não é simples de ser respondida, pois as implicações e a complexidade da lei do karma são imensas e quase insondáveis pela nossa mente objetiva. No entanto, existem alguns caminhos que podem ser trilhados que nos ajudam a amenizar ou mesmo transmutar nosso karma. Vamos enumerar alguns desses caminhos:
Em primeiro lugar, uma atitude que contribui para a transmutação de uma parcela considerável do nosso karma é o arrependimento. Quem bem compreendia o valor do arrependimento era, como ele mesmo se definiu, “a voz que clama no deserto”, ou seja, João Batista. Antes do ministério de Jesus, João Batista convidava o povo a se arrepender de seus pecados. Ele gritava: “Arrependei-vos, pois que é chegado o Reino dos céus” (Mateus 3, 2). As pessoas que procuravam João Batista confessavam a ele seus pecados e depois eram orientadas a se arrependerem desses mesmos pecados, e logo depois eram banhadas nas águas do rio Jordão no ritual que ficou conhecido como “batismo”. Esse ritual seguia três passos importantes: a confissão do pecado, o arrependimento e o ato de ser banhado nas águas do rio Jordão. A confissão dos pecados e o arrependimento eram uma forma da pessoa lembrar dos seus pecados, dos atos reprováveis que havia cometido e depois ser chamada a arrepender-se deles. O ato de ser banhado nas águas representava uma purificação das emoções que impregnavam o pecado. Dessa forma, no ritual, a pessoa se arrependia do mal que havia feito, e esse arrependimento gerava uma libertação desse mal. Alguns místicos ensinam que o arrependimento pode transmutar uma parte do nosso karma, mas não todo o karma. Dessa forma, a primeira atitude a ser tomada para aqueles que desejam purificar seu karma é o arrependimento do mal criado por si mesmos. Há algumas passagens na Bíblia que parecem confirmar esse ponto, em (Marcos 1:4), que diz: “E apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados”. Vemos a mesma ideia em (Lucas 3:3): “E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados”. Nos Atos dos Apóstolos, há uma associação entre arrependimento e remissão dos pecados: “Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados” (Atos 5:31). Portanto, aqueles que quiserem seguir por esse caminho, devem fazer o seguinte: em primeiro lugar, pense em qualquer atitude negativa que você haja feito. Em segundo lugar, arrependa-se dessa atitude, admitindo o erro e aprendendo com ele. Depois, entregue tudo isso a Deus e pratique o autoperdão, ou seja, o perdão perante você mesmo e remova qualquer resquício de culpa que você ainda possa ter. Aceite que o erro faz parte do nosso desenvolvimento espiritual e entregue seus pecados para serem transmutados pelo plano divino. Esse é o primeiro ponto a ser buscado.
O segundo ponto é provavelmente o mais importante de todos e se refere a “não reação” diante do karma que nos chega. Quando os efeitos do nosso karma se abatem sobre nós, eles não devem ser alimentados,e precisam apenas ser observados em sua passagem. Esse princípio da transmutação do karma foi claramente ensinado por Jesus, no Sermão da Montanha, quando disse: “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra” (Mateus 5:39) e “se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas” (mateus 5, 41). Isso significa que, quando o karma nos chega, devemos aceita-lo de bom grado, abençoa-lo e não reagir ao malfeitor ou a situação que nos oprime, pois tudo isso nada mais é do que a ação do nosso karma sobre nós mesmos.
Isso significa que, quando uma pessoa te agredir, não a agrida de volta; quando uma pessoa te ofender, não devolva a ofensa; quando uma pessoa te fizer qualquer mal, não devolva esse mal a ela, pois assim você estará permitindo que seu karma passe por você e se esgote ali mesmo, sem ser alimentado. Mas se a pessoa ofendida devolve a ofensa, o karma se mantém; se a pessoa agredida agride de volta, o karma é alimentado e continua conosco (podendo até mesmo se tornar mais forte e intenso).
Tudo isso está expresso com clareza no Sermão da Montanha, que é um guia muito eficaz para a transmutação de nosso karma. Jesus, que obviamente conhecia a lei do karma e de reencarnação, ensinou um modo eficiente para qualquer pessoa, em sua vida diária, transmutar seu próprio karma. É como atirar uma bola na parede. Se uma pessoa joga a bola na parede, essa bola retorna a ela. No momento do retorno, se ela bater de novo nessa bola com a mesma força que ela vem a nós, a bola novamente atingirá a parede e retornará com a mesma intensidade, ou talvez com intensidade ainda maior. O mesmo ocorre quando uma pessoa reage diante de uma circunstância que lhe parece negativa. Quando a força do karma vem e reagimos, nós estamos, mesmo sem querer, alimentando o karma, dando força para ele, e aquela energia karmática retornará novamente mais cedo ou mais tarde no futuro. Ao reagir de forma emocional podemos até mesmo estar criando um novo karma.
