segunda-feira, 25 de março de 2013

Chico Buarque - A Banda 1966

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou

E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor...

Marcadores: , , , , , , , , , ,

Chaplin - The Gold Rush - Em busca do ouro 1925

Marcadores: ,

Chaplin - Modern Times - Tempos Modernos 1936

Marcadores: ,

sábado, 23 de março de 2013

Caio Fernando Abreu - Morangos Mofados 1982

Peço um cigarro e ela me atira o maço na cara, como quem joga um tijolo, ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, angústia, duas décadas de convívio cotidiano, mas ando, ando, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, não me venha com essas histórias de atraiçoamos-todos-os-nossos ideais, nunca tive porra de ideal nenhum, só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista, capitalista, só queria ser feliz, burra, gorda, alienada e completamente feliz, cara. Podia ter dado certo entre a gente, ou não, afinal você naquele tempo ainda não tinha se decidido a dar a bunda, nem eu a lamber buceta, ai que gracinha nossos livrinhos de Marx, depois Marcuse, depois Reich, depois Castañeda, depois Laing embaixo do braço, aqueles sonhos colonizados nas cabecinhas idiotas, bolsas na Sorbonne, chás com Simone e Jean-Paul nos 50, em Paris; 60 em Londres ouvindo here comes the sun here comes the sun, little darling; 70 em Nova Iorque dançando disco-music no Studio 54; 80 a gente aqui, mastigando essa coisa porca sem conseguir engolir nem cuspir fora nem esquecer esse gosto azedo na boca. Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora o que faço? não é plágio do Pessoa, mas em cada canto do meu quarto tenho uma imagem de Buda, uma mãe de Oxum, outra de Jesuzinho, um poster de Freud, às vezes acendo vela, faço reza, queimo incenso, tomo banho de arruda, jogo sal grosso nos cantos, não te peço solução nenhuma, você vai curtir os seus nativos de Sri Lamka depois me manda um cartão-postal [...]
ora, não me venha com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinquenta ácidos, fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhava entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo? Mato, não mato, atordôo minha sede com sapatinhos do Ferro's Bar ou encho a cara sozinha aos sábados esperando o telefone tocar, e nunca toca, ouvindo samba-canção e blues com caipira de vodka, neste apartamento que pago com o suor do potencial criativo da bunda que dou oito horas diárias para aquela multinacional fodida. Mas eu quero dizer, e ela me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca, [...]
que aconteça alguma coisa bem bonita para você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em todos de novo, que leve para longe da minha boca esse gosto podre de fracasso, de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém da mais carona e a noite já vem chegando.

O Dia Que Urano Entrou Em Escorpião

Estavam todos mais ou menos em paz quando o rapaz de blusa vermelha entrou agitado e disse que Urano estava entrando em Escorpião. Os outros três interromperam o que estavam fazendo e ficaram olhando para ele sem dizer nada. Talvez não tivessem entendido direito, ou não quisessem entender. Ou não estivessem dispostos a interromper a leitura, sair da janela nem parar de comer a perna de galinha para prestar atenção em qualquer outra coisa, principalmente se essa coisa fosse Urano entrando em Escorpião, Júpiter saindo de Aquário ou a Lua fora de curso.

Era sábado à noite, quase verão, pela cidade havia tantos shows e peças teatrais e bares repletos e festas e pré-estréias em sessões da meia-noite e gente se encontrando e motos correndo e tão difícil renunciar a tudo isso para permanecer no apartamento lendo, espiando pela janela a alegria alheia ou tentando descobrir alguma lasca de carne nas sobras frias da galinha de meio-dia. Uma vez renunciado ao sábado, os três ali ouvindo um velho Pink Floyd baixinho para que, como da outra vez, os vizinhos não reclamassem e viessem a polícia e o síndico ameaçando aos berros acabar com aquele antro (eles não gostavam da expressão, mas era assim mesmo que os vizinhos, o síndico e a polícia gritavam, jogando livros de segunda mão e almofadas indianas para todos os lados, como se esperassem encontrar alguma coisa proibida) – renunciando pois ao sábado, e tacitamente estabelecida a paz com o baixo volume do som e a quase nenhuma curiosidade em relação uns aos outros, já que se conheciam há muito tempo, eles não queriam ser sacudidos no seu sossego sábia e modestamente conquistado, desde que a noite anterior revelara carteiras e bolsos vazios. Então olharam vagamente para o rapaz de camisa vermelha parado no meio da sala. E não disseram nada.

Aquele que tinha saído da janela fez assim como se estivesse prestando muita atenção na música, e falou que gostava demais daquele trechinho com órgão e violinos, que parecia uma cavalgada medieval. O rapaz de camisa vermelha percebeu que ele estava tentando mudar de assunto e perguntou se por acaso ele já tinha visto alguma vez na vida alguma cavalgada medieval. Ele disse que não, mas que com o órgão e todos aqueles violinos ao fundo ficava imaginando um guerreiro de armadura montado num cavalo branco, correndo contra o vento, assim tipo Távola Redonda, a silhueta de um castelo no alto da colina ao fundo – e o guerreiro era medieval, acentuou, disso tinha certeza. Ia continuar descrevendo a cena, pensou em acrescentar pinheiros, um crepúsculo, talvez um quarto crescente mourisco, quem sabe um lago até, quando a moça com o livro nas mãos tornou a baixar os óculos que erguera para a testa no momento em que o rapaz de camisa vermelha entrou, e leu um trecho assim:

Os homens são tão necessariamente loucos que não ser louco seria uma outra forma de loucura. Necessariamente porque o dualismo existencial torna sua situação impossível, um dilema torturante. Louco porque tudo o que o homem faz em seu mundo simbólico é procurar negar e superar sua sorte grotesca. Literalmente entrega-se a um esquecimento cego através de jogos sociais, truques psicológicos, preocupações pessoais tão distantes da realidade de sua condição que são formas de loucura - loucura assumida, loucura compartilhada, loucura disfarçada e dignificada, mas de qualquer maneira loucura.
Ernest Becker, A negação da morte

Quando ela parou de ler e olhou radiante para os outros, o que tinha saído da janela voltara para a janela, o rapaz de camisa vermelha continuava parado e meio ofegante no meio da sala enquanto o outro olhava para o osso descarnado da perna de galinha. Disse então que não gostava muito de perna, preferia pescoço, e isso era engraçado porque passara por três fases distintas: na infância, só gostava de perna, na casa dele aconteciam brigas medonhas porque eram quatro irmãos e todos gostavam de perna, menos a Valéria, que tinha nojo de galinha; depois, na adolescência, preferia o peito, passara uns cinco ou seis anos comendo só peito e agora adorava pescoço. Os outros pareceram um tanto escandalizados, e ele explicou que o pescoço tinha delícias ocultas, assim mesmo, bem devagar, de-lí-ci-as-o-cul-tas, e nesse momento o disco acabou e as palavras ficaram ressoando meio libidinosas no ar enquanto ele olhava para o osso seco.

O rapaz de camisa vermelha aproveitou o silêncio para gritar bem alto que Urano estava entrando em Escorpião. Os outros pareceram perturbados, menos com a informação e mais com o barulho, e pediram psiu, para ele falar baixo, se não lembrava do que tinha acontecido a última vez. Ele disse que a última vez não interessava, que agora Urano estava entrando em Escorpião, ho-je, falou lentamente, olhos brilhando. Ele estava lá há uns cinco anos, acrescentou, e os outros perguntaram ao mesmo tempo ele-quem-estava-onde? Urano o rapaz de camisa vermelha explicou, na minha Casa oito, a da Morte, vocês não sabem que eu podia morrer? e pareceria aliviado, não fosse toda aquela agitação. Os outros entreolharam-se e a moça com o livro nas mãos começou a contar uma história muito comprida e meio confusa sobre um garoto esquizofrênico que tinha começado bem assim, ela disse, a curtir coisas como alquimia, astrologia, quiromancia, numerologia, que tinha lido não sabia onde (ela lia muito, e quando contava uma história nunca sabia ao certo onde a teria lido, às vezes não sabia sequer se a tinha vivido e não lido). Acabou no Pinel, contou, é assim que começam muitos processos esquizóides. Olhou bem para ele ao dizer processos esquizóides, os outros dois pareceram muito impressionados e tudo, não se sabia bem se porque respeitavam a moça e a consideravam superculta ou apenas porque queriam atemorizar o rapaz de camisa vermelha. De qualquer forma, ficou um silêncio cheio de becos até que um dos outros se moveu da janela para virar o disco. E quando as bolhas de som começaram a estourar no meio da sala todos pareceram mais aliviados, quase contentes outra vez.

