sábado, 15 de novembro de 2014

Li Ching-Yuen, o homem que teria vivido 197 ou 256 anos?

O homem que supostamente viveu 197 ou 256 anos?
"Manter o coração calmo,
sentar como uma tartaruga,
andar alegre como um pombo
e dormir como um cão".
Li Ching-Yun

Segundo os obituários da Time Magazine e do New York Times, Li Ching-Yun teve 23 esposas, 180 descendentes e morreu com a incrível idade de 256 anos.
Mas ele realmente morreu tão velho, ou alguém errou sua data de nascimento ou é tudo mais um farsa? 

Li Ching-Yuen ou Li Ching Yun (Pinyin: lǐ qīng yún; Chinês Tradicional: 李清雲) (Morreu em Chyi Jiang Hsien, Szechuan, China, 1678 - 6 de Maio de 1933) foi um mestre taoísta chinês, ervanário e praticante de Chi Kung. Li Ching-Yuen alega ter nascido em 1736, apesar de registos chineses sugerirem que terá nascido em 1677. As idades correspondentes a cada uma destas datas de nascimento perfazem um total de 197 e 256 anos de idade respectivamente, qualquer uma delas excedendo em muito a maior longevidade já confirmada até hoje de 122 anos e 164 dias de uma mulher francesa chamada Jeanne Calment.

Alguns alegam que Li Ching-Yuen nasceu em 1677 em Qi Jiang Xian, na província de Szechuan, apesar do mesmo afirmar ter nascido em 1736. No entanto, segundo um artigo da Revista Time (Time Magazine), em 1930 o Professor Wu Chung-chieh, director do Departamento de Educação da Universidade de Chengtu, encontrou registos do Governo Imperial Chinês datados de 1827 congratulando Li Ching-Yuen pelo seu aniversário de 150 anos, sendo que posteriormente foram encontrados Documentos felicitando-o pelo seu 200º aniversário em 1877. Em 1928, um correspondente do New York Times escreveu que muitos dos homens idosos que viviam no bairro de Li afirmaram que os seus avôs o conheciam quando eram crianças sendo ele já homem adulto nessa altura.

Li começou a colher ervas nas montanhas com a idade de dez anos, tendo também começado a aprendizagem de métodos de longevidade, sobrevivendo com uma dieta à base de ervas e vinho de arroz. Assim viveu os primeiros 100 anos da sua vida. Em 1749, quando tinha 71 anos de idade, mudou-se para Kai Xian para juntar-se ao exército chinês como professor de artes marciais e conselheiro táctico.

Um dos seus discípulos, Da Liu, Mestre de Taijiquan relatou acerca da história do Mestre Li: com 130 anos de idade, o Mestre Li encontrou nas montanhas, um velho eremita que teria mais de 500 anos de idade, que lhe ensinou Baguazhang e um conjunto de ensinamentos de Qigong incluindo instruções de respiração, treino de movimentos coordenados com sons específicos e recomendações dietéticas. Da Liu afirmou que o seu mestre lhe havia dito que a sua longevidade “foi devido ao facto de ter praticado os exercícios todos os dias – regularmente, correctamente e com honestidade – durante 120 anos.”

Em 1927, Li Ching Yuen foi convidado pelo general Yang Sen a visitá-lo em Wan Xian, Szechuan, onde o seu famoso retrato (divulgado neste artigo) foi fotografado. O general estava fascinado pela sua juventude, força e destreza, apesar da sua idade avançada. Voltado a casa, morreu um ano depois. Alguns dizem ter sido devido a causas naturais, outros afirmam que ele terá dito a amigos: “Já fiz tudo o que tinha a fazer neste mundo. Vou voltar para casa..” Após a morte de Li, o general Yang Sen investigou a verdade sobre o seu alegado passado e idade e escreveu um relatório sobre as suas descobertas, que seria publicado posteriormente.

Olhando para tudo isso a partir de uma perspectiva médica e documentado: Jeanne Louise Calment, uma mulher francesa que morreu em 1997 até agora detém o título de a pessoa que viveu por mais tempo: 122 anos, que é um período de tempo fenomenal.

Isso significa que, se os registros descoberto por Wu Chung-chien foram precisos, Li Ching-Yun idade seria superar o recorde oficial. É isso mesmo possível?

