sábado, 26 de dezembro de 2015

Capitalismo, um sistema que precisa ser superado

"Muitos defendem o capitalismo sem conhecer a dinâmica do sistema e são capazes de até matar ou morrer por ele. Na verdade, o capitalismo é mais simples do que parece, apesar da verborragia economicista que propositamente afasta as pessoas de seu entendimento. A compreensão sobre seu funcionamente possibilita o surgimento de novas ideias para construir um novo sistema mais justo e que tenha o ser humano e não o capital como centro.
Existe uma oligarquia financeira que controla os grandes bancos e os Bancos Centrais. O FED, Banco Central dos Estados Unidos, emite dólares de acordo com os interesses privados dos banqueiros que o controlam e o colocam em circulação. Mas para esse dinheiro se "legitimar" na economia, é preciso existir a produção de modo que o dinheiro se transforme em capital. A produção é social, pois muitos produzem, mas a acumulação é privada, o que quer dizer que poucos ficam com a riqueza gerada. Isto ocorre por que pela cobrança de juros, spreads e serviços vinculados ao crédito, o dinheiro que o FED emitiu retorna aos bancos valorizado, de modo que a oligarquia financeira contabilize lucros excepcionais a partir de cada centavo emitido.
Hoje, 85 famílias possuem a mesma riqueza que 3,5 bilhões de pessoas, metade da população mundial. Desde a crise de 2008/2009, com as falências de empresas e despejo de pessoas de seus imóveis, os mais ricos ficaram ainda mais ricos. A pobreza, a fome, a miséria se tornam não problemas ao capitalismo, mas uma necessidade do próprio sistema para se manter e se reproduzir. Além disso, o desemprego é algo positivo para a acumulação capitalista, pois ele força para baixo os salários dos que estão empregados, que acabam por aceitar piores condições de trabalho para não correrem o risco de demissão.
O capitalismo costuma criar vitrines como Nova York e Dubai, mas esconde o outro lado que é a miséria na África, América Latina e Ásia, que são regiões continuamente saqueadas pelas potências ocidentais, Estados e Europa. A I e a II Guerra Mundial foram consequência exatamente do colonialismo moderno, uma invenção da fase imperialista do capitalismo na qual as grandes potências partilharam o mundo para saquear matérias-primas e obter novos mercados para produtos industrializados. O colonialismo é uma das maiores perversões humanas, na qual se destroi povos e culturas para sugar e expoliar seus recursos.
Mas por mais contraditório que seja o sistema, o capitalismo consegue cooptar pessoas para apoiá-lo por que lhe oferece migalhas. A pessoa acredita que enriquece pelo valor de seu trabalho, o que não passa de uma ilusão. O enriquecimento está vinculado a quem os bancos escolhem para fornecer crédito. São os banqueiros que definem aqueles que querem que pertença ao clubinho dos ricos e é a oligarquia financeira que escolhe quem pode ser banqueiro. Alguns podem até progredir até certo ponto de forma autônoma, mas no capitalismo a concorrência não passa de uma ilusão pois as grandes corporações são controladas por monopólios, oligopólios, cartéis, trustes e holdings. Basta tais empresas "independentes" ganharem peso que são logo compradas ou cooptadas pelos poderosos que controlam de fato o capital.
Outra ilusão recorrente ao capitalismo é a crença na liberdade de escolha do consumidor. Ora, hoje temos o mundo controlado pelos cartéis do petróleo, da indústria farmacêutica, bélica e tantos outros. São eles que decidem quantas marcas de pastas de dente haverá numa prateleira, eles que escolhem qual tipo de comida devemos consumir e eles que escolhem se vacinas serão lançadas no mercado ou se devemos permanecer doentes para vivermos a base coquetéis produzidos por eles. Além disto, os produtos atuais são feitos para terem uma duração curta, o que obriga as pessoas a todo ano terem que comprar o mesmo produto novamente parcelado, o que mais uma vez mobiliza o crédito bancário.
O que o capitalismo faz na verdade é escravizar o planeta todo em um amplo sistema de dominação sobre o trabalho. Enquanto os cidadãos se enganam pensando estarem trabalhando para pagar impostos ao governo, na verdade elas trabalham para enriquecer banqueiros. No Brasil, por exemplo, o país paga por ano mais de R$ 1 trilhão ao sistema financeiro, o que equivale a metade do Orçamento Federal. Este dinheiro não se transforma em obras nem em serviços públicos. Apenas faz com que os bancos fiquem cada vez mais ricos. E para manter isto em operação a mídia privada costuma fazer terrorismo econômico e até ameaças golpistas, pois ela também usufrui deste modelo.
E ainda assim acreditamos em algo chamado democracia. As eleições não passam de um grande teatro no qual as empresas financiam os candidatos que irão vencer para que eles atendam aos interesses delas. Uma empresa não apoia um candidato por ideologia, mas por interesses que, depois de eleito serão cobrados. Isto não significa que se deva ignorar as eleições, muito pelo contrário. O ambiente eleitoral é um importante espaço para se denunciar o sistema e eleger, mesmo que poucos, aqueles que o criticam e propõem mudanças estruturais.
Deve-se ressaltar que o capitalismo tem pouco mais de 250 anos. Antes disto, a humanidade já experimentou outros sistemas econômicos como o escravismo, o feudalismo e mesmo o socialismo recentemente. O fato é que a história não começou e nem terminará com o capitalismo. Para o bem da humanidade, este sistema precisa ser superado.
Em suma, este é apenas mais um de milhões de outros artigos que mostram o lado perverso de um sistema que foi todo montado para enriquecer poucos e escravizar todos os outros pelo trabalho. A maior de todas as emancipações humanas é a emancipação do trabalho. O sistema econômico que conseguir superar esta contradição, seja ele chamado de socialismo, comunismo, anarquismo, Nova Era ou qualquer outro nome, entrará para a história como a libertação definitiva da humanidade. Os índios sempre viveram coletivamente e usufruíram juntos da riqueza por gerada pela tribo. O desafio é fazer isto em um mundo moderno que absorva os avanços do progresso técnico, científico e tecnólogico não para enriquecer poucos, mas para o uso geral de todos os cidadãos do mundo".

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