Vamos agora imaginar a energia do karma como uma correnteza que nos arrasta. Quando uma pessoa vai de encontro a uma corrente lutando contra ela, sofrerá seus efeitos e permanecerá parada, ou será arrastada ainda mais. Por outro lado, quando essa pessoa se deixa levar sem nada fazer, talvez pelo medo que a paralisa, a corrente a arrastará e ela será conduzida rio abaixo. Mas se, de outro modo, ela se colocar acima da correnteza, estará fora de seu raio de influência e o arraste das águas não terá qualquer poder sobre ela. O mesmo ocorre com a força do nosso próprio karma. No entanto, é preciso dizer que não basta apenas não reagir ao mal que é feito: é necessário não se deixar levar pelas emoções que eles nos suscitam. De nada adianta não reagir e permanecer com raiva do nosso agressor, daquele que nos ofendeu, ou preocupado, com medo, magoado, etc. É preciso deixar que a força do karma venha e passe por nós, sem que haja qualquer reação de nossa parte, seja física ou emocional. É como deixar que a bola que atiramos na parede venha a nós e nos atinja, sem que isso nos afete internamente. Ou tão somente nos desviarmos da bola sem qualquer emoção, apenas nos esquivando. Ao invés de bater novamente na bola, deixe que ela venha e simplesmente cumpra aquilo que a ela está destinada. Se a pessoa deixa acontecer e não reage emocionalmente, não se deixa abalar, não se permite atingir pelo mal que lhe acomete, o karma vem e vai embora, sem qualquer efeito sobre nós e acaba sendo neutralizado: a energia se perde e deixa de existir. Aqui entra o princípio da equanimidade, tal como ensinado pela tradição Hindu. Esse princípio implica em agirmos e sentirmos da mesma forma tanto na tempestade quanto na bonança. O sábio não se deixa entristecer nos tempos de crise e não se regozija nos tempos de abundância. Ele permanece tranquilo diante do bem e do mal que o atinge. Os acontecimentos simplesmente passam por ele sem que fiquem nele, sem que ele os guarde dentro de si, sofrendo ou se alegrando. Alguns podem acreditar que isso implica numa frieza profunda, mas isso não é verdade: a equanimidade nos conduz além das alegrias e gozos mundanos, para alcançar uma alegria espiritual que não depende de nada que existe nesse mundo. Ao contrário dos gozos do mundo, esta é uma felicidade muito mais pura e real.
Quem soube usar muito bem esse princípio da transmutação do karma foi Gandhi. O Mahatma conseguiu a libertação da Índia convidando o povo indiano ao famoso método da não-violência, em Sânscrito “ahimsa”, ou seja, a não reagir à violência dos ingleses, mas também a não cooperar com eles, não obedece-los, não fazer o que eles mandavam. Quando os ingleses agrediam o povo, Gandhi orientava as pessoas a não revidar a agressão com outra agressão, e assim deixar o mal apenas com os ingleses. É como aquela parábola do presente: se você aceita o presente que te dão, ele fica com você, mas se você não aceita o presente, ele fica com a outra pessoa. Aquele que aceita uma agressão e não revida, deixa a agressividade, a raiva, etc, com o outro. Assim, se os indianos reagissem à agressão, o mal permaneceria com eles, e não apenas com os ingleses. Com esse método tão simples, Gandhi pôde conduzir a Índia a sua libertação, graças a transmutação de uma parcela do karma de toda a nação.
O terceiro ponto que nos ajuda a transmutar todo o nosso karma de uma ou várias vidas passadas é a reparação do erro cometido. Essa é a forma de transmutação mais conhecida e compreendida pelo público em geral. Vamos imaginar uma pessoa que ao longo de várias vidas tenha sido um guerreiro que matou, estuprou e torturou milhares de pessoas. Numa vida futura a providência divina pode lhe conceder um instrumento de transmutação desse karma, que pode ser, por exemplo, uma profissão na área de saúde, como a medicina, a enfermagem, a farmácia, a psicologia, etc. Uma enfermeira pode atender milhares de pessoas durante a sua vida, e estas podem ser as mesmas pessoas que ela, em vidas passadas, cometeu várias crueldades. Outras pessoas podem participar de campanhas beneficentes visando reparar o mal que fizeram no passado; outras podem realizar trabalhos em sua comunidade; podem ajudar animais de rua; podem se engajar em campanhas de diversos tipos; há muitos instrumentos que a inteligência cósmica nos oferece para que possamos consertar o mal pretérito. Alguns dizem que a mediunidade é também um instrumento de transmutação do karma passado. Muitos médiuns vêm ao mundo com a missão de ajudar milhares de pessoas a fim de diminuir um pouco, ou mesmo esgotar, uma dívida que foi gerada ao longo de várias vidas passadas.
Uma pergunta que as pessoas podem fazer é: como posso fazer o bem? Que ações devo iniciar? A resposta a essa pergunta varia de pessoa para pessoa, mas há uma resposta geral que é bem simples: faça aquilo que você acredita que seja o bem, dentro do seu nível de consciência. Tornar-se uma pessoa boa dentro do seu trabalho, de sua família, em suas relações sociais e diante de sua comunidade, expressando em atos e sentimentos todo o bem que lhe for possível, já é um grande feito. No entanto, é preciso que esse bem realizado seja total e plenamente isento de qualquer resquício de interesse pessoal. Tudo o que fizer, faça pensando no bem estar do outro e não na sua recompensa kármica. Isso inclusive tem a ver com o quarto ponto a ser abordado.
O quarto ponto é muito bem conhecido pela tradição hindu. Nos textos sagrados da tradição do “Sanatana Dharma” (Hinduísmo), em especial num livro sagrado conhecido como “Bhagavad Gitá” (Canção do Senhor), dos diálogos de Krishna com Arjuna, em muitos momentos o avatar (Krisna) vai desenvolvendo a seguinte ideia: não espere qualquer resultado de seus próprios atos. A expectativa de resultados é, sem engano, um grande gerador de novos karmas e, no Hinduísmo, ao longo dos milênios, esse princípio foi muito bem compreendido. Numa passagem lemos: “Faze as tuas obras sem procurardes recompensa, sem te preocupardes com teu sucesso ou insucesso, com teu ganho ou com teu prejuízo pessoal”. Em outra passagem está escrito “Quem atingiu a consciência do yogui é capaz de elevar-se acima dos resultados bons e maus”. A expectativa em relação aos resultados de nossas ações é o substrato da formação