Infelizmente, nunca saberemos. A não ser que se aceitem os documentos do governo Chinês como irrefutáveis provas da longevidade de Li, coisa que não foi aceita até hoje pelo mundo ocidental. Mas você pode tirar suas próprias conclusões.
Foto de Li Ching-Yun (1927?), o homem que teria vivido 256 anos.

Em 1933 a Revista Time (Time Magazine) publicou um artigo intitulado Tortoise-Pigeon-Dog (Tartaruga-Pombo-Cachorro), onde nesse artigo contava a respeito de um misterioso chinês que teria vivido 256 anos, tendo se casado 23 vezes e tido mais de 180 filhos. A matéria havia sido escrita pelo professor Wu Chung-chieh o qual interessado na vida desse respeitado e velho homem teria descoberto documentos datados de 1827, os quais parabenizavam Li Ching-Yun por seus 150 anos. Na época que Wu realizara essa pesquisa, Li ainda estava vivo, pois ele morreu em 6 de maio de 1933 de causas naturais. No entanto, Wu não conseguiu conhecê-lo, mas ficou sabendo que o velho homem dizia ter nascido em 1736, tendo morrido aos 197 anos.

Contudo, Wu Chung-chieh continuou a investigar o passado desse velho mestre taoísta e herbalista, e chegou a data que Li teria nascido em 1677 em Qi Jiang Xian na província de Szechuan. Seria que Li teria se esquecido do ano que teria nascido? Sim, isso é possível, todavia não corrobora que ele teria vivido tanto tempo assim, mas seguimos com a explanação. 

Os relatos nos conta que a partir dos dez anos de idade Li começou a colher ervas medicinais e a aprender a cultivá-las. Anos depois viajou pela China até se mudar para Kai Hsien onde conhecera mestres taoistas que começaram a lhe ensinar os Tao e alquimia. Foi a partir dessas práticas alquímicas e da Medicina Tradicional Chinesa, que Li começou a doutrinar seu corpo e mente, passou a fazer exercícios físicos com regularidade, passou a praticar meditação, aprender filosofia, medicina, etc., a ter uma alimentação saudável e saber usar plantas medicinais. Dizia-se que ele realizava sua alimentação em horários regulares, dormia cedo e acordava cedo, e não consumia bebidas alcoólicas e nem fumava.

Ele aprendeu a arte do chi kung, a qual se dizia de como manter uma boa saúde e prolongar a vida. Alguns relatos do depoimento de Da Liu dizem que Li teria conhecido um velho mestre de chi kung o qual lhe ensinara o pa-kua, na época Li já estaria com seus 130 anos. 

Não sabemos se Li era totalmente vegetariano ou consumia carne de peixe ou de aves, mas é provável que tenha abolido a carne vermelha de sua dieta. Mas, pelos relatos, sabemos que ele consumia muitas plantas e raízes, assim como bebia muito chá, como além de água e provavelmente deveria consumir leite e até mesmo queijo e coalhada, pois os mesmos ajudam na manutenção do cálcio para os ossos. 

Contudo, os relatos nos apontam que Li foi um dos primeiros a dá atenção ao consumo de duas plantas: a fruta goji (Lycium barbarum), chamada na China de gou qi zi e da planta gotu kola (Centella asiatica) conhecida por lá como fo-ti-tieng, a qual se produz chá. Essas duas plantas são ricas em nutrientes, algo que Li chamava a atenção pois consumi-las garantia adquirir as quantias necessárias para determinados nutrientes, os quais em outros alimentos ou se encontravam de forma escassa ou inexistiam.

A goji é conhecida por ser uma fruta rica em aminoácidos contendo pelo menos 18 deles, além de possuir 21 minerais dentre eles, ferro, zinco, cálcio, germânio, selênio, fósforo, etc. Ela também é rica em beta-caroteno (possuindo tal substância em maior quantidade do que as cenouras), possui grande quantidade de vitaminas C, B1, B2, B3 e E, além de possuir 8 tipos de polissacarídeos que beneficiariam no fortalecimento do sistema imunológico. Na Medicina Tradicional Chinesa tal planta é amplamente recomendada para o consumo, principalmente na velhice. Hoje tais plantas são exportadas para outros cantos do mundo, e pesquisas médicas realizadas nas últimas décadas atestam os benefícios do consumo dessa planta que há séculos é consumida na China.
Goji (Lycium barbarum) recém colhidas. 

