sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Falta d'água - o homem é campeão em produzir solos compactados

[...] A natureza não é um amontoado de fatores e partículas de fatores isolados, mas um conjunto de sistemas, composto de ciclos. Tudo é dependente, interdependente e relativo.
[...] Por exemplo, aparecem erosões, enchentes e inundações e se constroem curvas de nível, caixas coletoras de água e murundus para evitar a erosão. Treinam-se especialistas nos Estados Unidos para combater as inundações. Retificam-se os rios, constroem-se enormes barragens e diques e, mesmo assim, o efeito é pequeno. Os rios e poços secam, e a água potável diminui perigosamente em nosso globo, embora esteja chovendo mais. Na Europa já se importa água potável da Finlândia, e nos Estados Unidos, do Canadá. Neste século, já se estão prevendo guerras por causa da luta acirrada pela água, tanto para o consumo humano como para a irrigação e a produção agrícola. Constroem-se milhares de açudes, abrem-se poços artesianos e montam-se fábricas para a dessalinização da água marinha. O mundo entra em pânico. Mas a causa da falta de água potável nada mais é do que a falta de poros, estáveis à ação da água, na superfície dos solos. Rompeu-se o ciclo da água. Com matéria orgânica na superfície do solo e a proteção do solo contra o impacto das gotas de chuva, consegue-se restaurar e conservar sua porosidade e garantir a infiltração da água para os níveis subterrâneos.

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O homem é campeão em produzir solos compactados, impermeáveis. Nas cidades para não sujar seus sapatos cada um impermeabiliza sua pequena área ao redor da casa, cimentando ou ladrilhando-a. Agora tem certeza que nenhuma água de chuva consegue mais entrar no solo, ela escorre. Assim, na cidade se criam enchentes e deslizamento de terrenos. Dizem que a culpa é da chuva ou do prefeito. Mas não é. A culpa é das pessoas que tornaram a superfície do solo impermeável. Na cidade, com as ruas asfaltadas e os quintais cimentados ou ladrilhados a água iria entrar onde e como. No campo o solo calcariado, arado e adubado com nitrogênio se compacta quase tão perfeitamente como o fazem o das cidades. A água da chuva em vez de entrar na terra para abastecer as culturas e os níveis subterrâneos de água escorre, causando a erosão com todos seus sulcos e voçorocas. Combate-se a erosão, a água que escorre com terraços, curvas de nível e microbacias. Entretanto não se combate a compactação dos solos. E a água escorrida que chega de avalanche aos rios causa enchentes, em vez de entrar no solo e abastecer as culturas e os depósitos subterrâneos de água, os níveis freáticos e aqüíferos. Porém foram exatamente estes que fomentaram as nascentes, rios e os poços semi-artesianos. Contudo como graças à atividade humana a água não chega mais lá, os rios diminuem cada vez mais e muitos até ficam secos. Os rios sem água não abastecem mais as represas hidrelétricas que começam a secar, como a de Paulo Afonso, cuja torre da igreja submersa apareceu outra vez ou a de Concórdia, no México, que secou até o fundo não tendo mais água nenhuma. Quando ocorre um Apagão todos xingam o Governo por não tê-lo previsto e tomado as devidas providências. Mas o Governo tem a obrigação de prever todas as asneiras que os cidadãos fazem como: cimentar os pátios de suas casas, jogar futebol nos gramados dos jardins públicos, compactando as terras agrícolas por lavrar, calcariar e adubá-las para colher mais, mesmo se os solos morrem, se compactam e finalmente desertificam?

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