Foi então que o rapaz de camisa vermelha tirou da bolsa um livro que parecia encadernado por ele mesmo e perguntou se eles entendiam francês. Um dos rapazes jogou o osso de galinha no cinzeiro, como se quisesse dizer violentamente que não, olhando para o que estava na janela, e que já não estava mais na janela, mas sobre o tapete, remexendo nos discos. Parou de repente e olhou para a moça, que hesitou um pouco antes de dizer que entendia mais ou menos, e todos ficaram meio decepcionados. O rapaz de camisa vermelha falou baixinho que não tinha importância, e começou a ler um negócio assim:

Laposition de cet astre en secteur situe le lieu ou l’être dégage au maximum son indiuidualitéaans une voie de supersonnalisation, à lafaveur d’un développement d’énergie ou d’une croissance exagerée qui est moins une abondance de force de vie qu’une tension particulière d’enérgie. Ici, l’être tendà affirmer une volontélucide d’independence quipeutie conduire à une expression supérieure et originaledesapersonalité. Dans la dissonance, son exigence conduit à l’insensibilité, à la dureté, à l’excesszf à l’extremisme, au jusqu’au’boutisme, à l’aventure, aux bouleversements.
André Barbault, Astrologie

Parou de ler e olhou para os outros três devagar, um por um, mas só a moça sorriu, dizendo que não sabia o que era bouleversements. Um dos rapazes lembrou que boulevard era rua, e que portanto devia ser qualquer coisa que tinha a ver com rua, com andar muito na rua. Ficaram dando palpites, um deles começou a procurar um dicionário, o rapaz de blusa vermelha olhava de um para outro sem dizer nada. Depois que todos os livros foram remexidos e o dicionário não apareceu e o outro lado do disco também terminou, ele repetiu separando bem as sílabas e com uma pronúncia que os outros, sem dizer nada, acharam ótima:

L’être tendà affirmer une volonté lucide d’independence qui peut le conduire à une expression supérieure et originale de sapersonalité.

Então perguntou se os outros entendiam, eles disseram que sim, era parecidinho com português, lucide, por exemplo, e originale, era superfácil. Mas não pareciam entender. Aí os olhos dele ficaram muito brilhantes outra vez, parecia que ia começar a chorar quando de repente, sem que ninguém esperasse, deu um salto em direção à janela gritando que ia se jogar, que ninguém o compreendia, que nada valia mais a pena, que estava de saco cheio e não apostava um puto na merda de futuro.

O rapaz de camisa vermelha chegou a colocar uma das pernas sobre o peitoril, abrindo os braços, mas os outros dois o agarraram a tempo e o levaram para o quarto, perguntando muito suavemente o que era aquilo, repetindo que ele estava demais nervoso, e que estava tudo bem, tudo bem. A moça de óculos ficou segurando a mão dele e passando os dedos no seu cabelo enquanto ele chorava, um dos rapazes disse que ia até a cozinha fazer um chá de artemísia ou camomila, a moça falou que cidró é que era bom pra essas coisas, o outro falou que ia colocar aquele disco de música indiana que ele gostava tanto, embora todo mundo achasse chatíssimo, só que precisou botar bem alto para que pudessem ouvir do quarto. O chá veio logo, quente e bom, apareceu um baseado que eles ficaram fumando juntos, um de cada vez, e tudo foi ficando muito harmonioso e calmo até que alguém começou a bater na porta tão forte que pareciam pontapés, não batidas.

Era o síndico, pedindo aos berros para baixar o som e falando aquelas coisas desagradáveis de sempre. A moça de óculos disse que sentia muito, mas infelizmente naquela noite não podia baixar o volume do som, não era uma noite como as outras, era muito especial, sentia muito. Tirou os óculos e perguntou se o síndico não sabia que Urano estava entrando em Escorpião.

Lá no quarto, o rapaz de blusa vermelha ouviu e deu um sorriso largo antes de adormecer com os outros segurando nas suas mãos. Então sonhou que deslizava suavemente, como se usasse patins, sobre uma superfície dourada e luminosa. Não sabia ao certo se um dos anéis de Saturno ou uma das luas de Júpiter. Talvez Titã.

Marcadores: , , , , , , ,

Desalojado a 12km da cidade, a pé no escuro!!

18/3/2013 13:37
Escrevendo com o intuito de driblar a melancolia e o vazio que insiste em se apoderar de minh'alma, meu ser.
Era aproximadamente 17h30 quando fomos (Eu e o Pablo!) até a fazenda do meu avô Cristóvão "nas torre" para caminhar no meio do mato. Estávamos chapados? Não lembro. Não sei dizer com precisão pois já tem uns 6 meses. Tínhamos que estar de volta até as 19h30 no máximo pois iríamos ao Centro tomar passe.
Chegamos. Descemos da moto e pegamos a trilha. O sol se estendia no oeste, lentamente se retirando para ceder lugar à noite e se apresentar no hemisfério norte do planeta.
Lembro que estávamos com o iPad, o que significa que foi por volta de agosto ou setembro de 2012.
Eu tomei a dianteira e decidi seguir sempre para a frente sem me preocupar com nada além de seguir para a frente. Ele estava muito inquieto e preocupado. Diversas vezes me disse "já passamos por aqui", "já subimos esta "montanha" antes", "estamos andando em círculos", "vamos voltar", "estamos perdidos". Até que "estamos perdidos" começou a se repetir incessantemente de seus lábios desesperados. Sempre que ele dizia alguma das sentenças acima mencionadas, eu me irritava (porque não foram poucas vezes) e dizia pra ele aquietar a mente e focar em algo agradável. Até que como eu disse ele repetia que estávamos perdidos. Acho que caminhamos uma meia hora ali. Então decidi voltar para casa. Começamos a procurar pela saída da mata e encontrar a moto. Foi em vão. Andamos uns quinze ou vinte minutos procurando pela saída e nada. E foi então que pousei do meu vôo (sol em gêmeos + ascendente em aquário = ar²) de consciência e ao pôr os pés no chão me deparei com a seriedade da situação. Estávamos, de fato, perdidos. Comecei a me desesperar. Então ele sugeriu que abandonássemos a trilha e tentássemos a sorte através do mato, algum tipo de atalho. Concordei. Em vão. Chegamos à beira de uma baixada, um barranco escuro e pensei "um lugar perfeito para um ninho de cobras" e viramos para a esquerda. Eu estava ficando desesperado pois o sol em poucos minutos nos deixaria na mais absoluta escuridão. Clamei ao Senhor Jesus em busca de orientação. Uma voz me disse pra seguir para oeste (rumo ao sol). Obedeci. Demorou um pouco, mais uns 5 minutos então saímos da mata. O sol já se tinha ido. Restava o mínimo de claridade. As estrelas já se estendiam no céu. Saímos da mata um tanto distantes de onde deixamos a moto. Seguimos até ela. A encontramos. Agora veio o susto maior: a chave não estava no meu bolso. Bem, ali estávamos nós a uns 700 ou 800 metros distante da estrada (da saída da fazenda) na mais absoluta escuridão, e os celulares não pegavam sinal (se bem que se não me engano o meu estava no banco da moto). Eu pensei "deve ter sido quando corremos na trilha, a chave deve ter pulado do meu bolso".
14:08
Enfim, optamos pela única alternativa disponível: pegar a estrada caminhando. Estávamos a 12km da cidade.
*continua...
* Ganhei uma máquina de escrever do meu vô materno, chega amanhã!!! Agora sim vou poder escrever pra valer, e acabar os textos de uma vez!!! Como podem ver (por causa das horas), escrever a mão é muito demorado, alguns textos eu chego a demorar 3 horas pra escrever e nem ficam tão grandes assim!
Sendo assim, obrigado Senhor Jesus pela máquina de escrever e até a próxima, depois eu publico o resto da história! Só pra resumir, a gente caminhou aproximadamente 8km quando um caminhão com 2 leiteiros parou e deu carona pra gente. A gente tava com o iPad daí ele ia iluminando a estrada... mas não dava pra ver nada além de 5 metros adiante de nós.

