sábado, 17 de novembro de 2012

A nova geração: Aventuras na estrada / Viajando de carona

(eu sempre faço uma oração antes perguntando se é seguro, talvez por isso nunca me aconteceu nada de ruim)
o percurso.
Fotos
Vídeo
17/11/2012 20:28
[...] Portanto, vou tomar mais cuidado com o que eu ensino a outras pessoas. Eu contei a ela algumas de minhas aventuras, como um caminhoneiro racista - "eu odeio pretos e acredito que é uma raça que deve ser eliminada" - que morou 18 anos em New York e também algumas informações que impulsiona/acentua a fé e a iniciativa das pessoas a fazer o que eu faço, e são: eu nunca fiquei mais do que 1h30 min pedindo carona (mas como eu explicarei mais adiante, já tive alguns sofrimentos em minha curta jornada de estrada) e também a minha tática usada: a tática clássica do polegar estendido, mas reforçado com um caderno ou uma folha de caderno solitária, escrito o nome da cidade para onde vou. Também é importante e sábio fazer escalas, por exemplo, eu costumo ir de Uberlândia até Morrinhos, e o que eu faço, eu peço pra Itumbiara, que é a divisa de Goiás, e de lá para Goiatuba e então Morrinhos. Mas eu também já peguei outras caronas que não chegava até Itumbiara, se não me engano Campos Altos ou Montes Claros ou algo parecido (MONTE ALEGRE), uma cidade mineira antes de Itumbiara. Em outra situação, o carona me deixou no meio do nada, literalmente, na entrada de uma fazenda que ele estava indo. Eu caminhei uns 2 ou 3km e "acampei" em determinado lugar e dentro de uns 25 minutos consegui a minha carona. Se não me engano o máximo que eu peguei foram 5 caronas nessa trajetória de Morrinhos a Uberlândia e vice-versa, e o mínimo foram 2 caronas. É preciso realmente muita sorte para realizar o trajeto, de 220km ou 250km (não sei ao certo) com apenas uma carona.
E outro fator tortuoso, os senhores devem pensar que o tempo máximo de espera como 1h30min não traz dificuldades, estão enganados.
Muita, muita coisa pode acontecer em 90 minutos.

E aqui vai uma de minhas aventuras, o caminhoneiro estava indo para Bom Jesus. Isso significa que antes de entrar em Itumbiara ele seguiria para oeste, me deixando no primeiro trevo de Itumbiara, o que significa que eu estava 4 ou 5km distante da divisa de Minas Gerais. Sim, a única alternativa disponível era caminhar para o sul, rumo a divisa de Goiás e Minas Gerais, para só então seguir para o leste rumo ao meu destino, Uberlândia.

de vermelho, onde o trevo para Bom Jesus; de azul, o posto fiscal (a divisa).

Certo, aqui estou eu exatamente ao meio-dia (quando o sol está mais quente) deixado a 4 ou 5km da divisa de MG, com aproximadamente 30 reais no bolso, se não me engano, carregando duas mochilas um tanto pesadas mas não tanto e a minha guitarra, e a única alternativa é caminhar para o sul. Certo, os senhores devem ter a noção de que caminhar 4km a uma velocidade relativamente média demora no mínimo 40 minutos. E como não sou avarento imediatamente investi em um moto táxi. Mais uns 5 minutos de caminhada e encontrei um posto com o que eu buscava: um orelhão com o número de algum moto táxi. Tem vários números, mas curiosamente um único atende e diz que cobra 30 reais para me levar até a divisa de MG, o que deve provar aos senhores que eu estava um tanto distante da divisa. (em outra ocasião aconteceu o contrário, a minha carona me deixou poucos metros distante da divisa de MG e me deu 10 reais, que eu comprei um refrigerante, se não me engano por 1,20 ou 1,50 e o moto-táxi cobrou apenas 7 reais para me levar até o trevo da saída para Goiatuba (representado pela mancha vermelha na imagem acima)).
Bem voltando ao orelhão eu desliguei na cara dele quando ele disse 30 reais e segui esperançosamente a minha caminhada rumo a divisa de MG. Certo, os senhores acertaram, eu caminhava com o polegar estendido e também o meu caderno escrito "Uberlândia" o que significa que havia a possibilidade, a esperança de algum motorista (não digo caminhoneiro porque também já peguei carona de carro) caridoso me dar carona antes de que eu atingisse o trevo por conta própria, sem ter de caminhar os 4 ou 5 km.
Mas infelizmente nem um motorista parou. Na verdade, quando atingi o posto fiscal (graças a Deus não sou/fui estúpido o suficiente a ponto de não levar água) uns 40 ou 50 minutos depois eu estabeleci o meu acampamento por ali e miraculosa e mirabolantemente aconteceu.
Um casal caridoso parou. No banco de trás eles levavam se não me engano uma tv ou um aparelho de som, enfim, uma caixa de papelão pesada que mal sobrava espaço para me acomodar, com essa caixa por cima das pernas (mas não estou dizendo que a carona foi ruim mas apenas descrevendo os detalhes), eles me deixaram em Centralina. (os senhores devem der notado que se aventurar a viajar de carona não é tão fácil quanto parece).
Ah miraculosamente havia sombra e água de côco, o que eu tomei e me nutri também da castanha. Prosseguindo a minha jornada, eu caminhei mais ou menos 1km e acampei no meio-fio (até o momento eu tinha pego 3 caronas, um até Goiatuba (eu saí de Morrinhos), outra até o primeiro trevo de Itumbiara de onde eu caminhei entre 45 a 60 minutos até conseguir a minha carona no posto fiscal de Itumbiara e agora estou em Centralina sentado no meio fio com o polegar e a folha de caderno estendida) quando vejam só: uma Hilux com um advogado paulista é quem me oferece uma carona. Nesse ponto eu tinha é claro mudado a minha tática e o meu caderno exibia "Trevão" ao invés de "Uberlândia".

de laranja, o "Trevão" (uma rotatória com um posto de gasolina).

