sexta-feira, 15 de setembro de 2017

O mundo antigo é fascinante... (Thomas de Toledo)

O mundo antigo é fascinante e a evolução da humanidade com a sofisticação de seus elementos espirituais, econômicos e políticos faz parte do progresso do homo sapiens sapiens desde o final do holoceno, quando encerrou a última era glacial e nossos ancestrais saíram da caverna para se fixarem. Em tempos de hegemonia de notícias sensacionalistas, sempre fazem as mesmas perguntas: "Eram os Deuses astronautas?"; "Havia uma ligação entre as pirâmides do Egito e do México?". As respostas são não e não. Deuses são divindades e astronautas foram Yuri Gagarin e Neil Armstrong. Quanto aos extraterrestres, deixo que os respeitosos ufólogos tratem disso e mostrem provas materiais, nada de "canalização pseudomediúnica de Órion", que é um belo passaporte ao manicômio, sem licença poética. O que a Arqueologia, a Antropologia, a Etnografia e a História demonstram exaustivamente é que se trata de um longo processo de aprendizagem humana e evolução da técnica. Até que veio um europeu com sua visão eurocêntrica e questionou como egípcios africanos e astecas latino-americanos "atrasados" poderiam ter feito pirâmides se não fosse com ajuda de ETs? Pois bem, colonialista europeu: africanos e latino-americanos construíram pirâmides da mesma forma que europeus construíram o Coliseu e a Catedral de Notre Dame. Por falar em pirâmides, que tal estudar o que elas representavam para cada povo que as construiu, ao invés de ficar querendo inventar teorias "moderninhas" do tipo: "máquina do tempo", "usina de energia", "teletransporte" ou "central de controle de pouso de discos voadores". Para os egípcios, as pirâmides eram muito mais do que simples túmulos de reis, mas uma representação simbólica do monte da criação para garantir a ressurreição do Deus faraó no além vida. Já as pirâmides astecas eram templos de sacrifício humano às divindades que naquela cosmogonia precisavam de sangue para manter a ordem do universo. Não nos cabe julgar, mas acima de tudo entender! Aliás, não faz sentido comparar pirâmides egípcias com astecas, visto que elas têm mais de 4 mil anos de diferença e oceanos, mares e continentes gigantescos separando esses dois povos. Portanto, se querem entender o passado, mergulhem no que cada cultura tem oferecer a partir dela própria, não buscando nelas a justificativa para uma crença pessoal. Não digam que "Deus" é o mesmo para todos por que cada povo entendeu o divino de uma forma. A generalização apenas descaracteriza e empobrece a verdade, que só será encontrada com o respeito pelo que cada uma delas acreditou. Há, mas então por onde começar? Joguem fora Daniken e leiam Edward Said: "Orientalismo - o oriente enquanto invenção do ocidente".

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