Continuação:
24/3/2013 16:45
continuando o relato de agosto ou setembro de 2012 com o Pablo, a 12km da cidade:
optamos pela única alternativa disponível: pegar a estrada caminhando.
eu continuava de bom humor e ele continuava agitado, e a passos largos seguíamos para o leste, para casa. passou uma caminhonete daquelas grandes. iluminei-me com o iPad e estendi-lhe o meu polegar requestando por uma carona. ela passa direto. berro: "ei carona compreensão estamos a pé no meio do nada, leva a gente na carroceria!" e o motorista pisa mais fundo e dali a poucos segundos faz uma curva à esquerda e desaparece para nunca mais ser visto. caminhamos mais uns quinze minutos, olhamos para trás: é um carro, ei, mais uma esperança! ilumino-nos com o iPad e acenamos e estendemos o dedão requestando uma carona. ele reduz a velocidade... está parando... bum, do nada pisa fundo e desaparece para nunca mais ser visto. enfim, seguimos assim, passamos da Porteira Preta caminhando, passam algumas motos e mais carros, enfim, já perdemos a Esperança de pegar carona com algum carro,... daí quando menos esperávamos um caminhão pára. entramos no caminhão. temos um curto diálogo e cumprimento. relatamos sucintosamente a nossa - má sorte? azar? AVENTURA, eu adorei! - o iPad continuava tocando blues baixinho, o Pablo insinuou pra mim pausar mas tava tocando uma música muito boa da Janis Joplin e eu tava quase tendo um orgasmo e simplesmente não - CONSEGUI parar. Os leiteiros não reclamaram nenhuma vez e assim seguimos até a cidade. eles nos oferecem água, eu particularmente tava com muita sede até porque a gente deve ter caminhado uns 2,5 ou 3km na trilha, daí começamos a caçar a saída, mais 700 metros em média, achamos a moto, caminhamos até a saída da fazenda, mais 700 metros, mais 7km até que os leiteiros pararam, e tudo isso sem um gole sequer de água então eu estava com sede realmente. era numa caneca? ou num copo, não lembro. só lembro que estavam tomando café antes e eu odeio café, nessa encarnação eu só tomei um gole de café uma única vez quando eu tinha 4 anos, me lembro bem, foi meu tio Beto quem levou pra mim e o meu primo, Danilo. eu sempre senti aversão por café e nunca senti o mínimo interesse em tomar mas os dois insistiram tanto que eu resolvi dar um gole... argh, que merda. enfim, como eu tava com sede, eu tava com tanta sede que nem lembrava que tava com sede, acho que quando eles ofereceram água eu até recusei e o Pablo aceitou daí eu transfigurei e aceitei também, enfim, fui obrigado a tomar água com aquele café misturado... daí seguimos o resto da "viagem" com o iPad tocando música-ambiente blues, bem baixinho tipo canção de ninar, tava no aleatório, Willie Dixon, John Hammond, Elmore James, Nina Simone, Bessie Smith, sim... ah, que vida. muitos em meu lugar estariam chorando desesperados quando se depararam que a chave da moto não tava no bolso, outros talvez ficassem sem reação e entrariam em estado de choque, quer dizer, isso seria bem difícil pra começar porque - o que esse tipo de pessoa estaria fazendo caminhando no meio do mato? quer dizer, eles provavelmente estariam assistindo tv ou qualquer coisa banal e contracultural.
enfim, eu acordo cedo no outro dia LOUCO pra pegar a moto o quanto antes, vai que alguém sequestra ela ou algo assim? quer dizer, ela tava com o guidão trancado mas aquela trilha é bem popular por motoqueiros e nunca se sabe o que se encontrará quando abrimos a porta de um quarto escuro e desconhecido, -
eu ligo pro chaveiro umas quinze vezes. ele sempre diz que já tá quase chegando. ele demora cerca de 2h30 pra chegar. daí a gente vai na moto dele e ele demora uns quinze minutos "descodificando" a fechadura e finalmente consegue ligar a moto. mas não adianta muito porque o meu capacete tá trancado no banco o que significa que não dá pra mim dirigir assim, enfim, ele começa a investir em abrir o banco e -
SURPRESA a chave tá lá dentro, quer dizer, a meu ver foi uma coisa muito boa a gente ter trancado a chave dentro do banco, melhor do que se ela tivesse caído do meu bolso no meio do mato: se ela tivesse caído no meio do mato ainda ia ter que esperar mais uns vinte minutos em média pro chaveiro, Washington, conseguir fazer outra cópia. Enfim, a gente vai embora até o "consultório" dele daí ele faz uma cópia da minha chave (essa era a única, a outra eu nem lembro o que aconteceu, acho que meu pai perdeu e nunca tive a chave reserva, ou talvez eu a tenha tido e perdi) e ele cobra 70 reais e eu pago e vou embora feliz com uma aventura muito empolgante no currículo anímico.

Daniel Do Vale com Pablo Inácio!

Marcadores: ,

segunda-feira, 18 de março de 2013

Bruno J. Gimenes & Patrícia Cândido - O Criador da Realidade 2010

Marcadores: , , , , ,

Bruno J. Gimenes - Fitoenergética: A Energia das Plantas no Equilíbrio da Alma 2009


Marcadores: , , , ,

quinta-feira, 14 de março de 2013

Espírito Ângelo Inácio, Trilogia O Reino Das Sombras - Psicografado por Robson Pinheiro 2006 2008 2010

Marcadores: , , , , , , , , , , , ,

quarta-feira, 13 de março de 2013

Bruno J. Gimenes orientado pelo espírito Cristopher - Ativações Espirituais: Obsessão e Evolução Pelos Implantes Extrafísicos 2011

Sinopse:
Muitas pessoas nem imaginam que estão sendo obsediadas por um sofisticado sistema organizado por especialistas das sombras, entidades espirituais perversas, verdadeiros mestres da maldade que sustentam tecnologias inimagináveis aos olhos humanos. Tudo a serviço dos planos inferiores da dimensão espiritual.
Nesta obra, o autor, juntamente com os orientadores espirituais, relata o trabalho da luz e das sombras no ambiente extrafísico da Terra. Uma queda de braços está acontecendo desde o início dos tempos, onde o bem e o mal se enfrentam para decidir quem sairá vencedor, mas, no cenário atual, novas possibilidades apontam que a luz finalmente pode levar vantagem, tudo dependerá do papel de cada um de nós.

Trechos:
Ele não apenas estendeu a mão na direção de um livro pretendido, mas mergulhou em direção a ele. Foi um fenômeno tão lindo que chamou muito a minha atenção. Fiquei chocado, apenas observando aquele show perante os meus olhos. Dessa forma, Cris mergulhou com o corpo quase que inteiro na direção daquilo que parecia ser um livro. E nesse tempo um tipo de luz líquida branca levemente azulada envolveu todo o seu corpo.
Quando nos colocamos como canais da Vontade Divina aflora um sentimento de que estamos fazendo a coisa certa, o que nos proporciona um sentimento maravilhoso, sem igual!
Todo ser humano passa por um processo de evolução espiritual consciente, alguns chamam de reforma íntima, outros de purificação espiritual, já outros de elevação da consciência; o homem do século XXI já começa a perceber que tem uma tarefa espiritual a cumprir e que tudo indica ser a evolução das emoções; melhor dizendo, a transmutação dos sentimentos densos em sublimes.
A raça humana já começa a mostrar que está compreendendo, ainda que lentamente, a necessidade de crescimento consciencial; todos começam a buscar mudanças que os façam mais felizes. E para serem mais felizes precisam ser mais equilibrados. Para serem mais equilibrados precisam HARMONIZAR SUAS EMOÇÕES, esse é o ponto. Não importa o nome que desejamos dar, a humanidade começa a compreender que as emoções densas precisam ser eliminadas.

Uma "simples" noite de carnaval por exemplo pode ativar negativamente na atmosfera uma quantidade tão grande de fluidos densos que são capazes de desequilibrar os sentimentos de uma grande população por vários meses. Assim acontece em um baile funk, numa festa de música eletrônica ou em reuniões sociais ou populares em que os princípios morais elevados não se façam presentes. - Assim fica evidente mais uma vez a necessidade que o homem tem de conhecer plenamente as consequências de seu descaso espiritual, bem como saber que sua negligência não gera efeitos nefastos apenas para si, mas para o mundo todo.

