sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Nitrogênio

Trecho do livro "A Convenção dos Ventos: Agroecologia em Contos" de Ana Primavesi:
"[...] Lá embaixo, neste caldeirão da morte, produzia-se o nitrogênio para as lavouras, tão indispensável para qualquer vida. Não era propriamente produzido, era captado do ar. E isso permitia nossa fartura e tantas comodidades. E os que lá viviam e trabalhavam eram sacrificados para que outros pudessem viver bem. Era o altar da tecnologia onde se sacrificavam homens, mulheres e crianças para que este deus sanguinolento concedesse bem estar a outros, que se podiam considerar os privilegiados. Isso era necessário? Diziam que sim, sem nitrogênio não haveria comida para produzir safras, precisava-se de adubo nitrogenado. Mas, como as plantas viveram antes da descoberta do petróleo, durante dezenas de milhões de anos? Petróleo se usava industrialmente somente desde uns 150 anos e adubo nitrogenado se sabe sintetizar há uns 70 anos. De onde vinha toda exuberância da mata virgem, da vegetação tropical, das pastagens e dos campos? De onde os animais tiraram suas proteínas durante milhões de anos? [...] Não existia outra maneira de captar nitrogênio? [...]"

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