Ana Primavesi e o benzedor de Itaberá
[...] "Quando se trabalha no campo, todo dia pode acontecer uma coisa estranha." Também nessa época Ana conta que testemunhou outra situação misteriosa. Um dia, apareceu o administrador de uma fazenda dizendo que a plantação de cana estava sendo devorada por lagartas. Ele comentou que havia pedido para que a aviação agrícola pulverizasse a área, mas como as lagartas estavam por toda a área, somente dali a dez dias seria possível realizar o serviço. "Até lá elas já comeram tudo!", disse o homem desanimado. Veio então a ideia de chamar o benzedor.
Chegado o homem, eis que ele procurou pela redondeza umas ervas e as queimou numa fogueira na beirada do campo. Também começou a dançar "... e de vez em quando dava um pulinho e um grito e depois de uns vinte minutos disse 'agora os lagartos vão morrer.' Eu e Artur achamos aquilo ridículo." O adminitrador sugeriu pagar a benzedura mas isso não se podia fazer, e o homem despediu-se calmo e satisfeito enquanto os três ainda falavam e palpitavam sobre o ocorrido. Ainda dava para ver o homem na estrada ao longe quando uma ou outra lagartinha caiu. "Podia ser que eram as lagartas mais velhas", Ana pensou. "Mas depois caíram mais e de repente parecia como uma chuva de lagartinhas que caíam: grandes, pequenas, todas. Era inacreditável. O administrador da fazenda achava aquilo tudo normal: 'benzedura sempre causa este efeito', e foi para casa". Para completar a história, um administrador de outra fazenda que veio ver a benzedura, pediu a Artur para chamar o benzedor outra vez para curar o gado de bicho berne porque naquele ano tinha demais e os remédios não estavam fazendo efeito.
Lá veio o homem benzer de novo. "Passou uns raminhos de ervas nativas sobre as costas de cada vaca, deu um gritinho e depois um tapa nas costas delas. Ficamos todos esperando," Ana conta, "parecia que não ia acontecer nada. Mas de repente por toda parte caíram as larvas dos bichos de berne. Era impressionante. O gado ficou cheio de furinhos mas sem bolotas e o chão estava cheio de larvas de berne." Era ridículo, mas funcionava.
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Marcadores: Ana Primavesi, Virgínia Knabben
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