As emoções, os sentimentos e os pensamentos são energias que geram ondas vibratórias, portanto, produzem impulsos. Tudo que percebemos ou consideramos pela nossa consciência gera uma massa de energia com forma sutil que não é visível a olhos nus. Cada emoção dá forma a uma massa de energia. É pela resultante dos pensamentos e sentimentos das pessoas que essa concentração invisível se forma na atmosfera. O controle desse fator é importante para garantir a harmonia mental e emocional do planeta e dos planos sutis relacionados. - Uma vez que os níveis fiquem elevados acima do aceitável podem desencadear ocorrências negativas alarmantes, como histerias coletivas, suicídios em massa, acidentes de trânsito acima do normal, tragédias, casos de violência além da média, badernas generalizadas, assaltos em massa, além da ação desgovernada dos grupos Elementais. Pode-se dizer que quando os níveis de densidade do psiquismo ficam acima do tolerável a Terra sofre uma grave e danosa intoxicação por fluidos nefastos que depreciam demasiadamente a angelitude da alma humana, proporcionando um declínio aos mais primitivos sentimentos, ou seja uma animalização das emoções. Esses fenômenos negativos ocorrem quando a humanidade como um todo está em desequilíbrio, desorientada, confusa e alienada.
O clima era levemente úmido e agradável, proporcionando um incrível bem-estar para os que ali viviam.

Se todas as empresas, todos os grupos, em todas as profissões soubessem da importância e dos efeitos benéficos oferecidos pelas orações em grupo antes do início das tarefas, jamais deixariam de lado esse elevado hábito; dá pra dizer que as orações feitas em grupo com o coração puro e elevado produzem lucros dos mais diversos tipos, mas infelizmente a maioria das pessoas é cega para as verdades universais. Elas preferem viver seus dias terrenos repercutindo com ceticismo sempre que o assunto for Espiritualidade, Deus, Preces, Fé, entre outros. A esses irmãos cabe esperarmos as rodas de reencarnações aplicarem as pedagogias necessárias para que seus corações tornem-se puros e expandidos o suficiente até que cheguem à condição de terem absoluta certeza de que são Espíritos Em Evolução trabalhando na obra do Grande Espírito Criador. Notadamente essa certeza só acontece mediante a forja do sofrimento, da dor, das desilusões e dos erros que carregam consequências por milênios; sorte daquele que entende sem ter que sofrer pois encurta o espaço de tempo e aprende a ser mais feliz de forma simples e igualmente natural.

As grandes tempestades ocasionais acontecem na atmosfera terrestre com o propósito de reequilíbrio ambiental no plano físico. Quando essas chuvas torrenciais caem, após seu cessar é comum instalar-se no ambiente uma agradável sensação de leveza no ar. Todavia é comum que junto com a tempestade ocorram verdadeiros desastres para a humanidade, tais como enchentes e ventanias que destroem casas, provocam acidentes, desabamentos, gerando mortes, doenças e muito sofrimento. Quanto ao equilíbrio de vida no planeta, mais harmonioso seria contar com as chuvas corriqueiras estabelecidas nas estações definidas ocorrendo em quantidades equilibradas para que tudo fluísse de forma "natural". Entretanto quando o psiquismo da Terra está denso demais pelo fato da humanidade produzir intensas e constantes emoções inferiores com poderes imensamente intoxicantes, as corriqueiras chuvas não promovem a purificação necessária. Isso porque uma simples chuva não tem o poder de limpar tanta poluição psíquica acumulada. Além do que, o excesso de atitudes antiecológicas gera grande desequilíbrio na ação dos Elementais, assim, quando eles entram em ação atuam em proporções desajustadas. Portanto como as chuvas simples não são completamente efetivas na tarefa de devolver equilíbrio ao psiquismo, a Natureza se encarrega de colocar a serviço os Anticorpos da Terra que são esses grupos de Elementais. -

A Terra é um organismo vivo e como tal está munido de Elementos Naturais (Anticorpos) capazes de combater os ataques virais, que tem como fonte maior a ignorância humana. Quando os níveis do psiquismo ficam demasiadamente densos as reações naturais surgem como contramedidas colocadas em ação pelos grupos de Elementais que acontecem na forma de tempestades, tormentas, tsunamis, furacões e tornados com o objetivo de beneficiar no sentido da recuperação da qualidade da psicosfera.
Simplesmente porque acontecem de maneira devastadora sem ponderar as mortes, as destruições de casas, doenças ou sofrimentos, os grupos de Elementais envolvidos não possuem consciência para discernir ou controlar o que deve e o que não deve ser destruído. Entretanto não podemos dizer que haja qualquer erro nessa Natureza do planeta, afinal é só um mecanismo cíclico que luta bravamente para manter a qualidade da vida na Terra, entendendo que tudo aquilo que atrapalha esse equilíbrio deve ser combatido.

Eu, atento, ouvindo Cris falar, fiquei assustado, pois percebi naquele momento que eu também sou um vírus para a Mãe Terra, não só por poluir ou consumir demais, mas por minhas emoções.
"Somos o alvo" dos anticorpos da Terra, os elementais!
Sim, a humanidade comporta-se como um vírus, destruindo e desequilibrando tudo.
À medida que o homem, ignorante das consequências desastrosas provocadas por sua base moral distorcida, começou a povoar e expandir-se pela Terra, ele começou a deixar seu rastro desequilibrador. Como consequência os grupos de Elementais começaram a agir na mesma proporção em oposição às atitudes mundanas.
Eis a nobre importância dos centros de controle: evitar que os grupos Elementais ajam à sua moda, pois como já sabemos não é muito agradável para os encarnados.
Nesse instante senti que minha consciência se iluminou para a importância que a oração tem na manutenção do equilíbrio da vida no nosso planeta.
Infelizmente as pessoas só se lembram da força do Espírito Criador nos momentos de dificuldade.
Além da necessidade de termos atitudes ecológicas corretas, precisamos ter consciência da importância de nossas orações para a manutenção da qualidade de vida na Terra.
A harmonia das forças da vida tem um inimigo natural: o homem alienado de suas responsabilidades. Sim, os atos corriqueiros e estilo de vida humano são os maiores obsessores do ecossistema global.
Toda raiva, medo, rancor, egoísmo, ansiedade e pessimismo gravitam na atmosfera sutil e acabam voltando para os mesmos seres humanos, os reais geradores. O resultado disso é que nos intoxicamos mais a cada dia em um ciclo contínuo.
A Terra é um grande organismo vivo assim como o corpo humano que quando atacado por um vírus imediatamente reage colocando seus anticorpos em ação. Fazendo uma analogia, assim como existem os anticorpos para auxiliar a manter a saúde física humana, o planeta Terra tem os Elementais que são Forças da Natureza responsáveis por manter o equilíbrio da vida e dos elementos como água, ar, terra e fogo. - São espíritos advindos de Forças da Natureza, entretanto não possuem a mesma estrutura energética e consciencial tal qual a de um ser humano. Por estarem ligados a uma consciência coletiva (não individualizada), têm orientação própria baseada nos movimentos da vida, como uma bússola interior. Agem por instinto. São Forças Naturais concentradas em seus objetivos.
Sempre que a atmosfera psíquica da Terra sofrer com a grande concentração de fluidos tóxicos emitidos pelos seres humanos em desequilíbrio emocional, os Elementais atuarão sistematicamente para restabelecer o equilíbrio necessário, envolvendo-se nessa tarefa como anticorpos.
Elementais: água (ondinas); fogo (salamandras); ar (sílfides); terra (gnomos: minerais; duentes: plantas; fadas: flores).
Quanto mais severa for a ação, maior será a saturação de fluidos densos.

Sempre existirão pessoas distraídas de suas missões pessoais, todavia de forma muito intensa (portanto esperançosa), muitas pessoas estão despertando para os valores espirituais em todo o globo terrestre.

Eu estava estafado com a profundidade das informações, bem como com a importância delas, mas ao mesmo tempo estava feliz porque entendi a amplitude do projeto que estava em expansão entre nós encarnados.
Além disso reconheci com toda a força do meu ser a presença de um Deus que nos ama e que trabalha sem cessar para que atinjamos níveis cada vez mais elevados de consciência e evolução!

