Diferença entre Concentração e Meditação - Peter Tshuvh
Atendendo alguns pedidos inbox sobre o tema, onde algumas pessoas dizem que "não conseguem se concentrar", pois um barulho, pingos d´água, sensações, etc. "as tiram da meditação", segue abaixo uma resposta que costumo dar, que pode ajudar (e na verdade, pelo retorno que tive, foi o "ajuste" que de fato ajudou) - pelo esclarecimento:
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"Meditação não em relação com concentração, mas sim com atenção. Esqueça a concentração. Concentração é um estado onde a mente está focada num ponto, identificada com ele. É por isso que outras coisas atrapalham a concentração, pois ela é um *esforço*.
Mas meditação não é concentração.
Ao contrário dela, todo o esforço deve cessar. Há atenção difusa, que é coisa muito diferente. Na meditação (que pode ser feita de olhos abertos - eu mesmo prefiro) você está em plena atenção, que é observação "sem reação".
Nessa plena atenção há apenas observação; e é por isso que em certos níveis diz-se que "observador e observado são uma coias só". Não existe como você "perder a concentração" porque não está concentrado num ponto mas sim "percebendo sem reagir".
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Assim, veja - o movimento não tem como ser perturbador (claro, desde que não seja algo agressivo). Você está em observação total - também chamada "observação passiva", e tem esse nome porque você não está reagindo.
E o que é a reação (vamos deixar tudo isso claro pra que você entenda ok)? Reação é o pensamento julgando, comparando, analisando, nomeando, tipificando. Onde estiver envolvido algum desses processos ainda, você sabe que tem pensamento atuando e portanto isso ainda não é meditação.
Estamos acostumados ao "esforço de pensar", então pode parecer estranho estar pela primeira vez diante de algo sem esforço, sem reação, apenas em verdadeira percepção.
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Minha dica é que quando os pensamentos insistirem, você os observe também. Observe seus pensamentos; você viu algo e comparou ou nomeou (por exemplo, "que prédio alto", se estiver na cidade ou "que flor linda"), isso já é pensamento. Então você observa isso também, observa seus pensamentos agindo, e não o julgue, apenas observe.
Vai perceber que quanto mais observa o pensamento, em certo momento ele mesmo vai cessando, como ao "observar a si mesmo" houvesse uma fusão, e a ilusão da separação entre observador e observado vai cessando.
Com isso, o pensamento vai cessando, e num segundo 'estágio', que você não deve ter pressa nem "querer alcançar", verá que começará a então a perceber as coisas em si, sem o pensamento. Claro que não ficará consciente disso, tipo "estou percebendo sem pensar", isso é algo espontâneo. Assim que falar consigo mesmo já estará pensando.
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Tudo isso que você leu - só de "ver o verdadeiro como verdadeiro e o falso como falso" já é o início de um nível de despertar interior. Algumas coisas não há o "como", mas apenas a percepção. A própria percepção da coisa "como é" já é o início e o fim.
Peter Tshuvh
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