dos karmas em nossa vida. A não expectativa dos frutos de nossa ações é mais uma atitude preventiva para a criação de novos karmas do que propriamente transmutadora, embora também ajude nessa transmutação dos karmas já contidos em nosso ser. Todo aquele que realiza uma ação esperando uma recompensa está direcionando sua consciência para o futuro, onde se espera algo que supostamente virá. No entanto, aquele que nada espera e passa a viver apenas o presente, feliz com o que é no presente, vive melhor e não cria qualquer fruto a partir de suas ações, além de ir aos poucos transmutando o karma que ainda se tem. A vivência plena do momento presente, sem esperar algo no futuro, nos ajudará a transmutar uma parcela considerável do nosso karma. Esperar frutos de nossas ações é o mesmo que criar um sofrimento futuro, pois esses frutos nunca saem como nós os imaginamos, e sempre geram angústia, frustração e infelicidade.
O quinto ponto, e não menos importante para a transmutação de uma boa quantidade de nossa dívida kármica, se refere a entrega consciente e abnegada de nossa vida nas mãos da consciência divina, sem qualquer restrição, aceitando plenamente a vontade do cosmos sobre nós. Esse ponto é muito importante, pois ele afirma ou reafirma nossa fé numa inteligência superior que guia todos os acontecimentos humanos, e assim nos liberta de karmas pesados. Essa máxima pode ser expressa em quatro palavras chave: “confio, entrego, aceito e agradeço”. Quem confia em Deus, deve se entregar totalmente a Ele; quem se entrega, aceita tudo o que nos ocorre com total confiança nos planos divinos; e quem aceita toda a obra cósmica em nossa vida, agradece a oportunidade de desenvolvimento de nossa alma que Deus nos concede nesse mundo, a fim de purificar integralmente nosso espírito. Se tenho uma doença grave, não importa, não sofra com isso, não duvide, não se abale, apenas se entregue a Deus e diga “Que seja feita a Sua vontade, e não a minha”. Quem está desempregado, sem dinheiro, pronto para perder sua casa e ser despejado, não se preocupe, não se deixe abater, apenas entregue sua vida nas mãos de Deus, tendo consciência que os planos do cosmos são melhores que nossos planos humanos. Aquele que está deprimido, sem rumo, sem ânimo, que apenas vê os dias passarem, sem qualquer esperança, apenas se entregue ao divino e acredite, do fundo de sua alma, que tudo concorre a um bem maior, a um propósito divino, a uma harmonia universal, que um dia será nossa realidade, e que precisamos apenas entregar a Deus e esperar que sua vontade seja realizada. Quem consegue fazer isso de forma pura e plena, consegue uma libertação dos karmas. No entanto, aquele que mentaliza se entregar, mas não o faz com fé irrestrita, e age movido pelo interesse de benefícios humanos e mundanos, não conseguirá a libertação do karma. É preciso que essa entrega seja completa e sem restrições, sem nada esperar, apenas se colocando nas mãos de Deus. Aqueles que pensam que é muito difícil seguir estas instruções, devem entender que é muito mais difícil viverem suas vidas entregues a severa e implacável trama do karma.
Algumas pessoas dizem: “Fiz todas essas coisas, mas nada mudou em minha vida”. A quem profere tais palavras devemos adiantar que elas estão violando o quarto ponto explicado da transmutação dos karmas, que prega a não expectativa dos frutos de nossas ações. Aquele que faz esperando melhorar de vida, nada consegue, pois ainda semeia esperando uma abundante colheita, e quem pensa dessa forma, ainda permanece com sua consciência presa na expectativa dessa colheita, aprisionada aos frutos de suas ações, enjaulada nas tramas da lei do karma e na roda do samsara. É preciso deixar claro que esse trabalho pode nem mesmo vir a se concretizar na vida atual. É possível que um contexto mais favorável venha a se expressar apenas em nossas vidas futuras, ou como se diz nas tradições orientais, que a alma venha a renascer em zonas cósmicas que são consideradas paraísos celestiais, onde um nível de karma mais denso não pode alcançar. Aqui devemos lembrar um ditado popular que diz “Estrada de mil léguas começa nos primeiros passos”. Em algum momento devemos iniciar nossa jornada. Então, que esse momento seja agora e não no futuro, pois tudo na vida só pode ter seu início no presente, e nunca no futuro, pelo simples motivo de que o futuro não existe.
Procure também não se preocupar com o karma alheio dizendo “Mas tal pessoa fez o mal a vida inteira e ela parece estar numa condição muito boa”. A resposta a essa questão é bem simples: ela se encontra apenas temporaiamente numa condição favorável e confortável, e essa condição pode até mesmo durar sua vida inteira. Isso ocorre porque Deus sempre permite que os seres vivam a plenitude de suas escolhas, mesmo aqueles que fazem o mal. Essas almas precisam fazer o mal para depois sentirem em si mesmos todo o mal que foi realizado a outros, e só assim vão se libertar do mal que há em seu próprios corações. No entanto, nas próximas encarnações, ela deverá sentir em si mesma toda a carga da semeadura que acumulou ao longo dessa vida, renascendo em situações sofridas, com escassez de recursos, muitas vezes em estado de miséria, infortúnios e calamidades. Lembrando sempre que a lei do karma jamais pode ser considerada punitiva, mas educativa, pedagógica. Ela serve para ajudar a alma em seu adiantamento, desenvolvimento e libertação do jugo da matéria, e não para puni-la pelos maus feitos praticados, posto que não existe algo que podemos caracterizar como “punição” em toda a criação de Deus.
(Hugo Lapa)