A causa maior dos processos obsessivos de ordem espiritual acontece com o objetivo de fornecer energia aos mestres do mal para que de seus ambientes sombrios consigam construir suas realidades com seus apegos, vícios e hábitos tão depreciativos. Quando os seres de alma escurecida pelos enganos e ilusões conscienciais desencarnam, acumulam em suas histórias uma grande cota de atitudes maléficas e equivocadas. Ao regressarem à dimensão espiritual deparam-se inevitavelmente com as Leis Naturais. Nesse momento percebem que seus atos negativos não passam despercebidos e por consequência para abrandamento de seus carmas precisarão retornar à experiência terrena em sucessivas reencarnações para reparo de seus males, bem como para a lapidação essencial de suas almas. - De posse dessa realidade e conscientes do tamanho da conta, decidem se esquivar o tempo que for possível da ação recicladora dos ciclos reencarnatórios porque sabem que a tarefa que os espera será árdua, enrijecida, totalmente privada de benefícios. Em outras palavras, esses seres assim chamados de endividados fogem da reencarnação mais que "o diabo da cruz". As experiências reencarnatórias que lhe esperam serão crivadas de muito sofrimento, privações e outros desafios. Todos esses seres sabem que um dia ou outro terão de pegar o caminho de volta ao coração do Grande Espírito Criador.
Qualquer espírito desencarnado em desequilíbrio sedento por energia vital poderá exercer influência sobre outro espírito, seja encarnado ou desencarnado, com o propósito de abastecer-se. Entretanto pouco tempo depois sua sede de energia vital voltará. Dessa forma ele existirá apenas em função de sua carência como um viciado em drogas fissurado pela próxima viagem sem medir as consequências dessa prática escravizante, portanto destruidora.
Com essa explicação de Cristopher consegui compreender melhor o papel dos magos negros, senhores da escuridão ou qualquer nome que possa lhes ser dado. São espíritos lutando contra as rodas de reencarnação para que não precisem confrontar as consequências de seus atos com ações (ou melhor, reações) reparadoras que certamente lhe causarão muito sofrimento; especializam-se cada vez mais nas artimanhas do VAMPIRISMO sobre os encarnados de todas as formas possíveis.
Atento a esse detalhe porque sempre me questionava quanto à ação dos seres trevosos, me lembrava da visão estreita que algumas religiões têm sobre o bem e o mal. Agora estava tudo mais claro, por efeito dos apegos do materialismo, pelos hábitos viciosos e animalizados, o ser humano se perde em seu caminho de busca por angelitude e em cada ato denso acaba assentando um tijolinho na construção das estruturas umbralinas. - Sendo assim, precisamos batalhar ferozmente contra nossos vícios mundanos, apegos, vaidades e ignorâncias, porque senão sempre seremos alimentadores do astral denso ou inferior.
No seu olhar ele guardava um manancial de sabedoria, simplicidade e humildade que despertou em mim uma emoção tão grande que foi capaz de liberar de mim um choro espontâneo por um tempo. Era um choro de puro amor, de plenitude e encontro com minha mais nobre face. - "Simplicidade, meu filho, simplicidade! É a chave da cura de tudo."
Nesse tempo também percebi que a Intenção e a Concentração são as chaves desse processo, por isso quando faço a minha prece diária de agradecimento e renovação do pedido, preciso ficar focado nos objetivos que desejo. Algumas vezes na correria das rotinas diárias acabei fazendo algumas preces de renovação sem muita profundidade ou concentração e o que percebi foi que nesses casos a vibração dos NECs diminuiu muito. Mesmo assim, quando retomamos a prática de renovar e agradecer o pedido com Fé e Devoção, o pulsar dos Núcleos (Energéticos de Consciência - NECs) fica forte novamente e tudo volta a fluir em perfeito e harmônico alinhamento.
Sempre que você estiver fazendo uma Ativação ou renovando os seus pedidos nas preces diárias, fique muito receptivo às intuições e percepções que virão e aproveite-as dentro do possível pois poderão fazer a diferença em sua vida.

Toda espécie de seres da escuridão, magos das trevas e seus semelhantes, são espíritos iniciados em mistérios de outrora, em civilização de elevado avanço espiritual, como os atlantes, egípcios, sumérios, que fazem uso de seus conhecimentos para o lado denso da força. Tudo gira em torno de conquistar quantidades sempre maiores de Energia Vital.
Essa Lei nos mostra que não importa o tempo que levar, um dia, em algum momento, aqueles que decidiram resistir aos movimentos da Terra precisarão ceder... não há como bloquear essa rotação, não há como fazer a energia parar de se agitar, ela pode ter sua cinética diminuída, mas cessada completamente, não.
Seu principal propósito é o de estimular a perda da Conexão entre o hospedeiro e o plano divino.

Você veio a esse local específico porque como já foi comentado existe uma ligação energética entre você e essa região.

Uma vez que o ser humano despertasse para os valores essenciais, para a consciência de sua missão pessoal e para uma visão ampla de sua importância no plano maior, esses problemas seriam dizimados na causa raiz. - Mas quem na Terra quer deixar de lado os vícios, os apegos da matéria? - É muita distração, muita contaminação, pouca oração, quase nenhuma conexão. Matam-se teorizando Deus mas não matam a intolerância, a vaidade e o Ego. Não se conhecem, não se perdoam, não perdoam aos outros, nem sequer se amam; as melhoras substanciais acontecerão quando aqueles espíritos encarnados sinalizarem suas disposições para os trabalhos angélicos. -
Para um ser desperto consciente e atuante integrado às Vontades Maiores o sentimento de GRATIDÃO é sua fonte de luz que brota com naturalidade a cada ato de amor e conexão com DEUS. (mas para calibrar sua bússola interior pode ser um desafio que apresenta muitas dificuldades)
Embora soubéssemos que muitas experiências viriam com muitas narrativas, estávamos impregnados de uma sensação de dever cumprido, pelo menos para aquele momento.
Não sabia nem o que dizer diante da explanação de Cris. Ele sempre foi um sujeito calmo e pacífico, mas quando começa a falar sobre nossos erros mundanos e comentar nossos comportamentos equivocados, ele se transforma. Uma luz amarela começa a se expandir em seu contorno, sua voz fica mais firme; até parece que ele aumenta de tamanho. Quando esse fenômeno acontece, já aprendi que é hora de me calar e aproveitar as pérolas que virão.
Jamais em toda história da humanidade o ser humano foi banhado por tamanha onda de informações, transformações, descobertas e liberdade. Além disso os tempos são outros e vários fatores convergem no âmbito da grandeza universal estimulando essa subida na escala de consciência da humanidade.
...LIBERDADE quando seus lemes interiores estiverem voltados para o Bem Maior e para a quebra das correntes do egoísmo.
Assim lembro da importância em continuarmos fazendo a nossa parte com dedicação, com carinho, com amor, porque certamente bons frutos virão.
Sei que a tarefa de um espiritualista que caminha no campo da comunicação com os espíritos não é muito fácil em se tratando do nível de crença das pessoas em geral, mas me envolvo de muita esperança ao pensar que Personalidades tão marcantes na história da humanidade enfrentaram praticamente o mundo todo, confiantes em seus propósitos, para levar suas Boas Novas também. Sinceramente, nosso tempo é outro, as dificuldades são muitas, mas se comparadas às dificuldades do passado, são quase insignificantes.
Sem a pretensão de mudar o mundo mas sim de fazermos apenas a nossa parte deixando os frutos à mostra para quem quiser colher.
Existem momentos em nossas vidas em que realmente nossos corações batem mais forte. Podemos citar inúmeros, como por exemplo o exame prático para ter a carteira de motorista, o primeiro beijo, uma entrevista de emprego para o qual se espera muito, o primeiro dia do primeiro emprego, um parto (no caso das mulheres), uma tomada de decisão difícil, uma mudança esperada há muito tempo, a conquista de um sonho, uma promoção, uma aquisição material de profunda importância, entre outras. Também existem momentos negativos em que nossas emoções ficam intensificadas, como a morte de alguém próximo, notícia ruim, doença grave, situação conflitante, entre outros acontecimentos de mesmo perfil no tocante à intensidade das emoções afloradas.
Quando acontecimentos dessa ordem acontecem na vida de uma pessoa, por força de suas emoções acionadas espontaneamente como reação natural (adrenalina), o corpo espiritual (aura) dessa pessoa se expande e se retrai com intensidade impressionante. Assim como um gato assustado que arrepia todos os seus pelos ao se deparar com uma situação desafiadora, nossa aura também produz incríveis modulações, possíveis em momentos de frenéticas emoções, sejam elas positivas ou negativas.
Na ocorrência dessas situações o corpo espiritual da pessoa acelera-se muito em relação à sua frequência de vibração normal, os chakras (chacras) e os nadis são diretamente influenciados, de forma que todas as funções do corpo energético têm um grande salto na capacidade de canalizar, pulsar e transferir a energia (vital).
Portanto, as situações rotineiras que envolvam emoções intensas provocam uma incrível aceleração na pulsação de energia da vida pelo conjunto corpo e espírito.

