terça-feira, 26 de novembro de 2013

As Casas Astrológicas

Abaixo, confira o significado atribuído a cada casa astrológica:

Casa I  (Ascendente) - É casa do “eu” e da cabeça. Representa a personalidade, o temperamento e as características físicas do indivíduo. Uma vez que fala do nosso físico, também fala da nossa saúde. O signo posicionado nessa casa fala sobre a forma com que você percebe e suporta o mundo e sobre como inicia as coisas de um modo geral. O Ascendente (cúspide ou início da casa I) também pode indicar as condições do seu nascimento.

Casa II - A Casa II fala sobre o nosso patrimônio, bens, dinheiro e recursos. É através dela que avaliamos nossos lucros e prejuízos. Embora a descrição acima seja voltada ao tangível, a casa II fala também sobre nossos valores imateriais, sobre conceito de merecimento e sobre a segurança. Para a maioria das pessoas isso significa dinheiro, mas não é necessariamente assim, afinal, outras coisas são capazes de suprir nossa necessidade de segurança e “garantia”. Segundo William Lilly, a casa II tem como co-significadores Júpiter (indicador de fortuna caso esteja nesta casa ou seja regente dela) e Touro. Em algumas fontes Modernas, atribui-se a regência à Vênus – planeta que fala sobre o que valorizamos – e co-regência à Lua. Em ambas as fontes, atribui-se a facilidade para ganhar ou manter os bens e dinheiro aos planetas tidos como “benéficos” pela Astrologia Clássica.
Um planeta “maléfico” ou tensionado dentro desta casa ou como regente dela podem resultar em avareza, dispersão de bens, ganância e escassez.

Casa III - A casa III fala sobre os nossos irmãos, tios, vizinhos, primos, pequenas viagens e sobre a comunicação. É associada à mente concreta, correspondente ao lado esquerdo do cérebro que trata de assuntos como: fala, análise, memorização e classificação de experiências. Segundo William Lilly, a casa III tem como significadores o signo de Gêmeos e o planeta Marte – considerado menos “maléfico” nesta casa. Para a Astrologia Moderna, o regente natural é Mercúrio (associado à Gêmeos), que na mitologia era encarregado de distribuir as informações dos e para todos os deuses. Associo a casa III ao cotidiano e à capacidade de afastar ou aproximar as pessoas através da comunicação. É a primeira casa na Astrologia que fala da convivência e do próximo, uma vez que o Ascendente representa o “eu” e a casa II, as posses e valores (não necessariamente materiais).

Casa IV (Fundo do Céu) - A casa IV fala sobre as nossas raízes, nossas bases, nosso julgamento com relação aos nossos pais e também sobre as casas, terrenos e sobre o cultivo da terra. Em uma interpretação mais psicológica, ela representa o lugar para onde vamos quando nos voltamos para dentro de nós mesmo, daí a associação ao lar e às raízes. Há discordância sobre a atribuição dessa casa ao pai ou a mãe. Alguns acreditam que a casa X representa a figura da mãe e a casa IV a do pai e outros acreditam no contrário, a IV é a mãe e a X é o pai. Por conta da discordância, prefiro analisar caso a caso. Em geral, a casa tem características que nos permitem identificar o relacionamento com um e com o outro.

Casa V - A Casa V é tida como benéfica, uma vez que faz trígono com o Ascendente.  Para a Astrologia Clássica, é a casa dos filhos e de sua relação com eles, a casa dos prazeres, dos jogos, do entretenimento, das mulheres grávidas, do sexo e da boa fortuna. É a criatividade, o que você gera e produz. Os astrólogos clássicos relacionam essa casa ao sexo, uma vez que fala sobre o prazer e a reprodução. Na Astrologia Moderna, a Casa V também está associada aos namoros e aos casos amorosos: aqui as relações são prazerosas, sem responsabilidade e antecipam a Casa VII – associada ao casamento, onde você de fato apresenta seu parceiro à sociedade e firma um contrato, no qual passa a ter responsabilidades. Como aspecta o Ascendente de forma positiva, a Casa V é uma muito pessoal e também fala da nossa “criança interior” e da expressão alegre do ego.