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Conspiração mundial

Falar sobre a teoria da conspiração, dominação global, sistema financeiro mundial e governo oculto do mundo é sempre um tema muito polêmico. Esse tema desperta paixões, medos, incertezas, surpresa e até mesmo uma certa aparência de ficção científica. Muitas coisas do que vamos revelar aqui lembram os mais imaginativos filmes e contos hollywoodianos, que nada devem aos melhores romances de fantasia e realismo fantástico do passado. No entanto, pesquisas consistentes empreendidas nessa área nos mostram que muitos desses fatos são inquestionáveis e podem nos levar a uma certa concepção de um governo mundial oculto, que atua na estrutura de poder mundial, mas que é invisível aos olhos de quase toda a humanidade.

Esse governo oculto, se é que ele realmente existe, age de forma a assegurar os maiores interesses dos grandes poderosos do mundo e a manter toda a população mundial numa condição de carência financeira, pobreza de espírito, consumismo, alienação, intoxicação, robotização, vazio interior e obediência ao sistema vigente. Obviamente que nesse quadro não existem vítimas e algozes, posto que se existe mesmo um dominador, existe também um dominado que de certa forma está conformado com esse estado de coisas e permite toda a dominação ocorrer. Para entender melhor esse ponto, o leitor pode ver o texto “Dominadores e Dominados” no blog de Hugo Lapa.

De qualquer forma, vamos passar rapidamente por alguns dos pontos mais importantes do chamado “governo oculto”, entender como ele funciona, quais seus principais aspectos e o que cada pessoa pode fazer para aos poucos ir desconstruindo essa megaestrutura de dominação montada em nosso mundo.

O que entendemos por conspiração?

A palavra conspiração muitas vezes desperta aversão e desconfiança logo que é citada numa conversa, num texto ou na mídia. Muito esforço foi empreendido para que a palavra “conspiração” estivesse associada à pessoas lunáticas, confusas, ingênuas, que acreditam em coisas impossíveis e desejam encontrar culpados para nossa situação individual e coletiva de miséria e caos. Devemos dizer que, de fato, existem muitos exageros, informações falsas, alienação, alegações inverificáveis e fantasias em boa parte dessas teorias, provavelmente a maioria delas. No entanto, uma pequena parte dessas ideias sobre a conspiração global é clara, bem fundamentada e pode ser verificada por qualquer pessoa, em alguns casos, mesmo com uma pesquisa não tão aprofundada. Vamos apresentar esse texto apenas as teorias que estejam de uma forma ou de outra amparadas por uma base de pesquisa.

Estamos aqui usando a palavra conspiração com o significado de uma rede de influências onde um grupo pequeno de indivíduos articula ações e toma decisões que geram impactos em muitos aspectos de nossa vida: na economia, na saúde, na alimentação mundial, nas leis e política de diversos países, e em outras nuances de nossas vidas. Alguns grupos de pessoas muito poderosas e influentes se encontram e planejam um programa global de dominação, a fim de manter seus privilégios, seus interesses, aumentar seus lucros, sua influência e tornar o sistema intacto a mudanças profundas. Muitas vezes esses grupos não se comunicam entre si, mas já sabem mais ou menos o que fazer em diversas situações.

Bill Clinton certa vez disse a uma jornalista que existia um “governo dentro de um governo” e que esse governo ele não tinha acesso. John Kennedy chegou a denunciar as sociedades secretas que se infiltravam na política para se beneficiar de sua estrutura de poder, e prometeu fazer o possível para fazer quebrar essa influência. Pouco tempo depois foi assassinado. Quando o presidente Obama foi questionado, num talk show, sobre a existência de ufos e extraterrestres, ele não afirmou nem negou sua existência, mas disse apenas que não poderia falar sobre esse assunto. O jornalista disse que, caso ele fosse presidente, divulgaria todos os arquivos ocultados desse tema. Obama, em tom de brincadeira, riu e disse “É por isso que você não é presidente”. O jornalista disse que Bill Clinton investigou sobre esses segredos e não encontrou nada, Obama, rindo, disse que ele foi instruído a dizer exatamente isso. Mas quem instruiu ou coagiu o presidente a dizer algo? O presidente não seria a autoridade máxima do país? Por outro lado, quem decide quem pode ou quem não pode ser presidente além do povo? E por que existe essa política de acobertamento de certos fatos sobre supostos alienígenas e outros temas, como a cura de doenças, invenções que teriam sido suprimidas, e outros acontecimentos? Isso pode ter relação com uma estrutura de poder montada onde poucas famílias e grupos controlam muitas coisas em nossa sociedade. Nos dias de hoje existem 62 pessoas no mundo com fortuna equivalente a metade da população mundial. Só este fato já nos mostra o poder que essas pessoas têm e o quanto elas estão destacadas da sociedade em geral.