O controle das emoções negativas possivelmente é o nosso maior desafio de vida.
Quando passamos por momentos de emoções à flor da pele, é salutar que desenvolvamos a tranquilidade para domá-las, acalmá-las e direcioná-las (canalizá-las). Temos que ter a compreensão de que se não agirmos no sentido de controlar essas emoções, serão elas que nos controlarão! E quando as emoções não são controladas tornamo-nos animais, nos densificamos, por consequência regredimos ao invés de evoluirmos rumo à conquista de angelitude para nossas almas. - Devemos redobrar nossa vigília nos momentos de emoções extremadas trabalhando no sentido de abrandá-las e direcioná-las (canalizá-las) para objetivos mais elevados porque assim conseguiremos acelerar muito nossa evolução. Emoção desequilibrada intoxica e escraviza a raça humana rebaixando à condição de animalizada.
Somos todos seres em evolução buscando nosso caminho de volta ao Coração do Grande Espírito Criador. Não existem culpados, não existem vilões, somos sempre criadores da doença e do antídoto!
A cada dia está à nossa disposição mais informação, mais conhecimento e certamente mais amor do Grande Espírito Criador por nós, os seus filhos queridos, e por isso precisamos de uma vez por todas aproveitar essa Boa Nova em benefício próprio e de nossos irmãos! Que Ele nos dê força para que façamos a nossa parte bem feita! Amém.

Marcadores: , , , , , , , , , ,

Éliphas Lévi / Eliphas Levi - O Grande Arcano ou Ocultismo desvendado (Le Grand Arcane ou l'Occultisme dévoilé) 1868 1869

Os animais são submetidos pela Natureza a um estado fenomenal que os impele à reprodução a que chamamos cio. Só o homem é capaz de um sentimento sublime que lhe faz escolher sua companheira e que tempera pelo devotamente mais absoluto a aspereza do desejo. Este sentimento se chama Amor. Entre os animais o macho copula indistintamente com todas as fêmeas e as fêmeas se submetem a todos os machos. O homem é feito para amar uma só mulher e a mulher digna de respeito se conserva para um só homem.
No homem como na mulher o arrastamento dos sentidos não merece o nome de amor; é alguma coisa semelhante ao cio dos animais. Os libertinos e as libertinas são brutos.
O amor dá à alma a intuição do absoluto porque é por si mesmo absoluto ou não existe. O amor que se desperta numa grande alma é a eternidade que se desperta.
Na mulher que ama o homem vê e adora a divindade materna e dá para sempre seu coração à virgem a que aspira condecorar com a dignidade de Mãe.
A mulher no homem que ama adora a divindade fecunda que deve criar nela o objeto de todos os seus votos, o fim da sua vida, a coroa de todas as suas ambições: o Filho.
Estas duas almas não fazem mais que uma que deve completar-se por uma teceira. É o homem único em três amores como Deus existe em três pessoas.
Nossa inteligência é feita para a verdade e nosso coração para o amor. É por isso que Santo Agostinho diz com razão dirigindo-se a Deus: "Tu nos fizestes para Ti, Senhor, e o nosso coração é atormentado até que tenha encontrado o seu descanso em Ti"; ora, Deus, que é infinito, só pode ser amado pelo homem como intermediário. Faz-se amar pelo homem na mulher e no homem pela mulher. É por isso que a honra e a felicidade de ser amados nos impõem uma grandeza e bondade divinas.
As almas vivem de verdade e de amor; sem amor e sem verdade sofrem e perecem como corpos privados de luz e de calor.
O amor é uma preferência absoluta que xige a reciprocidade, porém não pode existir sem uma confiança absoluta, que o ciúme vulgar tende naturalmente a destruir.
Julgai também o amor conforme as suas obras, se eleva a alma, inspira o devotamento e as ações heróicas, se apenas tem ciúme da felicidade do ser amado. Se é capaz de sacrificar-se para a honra e descanso da pessoa a quem ama, é um sentimento imortal e sublime; porém se enerva a vontade, se abaixa as aspirações, se faz desprezar o dever, é uma paixão fatal e é preciso Vencer ou Morrer.
Quando o amor é puro, absoluto, divino, sublime, é por si mesmo o mais sagrado de todos os deveres.
Palavra de Salomão: o amor é mais inflexível que o inferno.
O verdadeiro amor é a revelação brilhante da imortalidade da alma; seu ideal para o homem é a pureza sem mancha e para a mulher a generosidade sem desânimo. Tem ciúme da integridade desde ideal tão nobre; o sonho eterno do amor é a mãe imaculada.
A impureza é a promiscuidade dos desejos; o homem que deseja todas as mulheres, a mulher que ama os desejos de todos os homens, não conhecem o amor e são indignos de conhecê-lo. É permitido à mulher ser bela, porém ela só deve desejar agradar àquele que ela ama ou aquele que poderá amar um dia.
A integridade do pudor da mulher é especialmente o ideal dos homens e é o assunto do seu ciúme legítimo. A delicadeza e a magnitude no homem é o sonho especial da mulher e é neste ideal que ela encontra o estimulante ou o desespero do seu amor.
O casamento é o amor legítimo. Um casamento de conveniência é um casamento de desespero; porém o amor não obedece sempre às conveniências sociais e aquele que se casa sem amor muitas vezes deposa uma probabilidade de adultério. A mulher que ama e casa com o homem a quem não ama faz um ato contra a Natureza ou as leis universais.
Há um ente diante de quem uma mulher, digna desde nome, nunca deve resignar-se a enrubescer: é o homem que achou digno do seu primeiro amor. Compreendemos que um homem de coração despose e reabilite, assim, uma moça honesta que foi seduzida, depois abandonada.
Desposar uma mulher que se deu a outro e a quem este outro não abandonou é desposar a mulher de outro casamento nulo diante da Natureza e da dignidade humana.
Abjudar publicamente seu pensamento sem estar convicto de que é falso é a apostasia do espírito; abjurar o amor quando a gente sente que ele existe eis aí a apostasia do coração.
Os amores que mudam são caprichos que passam; aqueles de que nos devemos envergonhar são fatalidades cujo jugo devemos sacudir.
O amor verdadeiro é uma paixão invenível motivada por um sentimento justo, e nunca pode estar em contradição com o dever, porque se torna o mais absoluto dever; porém a paixão injusta constitui o amor fatal e é a este que devemos resistir; poderíamos dizer que o amor fatal é o príncipe dos demônios, porque é o magnetismo do mal armado com todo o seu poder, e nada pode limitar ou desarmar os seus furores. É uma febre, é uma demência, é uma raiva. As recordações nos torturam, os desejos enganados nos desprezam, saboreamos a morte e, muitas vezes, prefere-se antes sofrer e amar que morrer. Qual o remédio para esta doença? Como curar as picaduras desta flecha envenenada? Quem nos tirará das aberrações desta loucura? - Para curar do Amor Fatal é preciso romper a cadeia magnética precipitando-se noutra corrente e neutralizando uma eletricidade pela eletricidade contrária: afastai-vos da pessoa amada; nada guardeis que vo-la lembre; abandonai até o vosso vestuário com o qual ela vos tenha visto. Imponde-vos ocupações fatigantes e múltiplas, nunca fiqueis ocioso, nem a sonhar; esgotai-vos de cansaço durante o dia para dormir profundamente à noite; procurai uma ambição ou um interesse a satisfazer, e para encontrá-los, elevai-vos acima do vosso amor. Assim chegareis à tranquilidade, senão ao esquecimento. O que é preciso evitar principalmente é a solidão nutridora dos enternecimentos e sonhos, a menos que a pessoa não se sinta atraída pela devoção e que não procure nos suplícios voluntários do corpo o abrandamento das penas da alma.
O que é preciso pensar principalmente é que o absoluto nos sentimentos humanos é um ideal que nunca se realiza neste mundo, que toda beleza se altera e que toda vida se esgota; que tudo passa, enfim, com uma rapidez que parece prestígio; que a bela Helena se tornou uma velha cabeça desdentada, depois um pouco de pó e enfim nada.
Todo amor que não se pode e não se deve confessar é um amor fatal. Fora das leis da natureza e da sociedade nada há de legítimo nas paixões e é preciso condená-las ao nada desde o nascimento, esmagando-as sob este axioma: o que não deve existir não existe. Coisa alguma desculpará o incesto ou o adultério. São coisas cujo nome os ouvidos castos temem e cuja existência as almas simples e puras não devem admitir. Os atos que a razão não justifica não são atos, são bestialidades e loucura. São quedas após as quais é preciso relevar-se e limpar-se para não guardar as suas manchas; são torpezas que a decência deve ocultar e que a moral, purificada pelo sopro magnético, não poderia admitir, mesmo para puni-las. Vede Jesus na presença da mulher surpreendida em adultério: não escuta os que a acusam, não a olha para não ver sua vergonha e, quando o importunam para que a julgue, ele a repreende com esta grande palavra que seria a supressão de toda penalidade imposta pela justiça humana se não quisesse dizer que certos atos devem permanecer desconhecidos: levantai-vos e de ora em diante procurai não mais cair.
Jesus não admite o adultério; chama-o fornicação e como único castigo autoriza o homem a despedir aquela que foi sua mulher. A mulher por sua vez tem o direito de abandonar um marido que a engana. Então se não tem filhos torna-se livre diante da natureza. Porém se for mãe perde o direito sobre os filhos do seu marido a não ser que este seja notoriamente infame. Renunciando a ele renuncia a seus filhos.
As fêmeas dos pássaros jamais abandonam seu ninho enquanto os filhotes não tiverem asas; por que seriam as mulheres piores mães do que as fêmeas dos pássaros?
O ideal do absoluto em amor diviniza por assim dizer a geração do homem e este ideal exige a unicade do amor. Este belo sonho do cristianismo é a realidade das grandes almas e é para nunca aviltar-se nas promiscuidades do velho mundo que tanto corações amantes foram aos claustros viver e morrer num desejo eterno.
Se é verdade que o pobre homem morreu em consequência do desgosto que lhe causou a descoberta de uma infidelidade de Teresa, é preciso admirá-lo e lastimá-lo; seu coração era feito para amar.
Para um coração digno de amor só existe no mundo uma mulher, porém a mulher, esta divindade da terra, se revela às vezes em várias pessoas como a divindade do céu e suas encarnações são muitas vezes mais numerosas que os avatares de Vishnú. Felizes dos crentes que não desanimam nunca e que, nos invernos do coração, esperam a volta das andorinhas.