Acerca da segunda planta o gotu kola ainda está sendo pesquisada, embora que no Ocidente tenha aumentado seu consumo, principalmente através de medicamentos com base natural. Em algumas farmácias especializadas, pode-se encontrar frascos com extrato de gotu kola. Na Ásia tal planta é conhecida e cultivada é vários países, de forma que é utilizada na culinária e na medicina. No campo da medicina tal planta foi utilizada para se tratar diversas doenças e males, embora que hoje não se tem certeza da sua total eficácia contra alguns destes males, mas sabe-se que o gotu kola possui propriedades cicatrizantes e de fortalecimento imunológico. Tal planta pode ser consumida crua, ou misturada em sucos, saladas, fazer-se chá, etc.
Vaso com gotu kola (Centella asiatica).

No Ocidente usa-se tal planta para se tratar problemas de varizes, insuficiência venosa, tratamento de ferimentos leves, tratamento de problemas de ansiedade, insônia, esclerodermia, etc. No entanto a Universty of Maryland Medical Center aconselha que o gotu kola não deverá ser consumido em caso da pessoa ter problemas de fígado, problemas de pele ou estar com câncer, pois alegou-se que tal planta poderia "curar" câncer, mas as pesquisas ainda não comprovaram tal veracidade. O gotu kola pode ser consumido em chá, sucos, misturado a saladas, raspado até virar um pó e acrescido em molhos, temperos, sopas, leite ou ingerido em cápsulas. 

Somando-se essa boa alimentação que Li Ching-Yun teria, havia o fato do mesmo praticar exercícios físicos regularmente além de praticar meditação, para manter o cérebro saudável. O sedentarismo e a falta de exercícios nos dias de hoje é um problema que a sociedade contemporânea enfrenta. A vida agitada nas cidades nos retira tempo para dedicarmos a cuidar de nossa saúde e de nossos assuntos privados. Além disso, soma-se a questão da preguiça para se exercitar ou praticar esportes. E por fim um terceiro elemento que entra nessa equação é que no Ocidente geralmente pratica-se atividades físicas mais por uma questão estética do que uma questão de saúde. Na China, a prática de exercícios é uma tradição secular, fosse estando relacionada ao treinamento militar ou para a saúde. Para os chineses praticar exercícios é adquirir força, resistência, disposição, bem-estar, disciplina, concentração e alegria. Em algumas cidades chinesas, vemos adultos e idosos se exercitando nas praças, muitos se divertindo em fazer aquilo. Os gregos antigos também foram um povo que valorizava o esporte e as atividades físicas. Exercitar-se com regularidade era algo que fazia parte do currículo escolar e da cultura grega, embora os gregos dessem também atenção ao lado estético da boa forma corporal. 

Além de se exercitar e meditar, o mestre também realizava exercícios de respiração. Em algumas artes marciais ensina-se algumas técnicas de respiração para ajudar no bom funcionamento do sistema respiratório. O monge Lobsang Rampa (1910-1981) em alguns de seus livros recomendava uma série de exercícios respiratórios que não apenas ajudariam no sistema respiratório  mas circulatório, na parte muscular do ventre, etc.

No âmbito de se alimentar em horário regulares e dormir cedo para acordar cedo, pesquisas apontam que isso contribui para o bem-estar. Não ter um horário definido para fazer as refeições, leva o organismo a sentir mais fome, e consequentemente acabar se comendo mais ou optar por lanches. No caso do Ocidente, é comum acabarmos optando por comer fast-food ou consumir comidas congeladas, que colocamos no microondas.

No caso de dormir, esse é outro problema. Nossas vidas agitadas nos leva ir dormir tarde por causa de ter que cuidar de afazeres domésticos ou de trabalho e estudo, e no dia seguinte levantarmos cedo para ir trabalhar, estudar, etc. O recomendado é dormir-se oito horas diárias. O mestre Li deitava-se cedo para acordar cedo.

Por fim, outro fato a ser considerado a partir dos relatos conhecidos, era que o mestre não consumia bebidas alcoólicas e nem fumava. Estes dois produtos geram sérios problemas de saúde.

Já adulto, Li passou a comercializar plantas medicinais até que aos 71 anos de idade foi convocado para servir no Exército Provincial de Yeuh Jong Chyi, onde passou a atuar como mestre de artes marciais e conselheiro tático. Posteriormente não se sabe quanto tempo ele ficou no cargo ou para onde foi depois. Além disso, não temos certeza se realmente ele serviu no exército de Yeuh Jong Chyi devido a falta de documentos que corroborem sua presença lá e as datas.

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