A pirâmide do poder

A estrutura de poder montada possui uma certa hierarquia e pode ser representada numa pirâmide. No ponto mais baixo, na base da pirâmide, está a sociedade em geral, todas as pessoas que vivem suas vidas normais, acordam, trabalham, consumem ou não, e vivem sob a influência da mídia, do sistema financeiro, das leis e normas da sociedade, das religiões etc.

Acima da base, estão os governos, os militares, as leis e toda a estrutura governamental. Para muitos pesquisadores, os governos são uma estrutura que serve a dois propósitos: o primeiro é controlar as massas através da força policial e militar, da burocracia, dos impostos e das leis. É preciso dizer que nem todos estes aspectos são negativos em si mesmos, pelo contrário: toda sociedade precisa se organizar com esses itens, caso contrário, haveria um caos social. O problema se inicia no momento em que estes aspectos citados são criados de forma a extorquir a quase totalidade das pessoas a fim de beneficiar apenas uma elite. O segundo propósito seria teatralizar o poder, dotando os governos com uma aparência de poder decisório, quando na realidade os governos apenas reproduzem interesses que estão acima deles. O público precisa ter a impressão de que está elegendo seus líderes e que eles representam as aspirações populares de uma democracia. No entanto, na prática isso quase nunca ocorre. Sabemos que os governos são controlados por forças externas, que lhes ditam as decisões de acordo com outros interesses que não os interesses do povo. Essa elite, controlando os governos, consegue se manter no poder, manipular as massas e formatar a estrutura do poder de modo que nenhum governo popular consiga inverter essa lógica e criar um governo que beneficie a maioria das pessoas, com programas sociais, com distribuição de renda, reforma agrária, reforma tributária etc. Muitas pessoas podem estranhar o fato de que os governos não se encontram no topo dessa cadeia de dominação global. Certamente eles têm muita influência em nossa vida, mas os governos são controlados por grupos que se encontram acima deles, como descreveremos a seguir.

Logo acima dos governos vêm a estrutura de poder que os controla, que nada mas são do que as grandes corporações, mega empresas nacionais ou internacionais. Essas corporações são do ramo de Petróleo, como a Chevron, a BP, a Shell, a Exxon, dentre outras. No ramo do agronegócio, as grandes corporações são a Monsanto (Estados Unidos), Syngenta (Suíça), Dupont (EUA), Basf (Alemanha), Bayer (Alemanha) e Dow (EUA). São as grandes produtoras de transgênicos e agrotóxicos, que poluem nosso organismo com químicos fortíssimos e detonam a saúde da população mundial. As principais corporações farmacêuticas, que produzem a química para a saúde, são a Essas corporações financiam as campanhas de muitos dos políticos que são eleitos e depois lhes pedem uma retribuição. Essa retribuição pode ocorrer com uma votação no congresso do país em que, por exemplo, se aumenta a isenção tributária sobre certas atividades econômicas, no ramo em que certas empresas atuam.

Assim, as corporações que financiam campanhas e elegem seus representantes nas instâncias de poder estão sempre presentes nas decisões sobre a criação de novas legislações, e com isso elas aumentam ainda mais seus lucros e sua área de influência. Há empresas que financiam as campanhas de dois ou três dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas, pois dessa forma, não importa quem vença as eleições, a empresa sempre estará no poder cobrando seus investimentos de campanha e recebendo seus dividendos posteriores. Nos Estados Unidos alguns judeus muitos ricos financiam campanhas dos presidenciáveis e assim, os presidentes que se elegem vão favorece-los em qualquer aspecto de seus interesses em manter um estado sionista. É preciso que se diga que é apenas uma minoria de judeus sionistas que fazem isso. O povo judeu de uma forma geral não participa dessas medidas. No plano internacional, existem certas corporações que estão presentes em diversos países, como as empresas petrolíferas, as indústrias alimentícias, as indústrias farmacêuticas, as empresas agrícolas que vendem agrotóxicos, as corporações midiáticas, dentre outros. Mas as megacorporações ainda não estão no topo dessa pirâmide. Há ainda um poder maior, que explicaremos a seguir.

Acima das mega corporações, existe todo o sistema financeiro mundial que é controlado pelos grandes bancos do mundo. Os maiores bancos privados são o Wells Fargo, o City Bank, o Bank of América, o HSBC, o Chase, dentre outros. Aqui entra também o chamado Federal Reserve, que é um banco privado considerado de atuação pública nos Estados Unidos. Falaremos sobre o Federal Reserve mais a frente, pois este banco merece um capítulo à parte em nossa explanação. Os bancos têm maior influência que as mega corporações, pois é o sistema bancário que controla o capital destinado a essas corporações, através de empréstimos e financiamentos à empresas privadas.