O sol brilha numa gota de água; é um diamante, é um mundo; feliz daquele que quando a gota de água seca não pensa que o sol vai embora. Todas as belezas que passam são apenas reflexos da beleza eterna, objeto único dos nossos amores. Queria ter os olhos de águia e voar para o sol, porém se o sol vem a mim distribuindo seus esplendores nas gotas de orvalho, agradecerei à Natureza sem muito afligir-me quando o diamante desaparecer. Oh! Para esta inconstante criatura que não mais me ama, para a sede de ideal do seu coração, eu também era uma gota de água; devo eu acusá-la e maldizê-la porque a seus olhos me tornei uma lágrima dissolvida em que não vê mais o sol?
Ousai afirmá-lo de um modo claro e ousado. Ousareis, se o quiserdes; o pensamento é a luz das almas, não luteis contra o fenômeno divino que se realiza em vós, abri os vossos olhos interiores, dizei: faça-se luz e a luz se fará para vós.
Filho do Criador, olha estes milhares de universos que vivem na imensidade e inclina-te diante da soberana inteligência do teu Pai.
A matéria não poderia mover-se sem que o espírito a dirigisse.
Eis que aparecem formas para todas as forças da natureza, que são impelidas pela autonomia suprema a tornar-se por si mesmas autônomas e vivas. Todas estas forças te serão submissas e todas se conformam com as figuras do teu pensamento; porém para impôr-lhes teu poder é preciso dominar em ti mesmo os vícios de que vários deles são o exemplo (cólera, vaidade, orgulho) se fores glutão como o porco, lascivo como o bode, feroz como o lobo ou ladrão como a raposa, não és mais que um animal mascarado com uma figura humana. Rei dos Animais, levante-te na tua dignidade e da tua dignidade façamos o Homem; dize: quero ser um Homem e serás o que quiseres ser, porque Deus quer que sejas um Homem, porém espera teu consentimento porque te criou livre; é que só a liberdade pode compreender e honrar o poder divino; é que Deus precisa desta grande dignidade do Homem para que o Homem possa adorar legitimamente a Deus.
O Ocultismo de Deus é necessário como o da Ciência.
Deus tem duas mãos; uma para castigar, outra para revelar e abendoçar. A primeira é presa pela ignorância e a fraqueza do homem. A outra quer sempre estar livre e é por isso que Deus, não constrangindo nunca a vossa fé, respeita a nossa liberdade.
A marcha do espírito humano separado de Deus é rápida.
Desagrado tanto aos cristãos de Veuillot como aos filósofos de Proudhon. Isso não deve admirar-me, eu o esperava, não me aflijo por isso e nem direi que me vanglorio. Gostaria mais de agradar a todos porque amo sinceramente todos os homens. Porém enquanto for necessário escolher entre a verdade e a estima de quem quer que seja, mesmo dos meus amigos mais caros, escolherei sempre a verdade. É que ela tem as chaves da vida eterna; sentimos que se ela se apaga Deus se furta para sempre de nós e a imortalidade da alma vai-se embora.

A igreja é a caridade. Tudo o que é contra a caridade é contra ela. Ela se perpetua e se sustenta pela caridade. É pelo milagre permanente das suas boas obras que ela deve provar ao mundo sua divindade. Para assegurar seu reino na Terra não deve alistar zuavos porém criar santos. Como pode ela esquecer estas grandes palavras do Mestre "procurai primeiro o reino de Deus e sua justiça e o resto vos será dado por acréscimo"?
A morte aparente não é mais que um trabalho regenerador e uma transfiguração.

Os sacerdotes do Egito tinham sem dúvida conhecimentos naturais que só deviam chegar aos nossos muito amis tarde; os magos assírios conheciam a eletricidade e sabiam imitar o raio.
Os sábios do mundo antigo convencidos da necessidade do ocultismo escondiam com cuidado as ciências que os tornavam até certo ponto senhores da natureza.

Deus fez-se homem a fim de fazer Deus aos homens. Deus encarnado é a humanidade divinizada. Quereis ver a Deus, olhai para vossos irmãos. Quereis amar a Deus, amai-vos uns aos outros. O que fazeis ao menor, isto é, talvez ao mais ignorante, ao mais culpado dentre vossos irmãos, vós fazeis a mim e a Deus. Compreendestes isto, miseráveis inquisidores, quando torturastes a J.C., quando queimastes a Deus!
Certamente a poesia é maior que a ciência, e a fé é grandiosa e magnífica quando domina e subjuga a razão.

Entre as forças de que podemos fazer uso, quer para o bem, quer para o mal, é preciso contar em primeiro lugar o poder da Fascinação; todos os grandes sentimentos são fascinações e todos os verdadeiros grandes homens são fascinadores da multidão; infelizes das profanas multidões que não são mais fascinadas pelo ideal dos grandes poderes! Infeliz do tolo que permanecendo tolo não crê mais na missão divina do padre nem no prestígio providencial do rei! Porque lhe é necessário uma fascinação qualquer, sofrerá a do ouro e dos gozos brutais e será precipitado fatalmente fora de toda justiça e de toda verdade. A própria natureza quando se trata de forçar os entes a realizar seus grandes mistérios, age como soberana sacerdotiza e fascina ao mesmo tempo sentidos, espíritos e corações. Duas fatalidades magnéticas que se encontram formam uma providência invencível a que damos o nome de amor. A mulher então se transforma e torna-se uma sílfide, uma peri, uma fada, um anjo. O homem torna-se um herói e quase um Deus. [...]
Há dois grandes poderes na humanidade: o gênio que fascina e o entusiasmo que vem da fascinação.
Existe um magnetismo animal porém acima deste que é puramente físico é preciso contar o magnetismo humano que é o verdadeiro magnetismo moral. As almas são polarizadas como os corpos e o magnetismo espiritual ou humano é o que chamamos a força da Fascinação.
Os entes incompletos que não têm a felicidade de sofrer uma fascinação inteligente caem por si mesmos sob o império das fascinações fatais; assim se produzem as paixões vertiginosas e as alucinações de amor próprio entre os imbecis e os loucos.
Há fascinações luminosas e fascinações negras.


A sociedade se compõe de um pequeno número de sábios e de uma multidão de insensatos. Como fazer para chegar a isso? Desde que o sábio se mostra como é, repelem-no, caluniam-no, exilam-no, crucificam-no. Os homens não querem ser convencidos, esperam imposições; que é de fato um revelador? É um impostor desinteressado que, para levar de um modo disfarçado ao bem, engana a vil multidão. Que é a vil multidão? É a turba imensa dos tolos, imbecis e loucos, sejam quais forem, aliás, seus títulos, seus lugares na sociedade e suas riquezas.