Casa VI - A Casa VI é considerada maléfica para os astrólogos clássicos, pois além de ser uma das casas que não enxerga o Ascendente (não faz aspecto com o mesmo) é o júbilo de Marte, o “pequeno maléfico”. Para a Astrologia Clássica, essa casa representa os servos, escravos, trabalho árduo, doenças, inimizades, a agricultura, os agricultores, o gado menor e os pequenos animais. Para a Astrologia Moderna é a casa da saúde e do bem estar, da rotina, dos seus subordinados ou empregados (uma vez que hoje não existe mais o sistema feudal e nem o escravocrata) e das tarefas domésticas. Dois dos principais temas desta casa são o trabalho e a rotina. A Casa VI aponta como você lida com seu dia a dia, como funciona o seu ambiente de trabalho, sua relação com os colegas e com o chefe. Se você é o chefe, a Casa VI fala de como se comportam seus empregados e como você se relaciona como eles. A Casa VI indica ainda como funciona sua saúde (se é frágil ou não) e também pode apontar qual parte do corpo geralmente é mais afetada quando você adoece. Planetas nesta casa, de uma maneira geral, falam da natureza do nosso trabalho, como encaramos nossa rotina e como é a nossa maneira de servir.

Casa VII  (Descendente) -  A Casa VII é a primeira casa social no Mapa Natal. Aqui não estamos mais no eixo pessoal, mas sim no eixo do outro. Para a Astrologia Clássica, a Casa VII fala de casamentos, contratos, parcerias, disputas, eventos sociais, guerras, processos litigiosos e os inimigos públicos. A estes significados, a Astrologia Moderna inclui o conceito de sociedade e os relacionamentos mais estáveis de nossas vidas (não obrigatoriamente amorosos). Enquanto na Casa V as relações eram prazerosas e divertidas, na Casa VII os relacionamentos são mais estáveis. Aqui fechamos um contrato, a época da diversão acabou e assumimos o outro de forma responsável, apresentando o parceiro à sociedade –  daí a associação ao casamento. Vale lembrar que “o outro” nem sempre será amistoso, sendo assim, também consideramos esta como a casa dos inimigos declarados e rivais. O signo e os planetas que caem na Casa VII falam sobre como você se relaciona, o que você espera em seus relacionamentos e sobre o que procura e provavelmente vai encontrar em seu parceiro ou no seu inimigo. A casa fala de projeção, sendo assim, o que cai nela não percebemos em nós, mas no outro e consequentemente, é o que atraímos para nós como um reflexo.

Casa VIII - A Casa VIII, em uma linguagem tradicional, fala sobre os bens e valores dos outros, pois opõe a casa II (nossos valores e bens próprios) e é a segunda casa à partir da Casa VII (os outros). Além disso, a Astrologia Clássica atribui à casa VIII a morte, últimas vontades e legados. Antigamente, era a casa que representava o “dote” de cada mulher ou o “padrinho” do adversário em um duelo. A Astrologia Moderna também fala sobre os temas bens dos outros e morte, mas além disso, acrescenta à abordagem clássica um tom mais “psicológico” para as questões acima e o tema sexo – representado pela casa V na Astrologia Clássica. Certa vez, perguntei a um astrólogo moderno qual era a diferença entre o sexo da Casa V e o sexo da Casa VIII e ele explicou que a casa VIII era o fetiche, a tara, “la petite mort”, enquanto o “ato carnal” era visto como casa V. Para os modernos, a morte da Casa VIII não é necessariamente a que nos manda para o caixão. Pode ser a morte de cada dia, que acompanha aquele significado filosófico da fênix. Apesar da diferença entre as duas linguagens, uma coisa é certa: o que se ganha com a casa VIII não vem sem sacrifício. As heranças, por exemplo, não chegam sem a morte e para compreender os valores do outro, precisamos abrir mão – ainda que temporariamente – dos nossos.

