O sol é caloria - não se pode comer açúcar e coisas geladas
"[...] A viagem estava marcada para Roraima. Tudo estava mais ou menos programado, mas o telefonema do governador quase cancela tudo: "Não precisam mandar ninguém pra cá, vocês não aguentam o clima daqui e por isso o pessoal não acredita que vocês possam fazer qualquer trabalho." "Então, eu vou estudar como se aguenta o clima tropical, mesmo", resolveu Ana.
Ela procurou e encontrou um livro do general inglês Montgomery, que comandou as tropas inglesas no deserto do Saara, na II Guerra Mundial, e que Ana tinha conhecido pessoalmente quando da ocupação em Pichlhofen. "Então, logicamente, o homem tinha que saber como manter as tropas sempre em prontidão, porque se eles comem uma coisa errada e depois estão liquidados e não podem mais lutar, os inimigos vão atacá-los e pronto, acabam com tudo."
No livro, o general mostra como nutriu seu Exército nessa difícil campanha. "Ele explica que não se podia comer açúcar e coisas geladas, justamente o que a maioria das pessoas faz, todos tomando enormes quantidades de refrigerantes gelados cheios de açúcar... e assim produzem calor, num círculo vicioso: a pessoa sente calor, toma o açúcar gelado, o corpo esquenta e ela sente mais calor. O doce, por ser muito calórico, é calor que se ingere. O sol é caloria, se você tem calor nesses dois meios, externo e interno, você está rachando por dentro", explica.
"No Exército do general inglês, dava-se, apesar do calor, dois copos de chá quente pela manhã. Ao meio dia, um copo de água com sal e cada soldado tinha uma latinha com comprimidos de sal, cada comprimido era para um copo. À noite podiam beber quanta água quisessem, mas nada gelado." Dessa forma, ela iniciou seu regime, parando principalmente de ingerir açúcar: "É duro de fazer no início, barbaridade! Mas quando consegui, fui para Roraima. E aguentei. Quando os outros de lá já não podiam mais continuar, eu estava bem disposta. Aguentei até mais do que os que eram de lá."
[...] O calor era violento. Vai até mais que 40 graus [...].
Desde então, Ana cortou o açúcar. "Já me acostumei e é muito difícil parar, então não quero mais passar por isso." E não bebe muita água, contrariando todos os conselhos médicos, porque diz que muita água causa desequilíbrio nos sais minerais por diluição, e que provoca também problema nos rins.
Ana nunca fica doente. Aos 95 anos, a não ser pelo problema da perna, que quebrou em uma queda, não vai ao médico e nem toma remédios. Mas "aduba-se" com vitaminas e alimenta-se muito bem, com pouca carne vermelha, muito peixe, legumes, verduras e frutas, que come em quantidade, seja de manhã, depois do almoço ou ao final da tarde. E reitera: devemos comer preferencialmente o alimento produzido na região onde moramos, não aquele trazido da China, a milhares de quilômetros. Uma maneira "ecológica" de explicar, mais uma vez, que cada ser se adapta a um lugar, e com ele interage e se integra.
Em tempo: o exército do general Montgomery conseguiu vencer os alemães, não apenas pelas armas, mas também porque recebia uma alimentação correta para o clima local."
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Marcadores: Ana Primavesi, Virgínia Knabben
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