O Vaticano também possui seu próprio banco, que já foi acusado de lavar o dinheiro da máfia italiana, assim como realizar outras atividades suspeitas. Isso não é por acaso, pois o Vaticano sabe que para manter sua supremacia e poder, é imprescindível ter seu próprio banco e movimentar quantias expressivas de dinheiro. Inclusive, em 1978 o Papa João Paulo I foi assassinado alguns dias após a revelação bombástica de que o banco do Vaticano estaria lavando dinheiro da máfia. O principal suspeito de lavagem de dinheiro e do assassinato do papa foi o próprio presidente do banco do vaticano, o padre Paul Marcinkus. Logo depois o padre fugiu para os Estados e ficou por lá. Apesar de tudo isso, nada aconteceu com ele. O filme O Poderoso Chefão III mostrou um pouco sobre esse episódio. Marcikus chegou a dizer, inclusive, que nem só de ave marias vive o vaticano. Mas se não vive de orações e fé, vive de que? De grandes movimentações financeiras para se obter poder econômico? É surpreendente como o Vaticano, assim como outras instituições cristãs, se afastaram completamente da mensagem original de Jesus quando este advertiu sobre o acúmulo de bens terrenos e que o melhor seria a acumulação de bens celestes. Por outro lado, muitas vezes bancos e corporações atuam conjuntamente visando seus próprios interesses, mas os bancos são ainda mais poderosos, pois as corporações precisam do dinheiro para a realização de seus projetos e empreendimentos, e para isso, dependem do sistema bancário. Dessa forma, os bancos estão acima das corporações e também dos governos. Esse fato ficou bastante claro quando o governo americano se curvou as exigências dos bancos e aprovou um aporte financeiro bilionário aos bancos, tal como fizeram governos de outros países. Em vez de destinar o dinheiro ao povo, as pessoas que estavam sofrendo com a maior crise da história, os governos decidiram salvar os bancos e justificaram essa medida alegando que “os bancos são importantes demais para quebrarem”.

Mas os bancos ainda não estariam no topo de toda essa estrutura de poder. Acima dos bancos alguns afirmam a existência de determinadas organizações ocultas, que estariam no cerne da dominação global. Isso pode parecer artigo de ficção científica, mas infelizmente não é. E quem faz essa afirmação não são pessoas bitoladas, lunáticas ou alienadas da realidade, mas o próprio presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy. Kennedy estava bem por dentro dos meandros do poder nos Estados Unidos e pôde detectar a forma como essas sociedades secretas atuam na estrutura de poder americano e mundial. Num discurso antológico, Kennedy fala abertamente a esse respeito: “Existe uma conspiração monolítica e impiedosa ao redor do mundo, à qual nós nos opomos, que conta com meios secretos de convertermos à sua causa, para assim, aumentar sua esfera de influência, como a infiltração ao invés da invasão, a subversão ao invés das eleições, a intimidação ao invés da livre escolha, guerrilhas noturnas ao invés de exércitos de dia. É um sistema que conseguiu recrutar uma vasta fonte de recursos humanos e materiais, dentro de uma máquina de alta eficiência, que combina operações militares, diplomáticas, de serviços de inteligência, econômicas, científicas e políticas. Seus planos e a execução dos mesmos não vêm a público, não são publicados; os seus erros se enterram e não aparecem em primeira página; seus dissidentes são silenciados e não abalados; nenhum gasto é questionado; nenhum rumo é inspecionado; nenhum segredo é revelado”.

Essa frase ‘nenhum segredo é revelado’ define bem a atuação dessas sociedades secretas e como elas atuam no mundo. Elas se utilizam do segredo e do encobrimento. No início desse discurso, Kennedy cita abertamente essas sociedades secretas, sem cita-las nominalmente, quando diz: “A palavra secreto é repugnante em uma sociedade livre e somos um povo intrínseca e historicamente avesso às sociedades secretas. Decidimos, há muito tempo atrás que os perigos de ocultar excessivos e injustificáveis atos pertinentes foram muito mais perigosos do que o perigo que citaram para justificá-los. Ainda hoje não há muita oposição à ameaça que são as sociedades secretas e das restrições arbitrárias dessas. Ainda hoje há reduzidos valores garantindo a sobrevivência da nossa nação. Se as nossas tradições não sobrevivem com tudo isso, existe um perigo muito grave de uma necessidade anunciada de se aumentar a segurança, que será aproveitada por aqueles que estão ansiosos por expandir seu significado, chegando até os limites da censura e encobrimento, e eu farei tudo que tiver ao meu alcance para impedi-los”. Nessa parte do discurso, Kennedy não só fala das sociedades secretas, mencionando as palavras “segredo”, “censura” e “encobrimento” como diz que pretende lutar contra elas e esse estado de coisas, contra essa estrutura de poder que se estabeleceu e que domina a sociedade. Dessa forma, os membros dessas sociedades secretas se infiltram no poder, e assim, conseguem altos cargos em governos e instituições governamentais, assim como conseguem participar de decisões que mudam os rumos de uma nação.

Não há apenas uma sociedade secreta apenas que controla os bancos, megacorporações e governos, mas há algumas delas, como certas sociedades secretas maçônicas, cristãs, sionísticas e ocultistas. O exemplo mais conhecido é a maçonaria. No entanto, é preciso diferenciar a maçonaria em si do uso que alguns maçons mal intencionados fazem dela. Com toda a estrutura de poder que a maçonaria conquistou ao longo dos séculos, os homens que adentram em seus postos de comando passam a deter um grande poder, e como todos sabem, o poder corrompe, ou tão somente mostra como as pessoas são lá no fundo. Outro exemplo é a Ordem dos Illuminatis, que também teria muita influência sobre corporações, governos e bancos. A Skull and Bones seria outro exemplo de ordem secreta com influência sobre políticos, banqueiros e grande empresários. A Opus Dei é uma organização cristã que atua no interior do vaticano. O jornalista canadense Robert Hutchinson afirma que a Opus Dei acumulou uma fortuna de 400 bilhões de dólares, e obviamente esse montante é crucial para sua imensa influência no Vaticano.