Casa IX - A Casa IX representa as viagens longas, as crenças religiosas, os estudos superiores e os assuntos filosóficos da vida. Segundo Howard Sasportas, é a casa dos “porquês” da nossa existência. É através da casa IX que rompemos barreiras para ser e conhecer mais. Já notaram que quando bate a “crise existencial”, geralmente procuramos os assuntos da casa IX para encontrar um novo sentido pra vida? A crise acontece quando estamos pequenos dentro de nós mesmos. A inquietude nasce e precisamos expandir e conhecer. Para isso, é natural buscarmos uma nova religião ou filosofia de vida, ou mesmo viajar para algum lugar distante e de cultura absolutamente diferente. Precisamos “renovar” os ares e é disso que fala a casa IX! Estudos superiores também podem ser representados por uma primeira graduação, mas não necessariamente. A casa IX, de certa forma, fala sobre o que é inacessível – é uma barreira que precisamos romper para alcançar algo maior, para ter uma compreensão maior das coisas. Para uma pessoa muito humilde e sem recursos – que vive entre outras pessoas igualmente humildes – fazer uma faculdade é quebrar barreiras e ampliar a visão de mundo, portanto, ela vive a casa IX! Para quem tem recursos mais elevados e vive em um meio onde fazer uma faculdade é algo acessível a todos, não há quebra de barreira e não se “vive” a casa IX. A percepção da expansão relacionada a esta casa é importantíssima.

Casa X (Meio Céu) – Atribui-se à casa X a personificação dos príncipes, reis, duques e oficiais. Isso acontece porque a casa X fala sobre a honra, o prestígio e as dignidades. Ela trata do que fazemos para nos destacar entre as outras pessoas e é ela que nos estimula a colocar ou não o bumbum na janela para receber aplausos ou vaias. A casa X também fala sobre o trabalho, mas um bem diferente do descrito pela casa VI. O trabalho da casa X é aquele que fazemos para nos destacar, o que escolhemos para seguir carreira. Quando você trabalha como atendente de loja para arcar com os custos daFaculdade de Direito, você vive a casa VI e busca a casa X. O trabalho da casa VI é aquele em que você serve, mas ninguém bate palma. Na casa X, podemos ou não receber aplausos, mas é isso que buscamos. A casa X também representa a figura da mãe ou do pai. Como mencionado no texto da casa IV, há discordância sobre esse tema. Eu, pessoalmente, prefiro analisar caso a caso. Geralmente, essas casas expressam algo marcante do mapa dos nossos pais e com um pouquinho de observação, conseguimos perceber quem é quem. Quando falamos de prestígio, é importante dizer que há também o desprestígio. Situações de humilhação pública, por exemplo, também podem ser relacionadas aos temas da casa X. A relação que temos com a exposição sugerida pela casa depende muito do regente dela, dos planetas que a ocupam e aspectos que ambos sofrem. O que noto, apesar das variações, é que pessoas com essa casa superpovoada tendem a buscar o sucesso e o reconhecimento.

Casa XI – Fala de boa sorte, esperanças, futuro, projetos, grupos, benefícios e realizações de desejos. Se na Casa X temos a personificação do rei, a XI personifica o amigo do rei e seus aliados; aqueles que recebem benefícios do soberano. Por isso, é uma casa ligada a sorte e ganhos. Enquanto a Casa X representa a nossa profissão e nosso status, a casa XI, que a sucede, representa o nosso salário, o que vamos ganhar exercendo aquela atividade que tanto almejamos. A Casa XI também fala dos nossos amigos e dos grupos que fazemos parte. Para a Astrologia Clássica, esta casa representa os amigos mais próximos, já para a Astrologia Moderna, nesta casa estão os colegas e os amigos que não são tão próximos assim, mas que te ajudam e beneficiam de alguma forma. Os amigos íntimos seriam representados pela Casa VII, uma vez que a amizade íntima seria considerada uma parceria ou até mesmo pela Casa III, que representa nossos irmãos.

Casa XII - A última casa astrológica, segundo fontes tradicionais, representa os inimigos ocultos, o encarceramento e a auto-destruição. É a casa das tribulações, da magia negra e da tristeza. Quando alguém passa um longo período de internação em um hospital, por exemplo, dizemos que está vivendo a casa XII. O mesmo ocorre quando alguém é preso ou vai para um retiro espiritual. O isolamento é assunto de casa XII, sendo ele voluntário ou não. Para a Astrologia Moderna, a casa XII é a casa da espiritualidade, da dissolução do ego individualizado para a fusão com algo maior. Aqui o isolamento também é mencionado, mas de forma poética: é o isolamento que vem com o objetivo de transcender. Embora utilizem linguagens diferentes, Astrologia Clássica e Moderna entendem que a casa XII fala sobre o inconsciente. O que é o inconsciente, senão a ausência de controle sobre as situações e até sobre nossos atos?! Além dos temas acima, a casa XII também fala sobre o sacrifício.

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