Enfim, o motorista estava indo para se não me engano Sampa (SP) e parou decidido a me deixar no Trevão (ele seguiria pro sul, por Prata (MG) enquanto eu teria de seguir pra o leste, Uberlândia, me deixando no Trevão) mas depois complacentemente resolveu alterar sua rota, atrasar a sua viagem seguindo para o leste, Uberlândia, para que segundo suas próprias palavras "eu pudesse chegar mais cedo em casa".

E aqui termina uma de minhas jornadas na estrada.
Mas os senhores desconhecem o que é vivenciar caminhar ao meio dia com duas mochilas e uma guitarra com o braço estendido (com os ombros doendo) por uma hora.
Em outra situação a minha carona me deixou muito próximo do posto fiscal, ou melhor uns 1,5 km de distância ou uns 15-20 minutos de distância caminhando. E eu por não conseguir carona cruzei a divisa a pé e caminhei mais 1,5 km +-, atingindo precisamente o terminal rodoviário de Araporã (não mostra na imagem acima mas fica exatamente ao lado de Itumbiara (depois da divisa), se der um pouco mais de zoom Araporã poderá ser vista pelo Google Maps) - quando consegui a minha carona.

Também teve outra circunstância, foi a minha primeira viagem de carona sozinho (a primeira foi de Rio Verde a Morrinhos com o William, meu primo, já acostumado a fazer esse trajeto praticamente todo fds pra visitar sua até então namorada, Wanessa). Foi exatamente no dia 1/6/2012, sexta-feira, dia da marcha da maconha em Goiânia. Tudo começou com uma ligação de um amigo, Jhonathan ou  "Todd" me convidando "vem pra marcha da maconha e dorme lá em casa". Era mais ou menos 14h30 e eu estava exatamente planejando como eu gastaria o meu tempo no fim de semana o que foi a resposta aos meus pensamentos, essa ligação.
Certo, aqui estou eu obstinado a ir para Goiânia e economizar o preço da passagem do ônibus (quase 50 reais) com a minha munição adquirida com o William: o polegar e a folha de caderno.
Certo, eu pego um moto-táxi até o viaduto de Morrinhos por 5 ou 6 reais e passo a subida rumo a Goiânia (um caminhoneiro dificilmente pararia antes da subida, primeiro porque ele está embalado, o que os caminhoneiros mais adoram: embalo, e segundo porque dependendo da sua carga o caminhão não subiria), e fico cerca de 30 minutos até que um Honda Civic com duas mulheres param. O seu comentário-cumprimento: "deu sorte porque hoje estou boazinha e fiquei com dó".
Mas enfim foi uma viagem tranquila, eu é claro não disse que ia pra marcha da maconha e sim "passar o fds na casa de um amigo", e como a sorte me prevalecia elas me deixaram uns 20 minutos do local da marcha, na Praça da Bíblia.
Teve diversas outras viagens mas já foi o suficiente para que o leitor, A NOVA GERAÇÃO DE AVENTUREIROS E VAGABUNDOS BRASILEIROS desperte e vivencie nos seus mínimos detalhes A VIDA NA ESTRADA.

Daniel do Vale, 22:19
1/6/2012

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4 Comentários:

Às 16 de janeiro de 2013 às 14:45 , Anonymous Anônimo disse...

meu lindo filho, bom que agora vc está bem e sempre esteve nas mãos maravilhosas de misericordiosas do Nosso Deus Maior, dono do ceu e da terra, do ouro e da prata....
graças a Deus este relato faz parte do passado e agora é vida nova com tudo de bom na sua vida. mamae ama muito!!! amor da minha vida...vc saiu do meu ventre, meu bebe!!! bjs. logo estarei ai de novo com vc......em nome de JESUS...

 
Às 16 de janeiro de 2013 às 14:47 , Anonymous Anônimo disse...

TIVE QUE POR ANONIMO PRA NAO POR SENHA..KKKKKK
HJ SAO 16 DE JANEIRO E NESTE DIA NO ANO DE 1988 SUA MAE ESTAVA CASANDO COM SEU PAI E AMANHA DIA 17 DE JANEIRO SEU PAI FAZ ANIVERSARIO..ACHO QUE VAI FAZER 47 ANOS..VI SUA FOTO COM ELE NO HOTEL DE LUXO..DEVE SER EM CAMPOS DO JORDAO E SALVEI A FOTO AQUI.MAMAE VIVIANE

 
Às 20 de janeiro de 2013 às 11:45 , Blogger Unknown disse...

Amei Daniel você escreve muito bem ,mas toma cuidado nessas aventuras ok?!
beeeijos

 
Às 17 de fevereiro de 2013 às 14:50 , Anonymous Anônimo disse...

Massa

 

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