Raul Seixas, Um Roqueiro no Além 2002
São milhares de jovens entre treze e vinte e um anos que através da leitura desse livro, acabaram se conscientizando do perigo que representa para o espírito o vício das drogas e do álcool.
Segundo os amigos e a própria mãe de Raul Seixas, quando encarnada, afirmaram reconhecer no espírito Zílio, o roqueiro famoso desencarnado...
"A minha morte foi como um pesadelo; senti um profundo torpor e perdi os sentidos. Depois de algum tempo recobrei a consciência; parecia estar bem, até que percebi que algumas pessoas estavam colocando-me dentro de um caixão.
Não sei quanto tempo fiquei desacordado; quando dei por mim novamente, senti que me colocaram em um veículo e viajamos por algum tempo. Os solavancos do carro enjoaram-me; comecei a passar mal; não tinha espaço para vomitar e nem para me mexer; sentia-me sufocado.
Quando o carro parou escutei gritarem o meu nome seguido de muito pranto. Pelo movimento, percebi que alí deveria ser o local do velório. Tiraram o caixão do carro e, quando eu menos esperava, abriram a tampa.
Senti um grande alívio! Tentei levantar-me, mas não consegui. Muita gente debruçou sobre mim para chorar.
O que eu poderia fazer? Já havia tentado de tudo para sair dalí. A única explicação que eu encontrava para aquele fato é que eu estava realmente morto e o meu espírito preso ao corpo que já começava a cheirar mal.
Senti um medo terrível, principalmente quando percebi que estavam sepultando-me. Não cheguei a entrar em pânico, mas rezei todas as orações que eu havia aprendido e isso de certa forma me acalmou.
Lembrei-me da minha vida desde quando era criança. Revi todo o meu passado, era como se eu estivesse assistindo a projeção de um filme na minha mente. A partir daí, naquela solidão profunda, comecei a julgar minhas atitudes.
Fui um combatente! Lutei contra um sistema que eu não aceitava e que me causava revolta. Entretanto, acabei vítima de mim mesmo e não do sistema que eu condenava.
Sem perceber, havia optado pela fuga, a mesma fuga que me havia fascinado em outros momentos de minha vida.
O sofrimento por que eu estava passando era característico dos suicídas. Era assim que eu me sentia, um suicída. Levado pela revolta, percorri o caminho das drogas até encontrar a morte. Embora o mundo me aborrecesse, eu deveria ter continuado no bom combate.
Na verdade, fui um equivocado, apontei tudo o que eu achava que estava errado, mas não soube indicar o certo. Minhas intenções eram boas, mas minhas atitudes eram contraditórias. Em vez de atacar e ferir o sistema, eu deveria ter contribuído para transformá-lo.
Diante das dúvidas que povoavam a minha mente, eu afiirmava: Tenho certeza de que a vida é eterna! Este é apenas um momento como outro qualquer. Vai passar, como tudo passou.
Essas auto-afirmações reconfortavam-me. Constantemente eu buscava encontrar as vantagens que aquela situação me proporcionava. Então eu dizia: Pelo menos aqui não ouço os noticiários infames! Não posso beber e nem me drogar...
Marcadores: 2002, citações, ESPIRITISMO, Espírito Zílio (Raul Seixas), LIVROS, Nelson Moraes, PSICOGRAFIA, Raul Seixas, RECOMENDO, trechos, Um Roqueiro no Além