quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Uma historinha de Buda

"Certa vez, um grupo de sábios brâmanes foi visitar Gautama Buda, com o qual tiveram uma longa conversa".

Então um jovem monge, brâmane, chamado Kapatika, perguntou ao Iluminado:

— Venerável Gautama, as antigas e santas escrituras dos brâmanes foram transmitidas de geração em geração, mediante uma ininterrupta tradição verbal, através da qual os brâmanes chegaram à conclusão absoluta de que a única verdade seria a deles e qualquer outra seria falsa.

Ouvindo isto, Buda perguntou:

— ‘Entre os brâmanes haverá um só indivíduo que pretenda pessoalmente saber e ter visto, por própria experiência, que esta é a única verdade e qualquer outra é falsa?’

— “Não, Senhor” – respondeu o jovem monge com toda a franqueza.

— ‘Então, haverá um só instrutor, ou instrutor dos instrutores dos brâmanes, anterior à sétima geração, ou ao menos um dos autores destas escrituras, que pretenda saber e ter visto, pela própria experiência, que é a única verdade e qualquer outra é falsa?’

— Não, Senhor! – disse o monge.

— ‘Então, é como uma fila de homens cegos; cada um se apoiando no precedente: o primeiro não vê, o do meio não vê e o último não vê tampouco. Por conseguinte, parece-me que a condição dos brâmanes é semelhante a esta fila de homens cegos’.

E Buda, nesta ocasião, deu a esse grupo de brâmanes um ensinamento de extrema importância:

— Um homem que sustenta a verdade deve dizer: "esta é a minha crença". Mas nem por causa disto deve tirar a conclusão absoluta e dizer: "Só há esta verdade, qualquer outra é falsa”. – (Canki Sutta 95, Majjhima-Nikaya).

[‘Budismo: Psicologia do Autoconhecimento’, p.24/25. Pensamento].

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