Da química à biologia - a explosão cambriana
O evento mais importante em toda a história da Terra foi a explosão cambriana. Antes dela, a vida resumia-se a seres unicelulares. Alguns cientistas acreditam que a vida surgiu no mar, a partir de uma sopa primordial capaz de formar células com aminoácidos originados desde o carbono; outros afirmam que ela pode ter vindo do espaço através de meteoritos e que aqui encontrou um ambiente propício a multiplicar-se. Mas o fato é que uma estrutura chamada ácido desoxirribonucleico (DNA) guarda a informação que se multiplica e que, através da mutação genética, faz com que o mundo seja povoado por formas de vida tão diversas. Depois de um lento processo de evolução, formaram-se os seres pluricelulares, com tecidos e órgãos. Mas houve algo que fez a vida explodir: a reprodução sexuada. Dessa grande orgia ancestral, surgiu a diversidade animal. Os peixes que saíram das águas tornaram-se anfíbios e logo evoluíram para répteis. Mas as mudanças climáticas levaram a uma onda de extinção em massa que quase erradicou a vida no planeta. Mas, uma vez estabilizado o padrão atmosférico, a vida voltou a proliferar. Os dinossauros reinaram por milhões de anos e algumas de suas espécies foram os maiores seres que habitaram o planeta. Sua extinção ocorreu por um fator exógeno: a Terra foi atingida por um asteróide o qual sua explosão equivaleu a milhares de bombas atômicas e a poeira levantada fez o sol desaparecer por muito tempo. Dessa segunda extinção em massa, pequenos roedores mamíferos sobreviveram e deles descendem os caninos, felinos, ursos, macacos, bovinos e humanos, por exemplo. Herdamos a coluna vertebral dos peixes e as nadadeiras tornaram-se braços e pernas. Dos répteis, guardamos parte da estrutura cerebral e a própria pele que agora não necessita de escamas. Dos mamíferos, herdamos os pêlos e a amamentação, e até mesmo os dentes frontais vieram dos roedores. Dessa linha evolutiva, surgiu um ser do qual todos os macacos e humanos descendem. Várias linhagens de humanóides desenvolveram-se como o Neandertal, mas o homo sapiens que surgiu nos desertos africanos espalhou-se por todos os continentes e foi a única que perdurou. Somos todos afrodescendentes. Por milhares de anos, a terra esteve coberta de gelo e a única forma de sobreviver era alojar-se em cavernas. O fim da última era glacial há 12 mil anos marcou a passagem do pleistoceno ao holoceno e a Revolução Neolítica caracterizou-se pela sedentarização que veio com a agricultura e a domesticação dos animais. Surgiram as primeiras civilizações. Várias experiências humanas e formas de sociedade foram verificadas. Até que século XVIII ocorre a Revolução Industrial e o mundo entra na fase do antropoceno. Os restos mortais de animais e plantas de milhões de anos começam a ser queimados na forma de petróleo. Pela primeira vez, uma espécie influi incisivamente na mudança climática e habita cada parte do planeta. Agora, essa espécie tem em suas mãos o poder de destruir o mundo ou de transformá-lo em um ambiente melhor para todos. Não apenas os humanos, mas todos os animais que no mais remoto passado guardam um ancestral comum ao nosso. Somos primos dos gatos, cachorros, macacos, mas também de baratas, vermes e insetos. Está tudo registrado em nossos DNAs. Todos originados da explosão cambriana, que foi um imenso festival de combinação de poeira cósmica que marcou a passagem da química à biologia.
Marcadores: Thomas de Toledo
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