Depois o homem cessa de ser amável e proclama a vaidade do amor, se extenua e não crê mais nos gozos que as riquezas dão; os erros e os abusos da glória o desgostam até dos triunfos. Seu entusiasmo se esgota, sua generosidade se gasta, torna-se egoísta e desconfiado; então duvida até da ciência e da sabedoria e Salomão escreve seu triste livro do Eclesiastes.
Que resta então do belo jovem que escrevia: "minha bem amada é única entre as belas, o amor é mais invencível que a morte e aquele que desse toda a sua fortuna e toda a sua vida por um pouco de amor ainda o teria comprado por nada"? Oh, lede agora isto no Eclesiastes: "encontrei um homem entre mil e, entre todas as mulheres, nem uma. Considerei todos os erros dos homens e achei que a mulher é mais amarga que a morte. Seus encantos são os laços do caçador e seus fracos braços são cadeias". - Salomão, envelhecestes.


vereis sempre nas tendências dos heresiarcas uma aparência de progresso e de razão.
um homem verdadeiramente homem para pensar em Deus não tem mais necessidade de sentir que deve ser justo, que lhe falem de um grande remunerador ou de um eterno vingador. é perfeitamente advertido pela sua consciência e pela sua razão.

Envelheci e embranqueci-me nos livros mais desconhecidos e mais terríveis do Ocultismo; meus cabelos caíram, minha barba cresceu como a dos sacerdotes do deserto; procurei e encontrei a chave dos símbolos de Zoroastro; penetrei nas criptas de Manés, surpreendi o segredo de Hermes, esquecendo de roubar-me uma ponta do véu que esconde eternamente a grande obra; sei o que é a esfinge colossal que lentamente penetrou na areia contemplando as pirâmides. Penetrei nos enigmas dos brâmanes. Sei que mistérios Shimeon Ben Jochai enterrava consigo durante doze anos na areia; as clavículas perdidas de Salomão me apareceram resplandecentes de luz e li correntemente nos livros que o próprio Mefistófeles não sabia traduzir a Fausto. Pois bem, em nenhum lugar, nem na Pérsia, nem na Índia, nem entre os palimpsestos do antigo Egito, nem nos grimórios malditos subtraídos às fogueiras da idade média encontrei um livro mais profundo, mais revelador, mais luminoso nos seus mistérios, mais espantoso nas suas revelações esplêndidas, mais certo nas suas profecias, mais profundo perscrutador dos abismos do homem e das trevas imensas de Deus, maior, mais verdadeiro, mais simples, mais terrível e mais doce do que o Evangelho de Jesus Cristo.
Os Cristãos aniquilaram os leões e o mundo inteiro!
Tudo me é permitido - dizia São Paulo - porém tudo não é conveniente, o que quer dizer que temos o direito de fazer tudo o que não prejudica a nós nem aos outros e que a nossa liberdade só é limitada pelas advertências da nossa consciência e da nossa razão.

Vede as crianças; que irradiação nos seus olhos, crença imensa na luz, na felicidade, na infabilidade de sua mãe, nos dogmas de sua ama! Que mitologia nas suas invenções! Que alma atribuem aos brinquedos e bonecas! Que paraíso nos seus olhos! Ó anjos bem amados! Os espelhos de Deus na Terra são os olhos das criancinhas.


Dizem e repetem todos os dias que as pessoas de bem são infelizes neste mundo, ao passo que os maus prosperam e são felizes. É uma estúpida e abominável mentira. Esta mentira vem do erro vulgar que confunde a riqueza com a felicidade; como se pudéssemos dizer sem loucura que Tibério, Calígula, Nero e Vitéllio foram felizes. Contudo, eram ricos e além disso eram senhores do mundo e, não obstante, seus corações estavam sem descanso, suas noites sem sono e sua consciência era chicoteada pelas fúrias. -
Acaso um porco se tornaria homem se lhes servissem trufas num balde de ouro? A felicidade está em nós e não nos nossos pratos. - Não discordo que há pessoas de bem que sofrem a pobreza e até a miséria; porém geralmente muitas vezes é a pobreza que conserva a honestidade delas. A riqueza talvez as corrompesse e perdesse.


As duas serpentes do caduceu são as duas correntes contrárias do magnetismo universal.
A serpente de luz criadora e conservadora e a serpente de fogo eterno que devora para regenerar.
Os bons são imantados, vivificados e conservados pela luz imperecível; os maus são queimados pelo fogo eterno.
Há comunhão simpática entre os filhos da luz, todos banham na mesma fonte de vida; são todos felizes pela felicidade uns dos outros.
O magnetismo positivo é a força que reúne e o magnetismo negativo é uma força que dispersa.
A luz atrai a vida e o fogo traz consigo a destruição.
O magnetismo branco é a simpatia e o magnetismo negro é a aversão.
Os bons amam-se uns aos outros e os maus se odeiam uns aos outros, porque se conhecem.
O magnetismo dos bons atrai para eles tudo o que é bom e quando não lhes atrai as riquezas é porque elas lhes seriam más.
Existe realmente e em verdade uma atmosfera do bem como uma atmosfera do mal. Numa respiramos a vida eterna e na outra a morte eterna.
Toda cabeça santa irradia e as irradiações dos  santos se entrelaçam umas com as outras para formar cadeias de amor.
Dissemos e repetimos solenemente ainda, o Céu simbólico, o Céu que as religiões prometem ao justo não é um bem, é um estado das almas, o Céu é a Generosa Harmonia Eterna, o irremediável inferno é o conflito inevitável dos instintos vis.
O homem pode tudo o que quer quando só quer a Justiça. Pode até, se o quiser, precipitar-se na injustiça, porém nela se destruirá. DEUS se revela ao homem no homem e pelo homem. Seu verdadeiro culto é a CARIDADE.
Há apenas um único e verdadeiro poder na terra como no céu: é o do bem. Os justos são os únicos senhores do mundo. O mundo tem convulsões quando eles sofrem e se transforma quando morrem. A pessoa justa é inviolável; infeliz de quem a toca! O que um justo quer, Deus aprova. O que um justo escreve, Deus assina e é um testamento eterno.
Deus é, por assim dizer, a cabeça da Natureza; sem Ele ela não existiria; sem ela Ele não se manifestaria. Deus é nosso pai, porém a Natureza é nossa mãe. Honra teu pai e mãe, diz o decálogo, a fim de que vivas longamente na Terra.
Amemos a Deus uns nos outros porque Deus jamais se mostrará por outra forma a nós. Deus é luz e não gosta das trevas. Se pois quisermos sentir Deus em nós esclareçamos as nossas almas.

A espécie humana atual, longe de progredir, degenera. Um espantoso fenômeno se realiza nas almas, os homens não tem mais o sentimento divino. A poesia morreu nos corações. Acontece com o amor como com a honra: é um velho santo que não mais se guarda. O próprio nome do maior sentimento que a natureza possa inspirar não está mais em voga na conversação das pessoas de bem e talvez logo cairá no vocabulário obsceno. Em que pensam as moças mais honestas e mais violadas, por exemplo, aquelas que são educadas no convento dos pássaros ou do sagrado coração? Será nas carícias de uma afeição mútua? Elas pensam nos esplendores de um casamento rico, sonham com uma carruagem e um castelo. Com isto haverá certamente um marido com o qual haverá necessidade de acomodar-se; porém, contanto que tenha nome, saiba apresentar-se bem e coloque bem a sua gravata, será mais que suficiente; verifico um enfraquecimento moral na espécie humana. Para concluir daí que o magismo está mais que nunca em tempo e que, com tão pobres entes, é preciso fascinar para triunfar.

Encontram-se no Evangelho preceitos cuja sublimidade podia ser perfeitamente apreciada outrora e que seriam quase ridículos hoje, porque os homens não são mais os mesmos.
Vai-te assentar no último lugar, diz Jesus, e te convidarão a passar para o primeiro.
Se te assentares no último lugar, aí ficarás e será bem feito, responde a isto o mundo moderno.

Se quiseres tirar-te a túnica, dá também teu manto, diz o Evangelho.
E quando ficares nu, um guarda civil te levará ao posto, por ultraje aos bons costumes.

Não penseis no dia de amanhã, diz o Salvador.
E o dia que seguir aquele em que a miséria vos surpreender, ninguém pensará em vós, responde o mundo.
Eis o que responderam às máximas talvez mais sublimes do Evangelho o espírito do nosso século.

Marcadores: ,