O Federal Reserve

O Federal Reserve merece um capítulo à parte, pela sua importância na dominação americana e mundial, assim como pelo seu simbolismo da origem do dinheiro dos bancos. O Federal Reserve é o sistema de reserva federal dos Estados Unidos, e é um banco privado, porém é considerado por alguns como função pública. Por ser um banco privado com atuação pública, vemos uma nítida sobreposição do privado em relação ao público. No caso do Federal Reserve, toda a economia americana depende dele, mas curiosamente, ele não é um banco de todos, da sociedade americana, mas de apenas algumas poucas pessoas. O título de “federal”, nesse caso, é apenas fachada, pois de federal ele não tem nada. Algumas autoridades afirmam que o Federal Reserve seria um banco público e privado, mas isso não é bem verdade. Para demonstrar que o Federal Reserve é um banco privado e que ele faz parte do plano da estrutura oculta de poder mundial, basta a informação de que ninguém pode ter acesso ao que se encontra dentro dele, nem a população, nem um congressista, nem a Suprema Corte, nem a CIA, nem o FBI, nem qualquer agência, órgão ou instituição americana. O Fed, como é chamado, não precisa ter suas decisões ratificadas por ninguém, nem pelo presidente e nem pelo congresso. Em tese, o FED estaria sujeito a supervisão parlamentar, mas na prática isso raramente ocorre. Mas como pode um banco ser considerado público e não haver sobre ele qualquer forma de controle institucional do próprio poder público? É verdade que o presidente escolhe alguns dos seus representantes, e outra parte deles é formada por banqueiros privados. Como quase sempre ocorre, quando o público e o privado se misturam dessa forma, sempre há o domínio do privado sobre o público, que passa a servi-lo em seus interesses.

O Fed, por ser o banco central dos Estados Unidos, é a principal fonte de recursos do país e realiza empréstimos de dinheiro aos bancos privados. Os bancos privados, por sua vez, emprestam dinheiro a empresas e pessoas comuns. Mas quando um banco pede um empréstimo ao Fed e este não possui os recursos necessários (por ter realizado muitos empréstimos), o que ele faz? Por conta do monopólio da impressão da moeda americana, o Fed requisita a impressão de certa quantidade de dólares, por exemplo 50 milhões de dólares. Esse valor é injetado em um ou outro banco e permite que o sistema bancário continue emprestando mais e mais dinheiro. Da mesma forma que os bancos privados ganham dinheiro dos acionistas através de juros sobre dívidas, o Fed ganha dinheiro com os juros cobrados dos bancos. No final das contas, quando o Fed imprime mais dinheiro para poder emprestar aos bancos, esse dinheiro é virtual, não existe de fato, pois não está associado a qualquer meio de produção e bens. O resultado desse processo, como sabem os economistas, é a inflação. Ou seja, quanto mais dinheiro é impresso, mais inflação ocorre, pelo simples fato de que quanto mais notas existirem em circulação, menos essas notas passam a valer. Portanto, quando o Fed realiza, de forma arbitrária e independente, a impressão de mais dólares à título de empréstimo ao sistema financeiro, menos dinheiro sobra na economia, e toda a sociedade americana perde seu montante de capital acumulado, assim como seu força de trabalho.

O próprio governo brasileiro não realiza mais operações de impressão de sua moeda, pois sabe que essas notas, quando injetadas na economia, podem dar a impressão de mais dinheiro existente e de economia aquecida, mas em pouco tempo os preços dos produtos começam a aumentar, posto que a demanda aumenta e com isso os produtos se encarecem, gerando inflação que corrói o bolso de todos. Esse processo descrito de impressão de moedas, realizado pelo Fed, é considerado por alguns como um roubo claro e cruel à economia americana. Essa queda do valor do dólar que afeta a todos os cidadãos americanos existe apenas para aumentar cada vez mais o lucro dos bancos privados.

Assim, a economia americana vai sendo sugada na medida em que os bancos, recebendo os empréstimos do Fed em impressão de dólares, vão cobrando suas dívidas e recolhendo juros e mais juros dos cidadãos. Em economia bancária há outro princípio muito importante que diz: quanto maior a dívida, maior o lucro dos bancos. Ou seja, para o sistema bancário, quanto mais as pessoas estiverem endividadas melhor, pois isso representa sempre uma margem maior de lucro. O mais incrível dessa história é saber que o governo americano participa direta ou indiretamente desse roubo descarado à economia, e nada é feito para que isso termine. Se os bancos formam o ápice da dominação global através do dinheiro, o Federal reserve representa essa dominação global unificada, institucionalizada, consentida, protegida e incrivelmente impune. Andrew Jackson, o sétimo presidente da História americana, quando perguntado sobre sua maior realização em seu leito de morte, disse as seguintes palavras “Eu matei o banco”. Jackson sabia que “matar o banco” era a melhor coisa a ser feita para ajudar o povo americano.

(CONTINUA…)

(Hugo Lapa)

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Que tal parar de confundir esoterismo com esquisoterismo pseudocientífico? - Thomas de Toledo

Que tal parar de confundir esoterismo com esquisoterismo pseudocientífico? Os pais da ciência moderna Johannes Kepler, Francis Bacon, René Descartes e Isaac Newton, para ficar em alguns exemplos, eram profundos estudiosos de ocultismo, hermetismo, cabala, alquimia, astrologia e magia. Mas eles estudavam com uma combinação de respeito ao legado dos antigos e visão crítica que o conhecimento científico exige. Ou seja, mais verificação dos fatos e menos crenças. Assim, se eles vivessem no século XXI, duvido que compartilhariam notícias do tipo "Annunakis governam a Terra", "Reptilianos querem implantar a Nova Ordem Mundial", "Fetos de extraterrestres foram encontrados na tumba de Tutankhamon", "Mecânica quântica pode ser usada para obter informação de um livro sem ler" ou "Descobri que sou reencarnação de Akhenaton e canalizo o espírito de Allan Kardec". Aqueles que compartilham esses tipos de notícias e promovem os charlatões que as fabricam agem de forma idêntica a um fundamentalista religioso. Desse modo, ajudam a desacreditar os antigos conhecimentos e a descaracterizar a própria ciência que exije por método a comprovação antes de se transformar uma teoria em verdade. Atalhos e supostas curas milagrosas existem apenas para enriquecer falsos mestres, os famosos pseudo-alquimistas que vendiam o ouro de tolo. Portanto, se quer conhecer os mistérios, vá pelo caminho mais difícil: leia os clássicos, pratique os exercícios e abra pouco a pouco os véus da sabedoria.

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Esse mundo capitalista virou a coisa mais sem graça que já foi inventada. - Thomas de Toledo

Esse mundo capitalista virou a coisa mais sem graça que já foi inventada. A natureza e a história seguem sendo vorazmente devastadas para dar lugar a cidades feias, sujas e poluídas. Antes, cada país tinha sua arquitetura, hoje, com a tal "globalization", só se constrói arranha-céu de vidro. O mesmo ocorre com as artes, em especial com a música, que é fabricada com melodia primária e refrão repetitivo para vender fácil. O mundo virou uma uma cópia mal feita dos Estados Unidos e os personagens literários e seres mitológicos deram lugar à super-heróis patéticos de cinema, que são financiados pelo Pentágono para fazerem propagandas subliminares ou explícitas das guerras imperialistas. Religião virou negócio, pura mercadoria na qual quanto mais mentiras se conta, mais fiéis aparecem, talvez por que o mundo real é deveras sem graça para se acreditar que ele seja a única verdade. Mas a religião é funcional ao sistema por que serve como um aliviador de tensão, um tipo de ópio que outros encontram no álcool ou vícios. Ao se converter, aleluia, troca-se uma droga pela outra, mas a enfermidade na alma permanece. As doenças físicas proliferam-se por que se come de tudo que não presta, para a felicidade da indústria farmacêutica que lucra com o tratamento mas nunca com a cura. Na mídia só se ve notícias mentirosas e enviesadas pelos interesses de patrocinadores. Entretenimento barato com filmes, novelas e esportes com enredo pré-definido e jogos de resultados combinados. Tudo isto pra preencher a rotina do fim de semana por que ao longo dos dias é preciso levantar cedo e voltar tarde para trabalhar, enfrentando trânsito e confusão. A vida se resume a trabalhar para gastar e quanto mais se trabalha, mais se fica pobre. Quem não tem é infeliz por não ter e quem tem é infeliz por que descobre que o que tem não serve pra nada. Ensinam que se deve defender até a morte esse sistema baseado na exploração de muitos e que leva à riqueza de poucos: é o escravo lambendo as botas do senhor, com muita convicção. Assim, as pessoas viraram gado, que obedecem fielmente aos ditames da grande mídia, da escola e da igreja, sempre pra manter os mesmos ladrões corruptos no poder político e econômico, enquanto inventam-se bodes-expiatórios para o espetáculo da condenação. Redes sociais viram muro de lamentações desse mundo cinza e sem cor, hipócrita e ilusório. Todos aprisionados em bolhas sociais nas quais se aprende a odiar quem é da outra bolha ou mesmo quem pensa uma vírgula diferente dentro da bolha. Afinal, deve-se cultuar o indivíduo e rejeitar tudo o que é público. O senso de coletividade, comunidade e sociedade diluem no culto ao eu. É cada um querendo passar a perna no outro, numa mistura de egoísmo e egolatria. Privada, privatização e privataria: dá vontade de dar descarga e mandar tudo isto pro esgoto de onde veio. Sou dos que aprendeu a não deixar se levar por esse mundo e a criar a própria realidade. Poderia estar rico, desde que entrasse no jogo. Mas e os outros, como ficam? Não dá pra sentir-se satisfeito rodeado de gente triste, nem achar-se consciente cercado de alienados. Já poderia ter mudado pra um meio de mato qualquer, onde sentir-me-ia pleno em contato com a natureza. Mas fico para ajudar os que ainda não acordaram e para ser uma pedra na engrenagem dessa máquina podre. Uma hora esse mundo desaba e quero estar entre aqueles que vão construir o novo.

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A importância da suplementação com vitaminas e minerais - Dr. Lair Ribeiro



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